Autor: clodh

  • Genesis, 50

    1 José lançou-se sobre o pai, chorou sobre ele e o beijou.

    2-3 Em seguida, instruiu os médicos a embalsamarem seu pai, e eles o fizeram. O processo levou quarenta dias, período exigido para o embalsamamento, e houve luto público de setenta dias para os egípcios.

    4-5 Terminado o período de luto, José solicitou à corte do faraó: “Se vocês me consideram digno da sua bondade, apresentem meu pedido ao faraó: ‘Meu pai me fez jurar, dizendo: A hora da minha morte está chegando. Enterre-me no túmulo que preparei para mim na terra de Canaã. Por favor, preciso de uma licença para que eu vá e faça o sepultamento de meu pai. E voltarei em seguida’.”

    6 O faraó concordou: “Claro. Vá e sepulte seu pai, conforme o juramento que você fez a ele.”

    7-9 Então, José partiu para sepultar o pai, e todos os altos oficiais da corte do faraó, todos os de alto cargo no Egito, acompanharam José e sua família, seus irmãos e os parentes de seu pai. Os filhos deles, os rebanhos e o gado ficaram em Gósen. Carruagens e cavaleiros os acompanharam num grande cortejo fúnebre.

    10 Ao chegar à eira de Atade, às margens do rio Jordão, fizeram uma parada para prantear e choraram longamente, de modo que era possível ouvi-los de longe. José participou durante sete dias desses ritos fúnebres.

    11 Ao ouvir o lamento que vinha da eira de Atade, os cananeus que moravam na região disseram: “Os egípcios estão lamentando do fundo da alma.” Foi por isso que aquele local junto ao Jordão ficou conhecido como Abel-Mizraim (Lamento Egípcio).

    12-13 Os filhos de Jacó cumpriram ao pé da letra as instruções que haviam recebido. Levaram Jacó para Canaã e o sepultaram na caverna que fica no campo de Macpela, em frente a Manre, campo que Abraão havia comprado de Efrom, o hitita, para servir de sepultura.

    14-15 José sepultou seu pai e, em seguida, voltou ao Egito. Todos os irmãos que o haviam acompanhado no sepultamento voltaram com ele. Passado o funeral, os irmãos de José começaram a falar: “E se José está guardando rancor e resolver nos devolver o mal que lhe fizemos?”

    16-17 Por isso, mandaram o seguinte recado a José: “Antes de morrer, seu pai deu a seguinte ordem: ‘Digam a José: Perdoe o pecado de seus irmãos, tudo que eles fizeram de errado. Eles o trataram muito mal’. Você vai cumprir essa ordem? Vai perdoar os pecados dos servos do Deus de seu pai?” José chorou ao receber o recado.

    18 Então, os irmãos foram pessoalmente a ele, lançaram-se ao chão perante José e disseram: “Seremos seus escravos.”

    19-21 José respondeu: “Não é preciso ter medo. Por acaso estou no lugar de Deus? Será que vocês não percebem que planejaram o mal contra mim, mas Deus transformou o mal em bem, como podem ver aqui e agora, salvando a vida de muita gente? Acalmem-se, não há o que temer. Vou cuidar de vocês e de seus filhos.” Com essas palavras carinhosas, ele os tranquilizou.

    22-23 José continuou morando no Egito com a família de seu pai. E viveu cento e dez anos, tempo suficiente para ver a terceira geração dos filhos de Efraim. Os filhos de Maquir, filho de Manassés, também foram acolhidos como se fossem de José.

    24 Perto do fim da vida, José disse a seus irmãos: “A hora da minha morte está chegando. Com toda certeza, Deus visitará vocês e os levará desta terra de volta para a terra que ele solenemente prometeu a Abraão, Isaque e Jacó.”

    25 E José fez que os filhos de Israel jurassem: “Quando Deus visitar vocês, não se esqueçam de levar meus ossos com vocês.”

    26 José morreu aos 110 anos de idade. Ele foi embalsamado e posto num caixão, no Egito.

  • Genesis, 49

    1 Jacó reuniu seus filhos e pediu: “Fiquem aqui à minha volta. Quero dizer o que está reservado para vocês nos dias que virão.

    2 “Reúnam-se e ouçam, filhos de Jacó, ouçam Israel, seu pai.

    34 Rúben, meu primogênito, minha força, primeira prova da minha virilidade, maior em honra, maior em poder, Mas, como água que se derrama de um balde, você não será mais o maior, Pois subiu ao leito nupcial de seu pai, você subiu à minha cama e a profanou.

    5-6 Simeão e Levi são muito parecidos, prontos para brigar por qualquer coisa. Não tenho parte nos seus atos de vingança, nem quero participar de suas amargas revanches; Eles matam homens em seus acessos de raiva, aleijam bois por mero capricho.

    7 Maldita seja sua raiva descontrolada, seu ódio indiscriminado. Eu jogarei vocês fora com o lixo; e os espalharei como papel picado no meio de Israel.

    8-12 Judá, seus irmãos elogiarão você. Seus dedos estarão na garganta do inimigo, enquanto seus irmãos prestam honra a você. Judá, meu filho, você é um leãozinho, que acaba de chegar depois de matar. Olhem para ele, agachado como um leão, rei dos animais: quem se atreve a mexer com ele? O cetro estará sempre em Judá; ele segurará com firmeza o bastão de comando, Até que venha o último governante e as nações obedeçam a ele. Ele amarrará seu jumento à videira, e, ao ramo viçoso, seu puro-sangue premiado. Lavará sua camisa no vinho, e sua capa no sangue das uvas, Seus olhos serão mais escuros que o vinho, e seus dentes, mais brancos que o leite.

    13 Zebulom se estabelecerá no litoral; um porto seguro para os navios, bem ao longo de Sidom.

    14-15 Issacar é um jumento teimoso que se deita entre os currais; Quando viu como o lugar era bom, como a terra era agradável, Desistiu de sua liberdade e foi trabalhar como escravo.

    16-17 Dã cuidará do direito do seu povo com competência entre as tribos de Israel. Dã é uma pequena serpente no meio da grama, uma cobra venenosa à espreita no caminho, Que morde o calcanhar do cavalo e derruba seu valente cavaleiro.

    18 Aguardarei com esperança tua salvação, ó Eterno.

    19 Gade será atacado por bandidos, mas ele os pegará.

    20 Aser será famoso por sua comida deliciosa, doces e guloseimas próprios de reis.

    21-26 Naftali é uma gazela em liberdade da qual nascem lindos filhotes. José é um jumento selvagem, um jumento selvagem junto à fonte, jumentos robustos sobre um monte. Arqueiros atacaram com fúria, atiraram flechas com pontas cheias de ódio; Mas ele resistiu com firmeza, com arco firme e braços ágeis, Com o apoio do Defensor de Jacó, o Pastor, a Rocha de Israel. O Deus de seu pai, que ele o ajude! E que o Deus Forte conceda suas bênçãos a você, Bênçãos que vêm do céu, bênçãos que saem da terra, bênçãos dos seios e do ventre. Que as bênçãos de seu pai superem as bênçãos das montanhas antigas, superem o prazer dos montes eternos. Que elas repousem sobre a cabeça de José, sobre a fronte daquele que foi consagrado entre seus irmãos.

    27 Benjamim é um lobo voraz, devora sua presa durante a manhã e, à tarde, divide o que restou.”

    28 São essas as tribos de Israel, as doze tribos. E foi essa a bênção de seu pai para eles. Cada um recebeu sua bênção especial de despedida.

    29-32 Em seguida, ele deu as seguintes instruções a seus filhos: “Estou para ser, reunido ao meu povo. Enterrem-me com meus pais na caverna que fica no campo de Efrom, o hitita, a caverna no campo de Macpela, diante de Manre, na terra de Canaã, o campo que Abraão comprou de Efrom para usar como sepultura. Ali foram sepultados Abraão e sua esposa Sara, Isaque e sua esposa Rebeca, e ali também sepultei Lia. O campo e a caverna foram comprados dos hititas.”

    33 Ele acabou de dar essas instruções, retraiu os pés na cama, deu o último suspiro e foi reunido ao seu povo.

  • Genesis, 48

    1-2 Algum tempo depois dessa conversa, informaram a José: “Seu pai está muito doente.” Acompanhado de seus dois filhos, Manassés e Efraim, ele foi visitar Jacó. Quando disseram a Jacó: “Seu filho José chegou”, ele ergueu o corpo e se sentou na cama.

    3-7 Jacó disse a José: “O Deus Forte apareceu-me em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou. Ele disse: ‘Eu o tornarei próspero e multiplicarei sua descendência. Farei de você uma congregação de tribos e entregarei esta terra a seus descendentes como herança permanente’. Agora, vou adotar seus dois filhos, que nasceram no Egito antes que eu reencontrasse você. Eles estarão em posição de igualdade com Rúben e Simeão. Mas os filhos nascidos depois deles serão seus e terão parte na herança de seus irmãos. É assim que deve ser, pois, ao retornar de Padã, sua mãe Raquel, para minha grande tristeza, morreu enquanto estávamos em Canaã, a uma curta distância de Efrata, hoje chamada Belém.”

    8 Foi só nesse momento que Jacó percebeu a presença dos filhos de José. E disse: “Quem são eles?.”

    9-11 José disse ao pai: “São os filhos que Deus me deu neste país.” Jacó pediu: “Traga-os para perto, para que eu possa abençoá-los.” Jacó não tinha uma boa visão por causa da idade, estava praticamente cego. Então, José os trouxe para bem perto dele. Israel beijou e abraçou os meninos e disse a José: “Eu não esperava vê-lo de novo, e agora Deus permite que eu também veja seus filhos!.”

    12-16 Então, José os retirou do colo de Israel e curvou-se com o rosto voltado para o chão, em sinal de respeito. Em seguida, pegou Efraim com a mão direita e o pôs à esquerda de Israel. Com a mão esquerda, conduziu Manassés para o lado direito. Os dois meninos ficaram, assim, diante de Jacó. Mas Israel, cruzando os braços, pôs a mão direita sobre a cabeça de Efraim, que era o caçula, e a mão esquerda sobre a cabeça de Manassés, o mais velho. E os abençoou: “O Deus diante de quem andaram meus pais Abraão e Isaque, O Deus que tem sido meu pastor durante toda a minha vida até hoje, O Anjo que me livrou de todo o mal abençoe estes meninos. Que meu nome possa ecoar na vida deles, assim como o nome de Abraão e Isaque, meus pais, E que eles cresçam e encham a terra com seus filhos.”

    17-18 Quando José viu que seu pai havia posto a mão direita sobre a cabeça de Efraim, pensou que ele havia se enganado e tentou mudá-la para a cabeça de Manassés. Ele justificou-se: “Não esta cabeça, pai, o mais velho é o outro. Ponha a mão direita sobre a cabeça dele.”

    19-20 Mas seu pai recusou a troca e explicou: “Não, meu filho. Sei o que estou fazendo. Ele também se tornará um povo e também será alguém importante. Mas o irmão mais novo será mais importante ainda, e sua descendência enriquecerá as nações.” Então, abençoou os dois: “Israel usará o nome de vocês para abençoar — assim: ‘Que Deus faça a você o que fez a Efraim e Manassés’ Israel não quis deixar dúvidas: Efraim foi posto à frente de Manassés.

    21-22 Ele disse a José: “Minha morte está próxima. Deus acompanhe você e o faça voltar em segurança para a terra de seus pais. Quanto a mim, estou dando a você, como o primeiro entre seus irmãos, a terra montanhosa que tomei dos amorreus com minha espada e meu arco.”

  • Genesis, 47

    1 José apresentou-se ao faraó e informou: “Meu pai e meus irmãos, com seus rebanhos, seu gado e tudo que possuem, acabaram de chegar de Canaã. Neste exato momento, eles estão em Gósen.”

    2-3 Ele havia levado consigo cinco de seus irmãos e os apresentou ao faraó. O rei do Egito perguntou: “Com que vocês trabalham?.”

    3-4″Seus servos são pastores, assim como nossos pais. Viemos para este país em busca de um lugar melhor para viver. Em Canaã, não há mais pasto para nossos rebanhos. A fome é devastadora por lá. Se o senhor permitir, seus servos gostariam de se estabelecer na região de Gósen.”

    5-6 O faraó olhou para José e disse: “Então, seu pai e seus irmãos estão aqui — um reencontro! Pois o Egito recebe vocês de braços abertos. Cuide para que eles se estabeleçam no melhor da terra. Sim, Gósen pode ficar para eles. E, se entre eles você encontrar alguém que seja muito capacitado, ponha meus animais aos cuidados dele.”

    7-8 Em seguida, José trouxe Jacó, seu pai, e o apresentou ao faraó. Jacó abençoou o faraó, e ele perguntou ao pai de José: “Quantos anos o senhor tem?.”

    9-10 Jacó respondeu ao faraó: “Os anos da minha peregrinação são 130, uma vida curta e difícil, bem diferente da vida longa de meus antepassados.” Depois de abençoar o faraó, Jacó retirou-se.

    11-12 José conseguiu estabelecer seu pai e seus irmãos no Egito e concedeu a eles a posse do melhor da terra, a região de Ramessés (que é Gósen), como o faraó havia ordenado. José dava toda atenção possível a seu pai, seus irmãos e à família de seu pai, até aos bebês mais novos. A família inteira viveu ali com fartura.

    13-15 Mas chegou o dia em que não havia alimento em lugar algum. A fome havia chegado ao auge. O Egito e Canaã foram assolados. José já havia arrecadado, em troca dos alimentos que fornecia, todo o dinheiro existente no Egito e em Canaã, e essa fortuna estava guardada no palácio do faraó. Depois que o dinheiro do Egito e de Canaã acabou, os egípcios procuraram José e pediram: “Precisamos de mais alimento! Você vai ficar olhando enquanto morremos? Ninguém mais tem dinheiro.”

    16-17 José disse: “Tragam seus animais. Já que não têm mais dinheiro, trocarei o alimento pelos animais.” E o povo começou a levar seus animais para José. Eles receberam comida em troca de cavalos, ovelhas, gado e jumentos. Durante todo aquele ano, a comida foi trocada por animais.

    18-19 No ano seguinte, eles voltaram, dizendo: “Você sabe que não temos: mais dinheiro. Nosso dinheiro acabou, e também trocamos todos os nossos animais por comida. Nada mais nos resta para permutar, a não ser nós mesmos e nossas terras. De que nos serve o corpo e para que as terras se vamos morrer de fome em sua presença? Nossa proposta é que você nos de comida em troca de nosso trabalho e de nossas terras. Seremos escravos do faraó e abriremos mão de nossas terras. Não queremos outra coisa senão sementes para nossa sobrevivência, isto é, o suficiente para continuar vivos e manter nossas terras produzindo.”

    20-21 Assim, José comprou para o faraó todos os campos do Egito. Todos os egípcios venderam suas terras, tão aguda era a fome. O faraó passou a ser o proprietário de toda a terra do Egito, e todos os seus habitantes passaram a ser escravos dele. José escravizou o povo em todo o Egito.

    22 A única exceção foram os sacerdotes. Ele não comprou as terras deles, porque eles recebiam um salário fixo do faraó e podiam viver com aquele salário. Por isso, não precisavam vender suas terras.

    23-24 José anunciou ao povo: “A situação é esta: Comprei para o faraó cada um de vocês, com suas terras. Em troca, receberão sementes para plantar. Quando fizerem a colheita, vocês darão um quinto para o faraó e ficarão com quatro quintos para vocês e suas famílias. Assim, poderão dar de comer a seus filhos!”

    25 O povo respondeu: “Você salvou nossa vida! É com gratidão e alegria que seremos escravos do faraó.”

    26 José baixou um decreto sobre a terra no Egito, que ainda está em vigor: “Um quinto pertence ao faraó.” Apenas as terras dos sacerdotes não passaram às mãos do rei do Egito.

    27-28 Israel estabeleceu-se no Egito, na região de Gósen. Eles adquiriram propriedades e prosperaram. Tornaram-se um povo bastante numeroso. Jacó viveu dezessete anos no Egito. Ao todo, viveu cento e quarenta e sete anos.

    29 Quando ele sentiu que a hora da sua morte se aproximava, chamou seu filho José e disse: “Faça-me este favor: ponha sua mão debaixo da minha coxa, em sinal de sua lealdade e honestidade para comigo até o fim, e prometa que não vai me enterrar ao Egito. Quando eu for para junto de meus pais, tire-me do Egito e me enterre ao lado deles.” José concordou: “Farei o que o senhor está me pedindo.”

    30 Israel insistiu: “Então, me prometa.” E José prometeu. Depois disso, Israel, mesmo acamado, curvou a cabeça em sinal de submissão e gratidão.

  • Genesis, 46

    1 Assim, Israel pôs-se a caminho com tudo que possuía. Ao chegar a Berseba, prestou culto e ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai, Isaque.

    2 Na mesma noite, Deus falou a Israel numa visão: “Jacó! Jacó!” E ele disse: “Sim, estou ouvindo.”

    3-4 E Deus disse: “Eu sou o Deus de seu pai. Não tenha medo de descer para o Egito. Ali farei de você uma grande nação. Irei com você para o Egito e também o trarei de volta para cá. Na hora da sua morte, José estará ao seu lado e ele mesmo fechará seus olhos.”

    5-7 Assim, Jacó partiu de Berseba. Os filhos de Israel puseram o pai, seus filhos e suas esposas nas carroças que o faraó havia mandado para trazê-los. Eles chegaram ao Egito com os animais e os bens que haviam adquirido em Canaã. Jacó levou consigo todos os membros da família: filhos e netos, filhas e netas, todos eles.

    8 São estes os nomes dos israelitas, Jacó e seus descendentes, que desceram para o Egito: Rúben, o filho mais velho de Jacó.

    9 Os filhos de Rúben: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi.

    10 Os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma cananeia.

    11 Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari,

    12 Os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Perez e Zerá (Er e Onã haviam morrido na terra de Canaã). Os filhos de Perez foram Hezrom e Hamul.

    13 Os filhos de Issacar: Tolá, Puá, Jasube e Sinrom.

    14 Os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel.

    15 Esses são os filhos que Lia teve com Jacó em Padã-Arã; Ela também teve uma filha chamada Diná. Ao todo, eram trinta e três descendentes.

    16 Os filhos de Gade: Zefom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli.

    17 Os filhos de Aser: Imna, Isvá, Isvi e Berias, além de Sera, irmã deles, e os filhos de Berias: Héber e Malquiel.

    18 Esses são os descendentes que Zilpa, escrava que Labão deu a sua filha Lia, teve com Jacó: dezesseis ao todo.

    19-21 Os filhos de Raquel, esposa de Jacó, eram José e Benjamim. José era pai de dois filhos, Manassés e Efraim, que ele teve com Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Eles nasceram no Egito. Os filhos de Benjamim eram Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde.

    22 Esses são os descendentes que Raquel deu a Jacó, catorze ao todo.

    23 O filho de Dã: Husim.

    24 Os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém.

    25 Esses são os descendentes que Bila, escrava que Labão deu a sua filha Raquel, teve com Jacó: sete ao todo.

    26-27 Resumindo, todos os que desceram com Jacó para o Egito — seus descendentes, sem contar as esposas deles — totalizaram sessenta e seis pessoas. Incluindo os dois filhos que José teve no Egito, os membros da família de Jacó que chegaram ao Egito totalizaram setenta pessoas.

    28-29 Jacó mandou Judá na frente para obter informações de José sobre como chegar a Gósen. Quando chegaram, José mandou aprontar sua carruagem e foi encontrar-se com seu pai, Israel, em Gósen. Logo que José viu seu pai, atirou-se ao pescoço dele e chorou por um longo tempo.

    30 Israel disse a José: “Agora já posso morrer. Já vi seu rosto outra vez, e você está mesmo vivo.”

    31-34 Em seguida, José disse a seus irmãos e a toda a família: “Direi o seguinte ao faraó: ‘Meus irmãos e a família de meu pai, que viviam em Canaã, já chegaram. Os homens são pastores, sempre ganharam a vida criando animais. Eles trouxeram consigo seus rebanhos e o gado, além de todas as outras coisas que possuem’. Quando o faraó chamar e perguntar qual a ocupação de vocês, digam o seguinte: ‘Seus servos criam animais desde que se entendem por gente, e nossos pais também. Assim, ele permitirá que vocês fixem residência na região de Gósen, porque os egípcios tratam os pastores com desprezo.”

  • Genesis, 45

    1-2 José não conseguia mais se conter nem manter a pose diante de todos os seus servos. Então, ordenou: “Saiam! Fora, saiam todos daqui!” Por isso, não havia mais ninguém com José quando ele se revelou aos seus irmãos. Mas ele chorava tão alto que os egípcios não podiam deixar de ouvi-lo, e as notícias logo chegaram ao palácio do faraó.

    3 José disse a seus irmãos: “Eu sou José. Meu pai está mesmo vivo?.” Mas seus irmãos não conseguiam dizer uma única palavra. Ficaram mudos, pois não conseguiam acreditar no que estavam vendo e ouvindo.

    4-8 José pediu a seus irmãos: “Cheguem mais perto de mim.” E eles se aproximaram. “Eu sou José, o irmão que vocês venderam para o Egito. Não fiquem tristes, nem se culpem por terem me vendido. Deus estava por trás de todos os acontecimentos. Ele me enviou para cá antes de vocês para salvar vidas. Já faz dois anos que há fome na terra, e ela vai continuar por mais cinco anos. Nesse tempo, não haverá plantio nem colheita. Deus me enviou antes de vocês para preparar o caminho e garantir que um remanescente ficasse na terra, para salvar a vida de vocês por meio de um grande ato de livramento. Portanto, entendam que não foram vocês que me mandaram para cá, mas o próprio Deus. Ele fez que eu me tornasse praticamente um pai para o faraó. O rei do Egito deixou até seus assuntos pessoais aos meus cuidados e me fez governador sobre o país inteiro.

    9-11 “Agora, corram de volta para o meu pai e digam a ele: ‘Seu filho José manda dizer: Sou senhor de todo o Egito. Venha o mais rápido que puder e fique comigo aqui. Darei um lugar para o senhor viver em Gósen; assim, poderá ficar perto de mim, não apenas o senhor, mas também seus filhos, netos, rebanhos, gado e tudo o mais. Vou cuidar do senhor, pois ainda virão mais cinco anos de fome, e tomar providências para que todas as suas necessidades sejam atendidas, bem como as de todos os que forem ligados ao senhor. Não haverá falta de nada’.

    12-13 “Olhem para mim! Vejam vocês mesmos, e meu irmão Benjamim também pode ver por si próprio: sou eu mesmo que estou dizendo todas estas coisas a vocês. Contem a meu pai que tenho um cargo de grande importância no Egito, façam um relato de tudo que viram aqui. Não percam mais tempo. Vão logo buscar meu pai!”

    14-15 Então, José atirou-se ao pescoço de seu irmão Benjamim e chorou; e Benjamim chorou abraçado ao pescoço de José. Em seguida, José beijou todos os seus irmãos e chorou com eles. Só depois, seus irmãos conseguiram falar com ele.

    16 As notícias chegaram ao palácio do faraó: “Os irmãos de José estão aqui.” O faraó e todos os que trabalhavam com ele gostaram da novidade.

    17-18 Então, o faraó disse a José: “Diga a seus irmãos o seguinte: ‘Façam isto: carreguem seus animais e vão para Canaã. Reúnam a família de cada um de vocês e seu pai e venham todos para cá. Vou permitir que vivam na melhor terra do Egito. Vocês vão viver na fartura’.

    19-20 “Diga também o seguinte: ‘Quero que vocês levem carroças do Egito para trazer seus filhos, suas esposas e seu pai para cá. Não se preocupem com as coisas que não puderem trazer. O que há de melhor em todo o Egito será de vocês’.”

    21-23 E foi o que os filhos de Israel fizeram. José entregou a eles as carroças prometidas pelo faraó e alimento para a viagem. Ele deu também roupas novas para os irmãos, mas Benjamim recebeu trezentas peças de prata e várias peças de roupa. Para seu pai, enviou os seguintes presentes: dez jumentos carregados com os melhores produtos do Egito e mais dez carregados com suprimentos e provisões para a viagem de seu pai.

    24 Ao despedir-se dos irmãos, aconselhou: “Façam a viagem com calma. Nada de ficarem culpando uns aos outros.”

    25-28 Eles partiram do Egito e voltaram para seu pai Jacó, em Canaã. Ao chegar, deram a notícia: “José ainda está vivo e governa sobre toda a terra do Egito!” Jacó ficou paralisado de surpresa. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Mas, à medida que eles iam contando tudo que havia acontecido e o que José tinha dito e depois de ver as carroças enviadas por José para transportá-lo na viagem, ele recobrou o ânimo. O espírito do ancião reviveu, e ele disse: “Já ouvi o suficiente. Meu filho José ainda está vivo! Preciso ir vê-lo antes de morrer.”

  • Genesis, 44

    1-2 A José deu ordens ao mordomo da sua casa: “Encha com alimento as bolsas desses homens, tanto quanto conseguirem carregar, e coloque o dinheiro de volta na boca da bolsa de cada um. Ponha também o meu cálice, aquele cálice de prata, na boca da bolsa do caçula junto com o dinheiro trazido para comprar alimento.” E ele fez conforme José havia ordenado.

    3-5 Ao romper do dia, os homens partiram com os jumentos. Eles mal haviam deixado a cidade, quando José ordenou ao mordomo: “Corra atrás deles. Quando os alcançar, diga: ‘Por que vocês pagaram o bem com o mal? Vocês estão com o cálice em que meu senhor bebe e que ele também usa para suas adivinhações. Isso é inaceitável!’.”

    6 Ele os alcançou e repetiu as palavras de José.

    7-9 Confusos, eles disseram: “Do que você está falando? Jamais faríamos uma coisa dessas! Por acaso não trouxemos de volta desde Canaã todo o dinheiro que havíamos encontrado em nossas bolsas? Você acha que iríamos roubá-lo de novo de seu senhor? Se o cálice for encontrado com algum de nós, essa pessoa morrerá, e todos os outros serão escravos de seu senhor.”

    10 O mordomo disse: “Muito bem, então! Mas não é preciso tudo isso. Quem for achado com o cálice ficará aqui como escravo, e os outros poderão ir embora.”

    11-12 Os irmão não perderam tempo. Puseram as bolsas no chão e as abriram para que fossem examinadas. O mordomo inspecionou as bolsas, começando do mais velho para o mais novo. E o cálice foi encontrado na bolsa de Benjamim.

    13 Diante da descoberta, eles rasgaram as próprias roupas em sinal de desespero, carregaram de novo os jumentos e voltaram para a cidade.

    14 José ainda estava em casa quando Judá e seus irmãos chegaram de volta. Eles se jogaram ao chão diante de José.

    15 José interrogou-os: “Por que vocês fizeram isso? Deveriam saber que um homem como eu logo descobriria o roubo.”

    16 Falando pelos irmãos, Judá disse: “Senhor, o que podemos dizer? O que há para ser dito? Como podemos provar que somos inocentes? Deus está por trás de tudo isso, expondo a nossa maldade. Nossa culpa está diante do senhor e estamos dispostos a ser seus escravos. Estamos todos na mesma situação e somos tão culpados quanto aquele que foi encontrado com o cálice.”

    17 José retrucou: “Eu jamais faria isso com vocês. Apenas o que estava com o cálice será meu escravo. O restante está livre e pode voltar casa.”

    18-20 Judá mais uma vez tomou a palavra: “Senhor, por favor, posso dizer apenas uma coisa? Não fique zangado nem pense que sou arrogante. Pelo que sei, o senhor é tão importante quanto o faraó. O senhor nos perguntou: ‘Vocês têm pai e mais um irmão?’, e respondemos com sinceridade: ‘Temos um pai idoso e um irmão caçula que nasceu já na velhice dele. O irmão dele morreu, e ele é o único que restou daquela mãe. E seu pai o ama mais que tudo neste mundo’.

    21-22 “Então, o senhor nos disse: ‘Tragam-no aqui para que eu o veja’. Respondemos que isso era impossível: ‘O garoto não pode deixar o pai. Se isso acontecer, nosso pai morrera.

    23 “Mas o senhor insistiu: ‘Se o irmão caçula de vocês não vier, vocês não poderão nem mesmo me ver’.

    24-26 “Quando voltamos a nosso pai, contamos a ele tudo que o senhor nos disse. Por isso, quando nosso pai ordenou: ‘Voltem e comprem mais um pouco de alimento’, nós dissemos a ele, sem rodeios: ‘Impossível! Só poderemos voltar se nosso irmão caçula for conosco. Não nos será permitido nem mesmo ver o homem se nosso irmão caçula não estiver conosco’.

    27-29 “Seu servo, meu pai, protestou: ‘Vocês sabem muito bem que minha esposa me deu dois filhos. Um já não está aqui. Já me conformei com a ideia de que ele foi despedaçado por um animal, porque desapareceu. Se agora vocês levarem este também e algo ruim acontecer com ele, vou morrer de tristeza’.

    30-32 “Será que agora o senhor entende? Se eu aparecer diante do seu servo, meu pai, sem o garoto, o filho a quem ele é tão apegado, ele morrerá na hora em que perceber que o garoto não voltará para ele. Ele morrerá de tristeza, e nós, seus servos que estamos aqui na sua presença, seremos os responsáveis por sua morte. E tem mais. Foi com esta promessa que convenci meu pai a liberar o garoto para mostrá-lo ao senhor: ‘Se eu não o trouxer de volta, serei culpado diante do senhor, meu pai, pelo resto da minha vida.

    33-34 “Portanto, imploro que me deixe ficar aqui como seu escravo, mas não o garoto. Permita que ele volte com seus irmãos. Como eu poderia olhar nos olhos do meu pai sem o garoto? Ah! Não me obrigue a voltar e assistir ao meu pai morrer de tristeza.”

  • Genesis, 43

    1-2 A fome na terra agravou-se. A família de Jacó já havia consumido todo o alimento trazido do Egito, e, um dia, o pai decidiu: “Voltem ao Egito e tragam um pouco mais de suprimento.”

    3-5 Mas Judá lembrou: “O homem nos avisou e foi categórico: ‘Vocês nem me verão se não trouxerem seu irmão com vocês’. Se o senhor estiver disposto a deixar nosso irmão seguir conosco, iremos e traremos alimento. Caso contrário, não arredamos pé daqui. De nada iria adiantar, pois o homem nos disse: ‘Vocês nem me verão se não trouxerem seu irmão com vocês’.”

    6 Israel gemeu: “Por que vocês me complicam a vida? Por que foram dizer ao homem que tinham outro irmão?.”

    7 Eles responderam: “O homem estava nos pressionando e fazendo perguntas sobre nossa família: ‘O pai de vocês ainda está vivo? Vocês têm outro irmão?’. Nós apenas respondemos às perguntas que ele fez. Como íamos adivinhar que ele iria dizer: ‘Tragam seu irmão’”?

    8-10 Judá insistiu com Israel: “Deixe o garoto ir com a gente. Eu cuidarei dele. Se não formos ao Egito, vamos todos morrer de fome aqui — nós, o senhor e nossos filhos também! Eu mesmo assumo a responsabilidade pela segurança dele. É minha vida pela vida dele. Se eu não o trouxer de volta são e salvo, assumirei toda a culpa. Se já tivéssemos partido, em vez de ficar aqui perdendo tempo, já teríamos ido e voltado duas vezes.”

    11-14 Diante desse argumento, Israel desistiu: “Se tem de ser assim, assim será. Mas façam o seguinte: ponham na bagagem alguns dos produtos mais finos da terra como presente para aquele homem—bálsamo, mel, especiarias, perfumes, pistache e amêndoas. Levem bastante dinheiro, paguem em dobro, por causa do dinheiro que foi devolvido à bolsa de cada um. Deve ter sido um engano. Agora, peguem seu irmão e vão! Vão procurar aquele homem, e que o Deus Forte faça que ele veja vocês com bons olhos e mande de volta seu outro irmão junto com Benjamim. No que me diz respeito, já perdi as esperanças.”

    15-16 E eles partiram, levando os presentes, dinheiro em dobro e Benjamim. Não perderam tempo e logo estavam outra vez diante de José, no Egito. Quando José viu que Benjamim estava com eles, disse ao mordomo da sua casa: “Leve estes homens para casa e deixe-os à vontade. Mate um animal e prepare uma refeição. Eles vão almoçar comigo.”

    17-18 O mordomo fez o que José havia ordenado e levou-os para dentro. Mas eles ficaram preocupados quando viram que estavam sendo levados para a casa de José e pensaram: “Só pode ser por causa do dinheiro. Ele pensa que fugimos com o dinheiro na primeira viagem e agora estamos nas mãos dele. Ele vai nos transformar em escravos e ficar com nossos jumentos.”

    19-22 Eles acompanharam o mordomo de José e, à entrada da casa, disseram: “Por favor, ouça-nos! Viemos aqui da outra vez para comprar alimento. No caminho de volta, logo na primeira noite, abrimos as bolsas e encontramos nosso dinheiro na boca de cada uma delas, a exata quantia que havíamos pago. Trouxemos todo esse dinheiro de volta e o suficiente para comprar mais alimento. Não temos a menor ideia de quem pôs o dinheiro nas bolsas.”

    23 O mordomo os tranquilizou: “Está tudo certo. Não se preocupem. Deve ter sido uma dádiva do seu Deus e do Deus de seu pai, porque recebi tudo que me era devido.” Em seguida, ele foi buscar Simeão.

    24-25 Por fim, levou os irmãos para dentro da casa de José e os deixou à vontade. Providenciou água para lavarem os pés e palha para alimentar os jumentos. Os irmãos pegaram os presentes que haviam trazido enquanto esperavam a chegada de José, marcada para o meio-dia, pois haviam sido avisados de que almoçariam com ele.

    26 Quando José chegou, eles entregaram os presentes e curvaram-se em sinal de reverência.

    27 Depois de cumprimentá-los, José perguntou: “E o pai de vocês, o homem idoso de quem me falaram, ele está bem? Ainda está vivo?”

    28 Eles disseram: “Sim, seu servo, nosso pai, está muito bem e ainda vive.” E, de novo, eles se curvaram em sinal de reverência diante dele.

    29 José olhou para seu irmão Benjamim, filho de sua mãe, e perguntou: “É este o irmão caçula de quem me falaram?” Em seguida, o abençoou: “Deus de sua graça a você, meu filho.”

    30-31 Profundamente comovido ao ver seu irmão e a ponto de desabar em lágrimas, José retirou-se depressa, foi para outro aposento e ali chorou bastante. Em seguida, lavou o rosto, controlou-se e disse: “Vamos comer.”

    32-34 José foi servido numa mesa à parte, separado dos irmãos que, por sua vez, estavam separados dos egípcios (os egípcios não se sentam à mesa com nenhum hebreu, pois é repulsivo para eles). Os irmãos estavam sentados de frente para José, por ordem de idade, do mais velho até o mais novo, e olhavam admirados uns para os outros, imaginando o que aconteceria em seguida. Os irmãos foram servidos com a comida da mesa de José, mas o prato de Benjamim veio bem mais cheio que os dos outros. Assim, os irmãos festejaram com José e beberam à vontade.

  • Genesis, 42

    1-2 Quando Jacó ficou sabendo que havia alimento no Egito, disse a seus filhos: “Por que vocês estão aí sentados, olhando uns para os outros? Fui informado de que há comida no Egito. Desçam para lá e comprem um pouco, para que possamos sobreviver, em vez de morrer de fome.”

    3-5 Dez irmãos de José desceram ao Egito para comprar alimento. Jacó não permitiu que Benjamim, irmão de José, fosse com eles: tinha medo de que algo ruim acontecesse ao rapaz. Os filhos de Israel acompanharam a caravana que seguia para o Egito pelo mesmo motivo, pois a terra de Canaã também havia sido atingida pela fome.

    6-7 José estava administrando o país. Era ele quem fornecia alimento para. o povo. Quando os irmãos de José chegaram, eles o trataram com reverência, curvando-se diante dele. José os reconheceu de imediato, mas resolveu tratá-los como estranhos e falou asperamente com eles. Ele perguntou: “De onde são vocês?” Eles responderam: “De Canaã. Estamos aqui para comprar alimento.”

    8 José sabia quem eles eram, mas eles não o reconheceram.

    9 Lembrando-se dos sonhos que havia tido a respeito deles, José falou: “Vocês são espiões! Vieram ver os pontos mais desguarnecidos da nossa terra.”

    10-11 Mas eles se defenderam: “Senhor, não é isso. Viemos apenas comprar alimento. Somos todos filhos de um único homem. Somos homens honestos, jamais pensaríamos em espionar a terra.”

    12 José insistiu: “Não acredito. Vocês são espiões e vieram ver os pontos fracos do país.”

    13 Eles responderam: “Éramos doze irmãos, filhos do mesmo pai na terra de Canaã. O caçula ficou com nosso pai, e o outro já não está mais entre nós.”

    14-16 Mas José estava irredutível: “Nada me convence de que vocês não sejam espiões. Vou fazer uma prova com vocês. Juro pela vida do faraó que vocês não vão sair daqui enquanto não trouxerem seu irmão mais novo para que eu o veja. Mandem um de vocês ir buscá-lo, e os outros ficam presos aqui. Assim, vou saber se estão dizendo a verdade ou não. Pela vida do faraó, afirmo que vocês são espiões.”

    17 Em seguida, mandou prendê-los por três dias.

    18-20 No terceiro dia, José disse a eles: “Vamos fazer o seguinte, para que vocês não morram, porque sou um homem temente a Deus. Se forem honestos como dizem, um de vocês ficará preso aqui, e os outros voltarão para levar alimento e matar a fome de suas famílias. Mas terão de trazer seu irmão caçula à minha presença, para confirmar o que me disseram. Assim, nenhum de vocês morrerá.” Eles concordaram.

    21 Quando José terminou, eles começaram a falar entre si: “Estamos pagando pelo que fizemos com nosso irmão! Vimos como ele estava apavorado, pedindo clemência, e nem ligamos. Agora, somos nós que estamos em apuros.”

    22 Rúben os interrompeu: “Eu não disse a vocês: ‘Não façam mal ao garoto’? Mas vocês não me ouviram. Agora estamos pagando pelo assassinato dele.”

    23-24 José falava com eles por meio de um intérprete; por isso; eles nem imaginavam que José entendia tudo que diziam. E, por entender tudo, ele se afastou dali para chorar. Quando se recompôs, mandou que amarrassem Simeão, que seria agora seu prisioneiro. Os outros apenas assistiam a tudo.

    25 Logo depois, José ordenou que enchessem as bolsas com grãos, mas que o dinheiro fosse devolvido a cada bolsa. Mandou também que dessem a eles mantimentos para a viagem. E assim foi feito.

    26 Eles carregaram os jumentos com os suprimentos e partiram.

    27-28 Ao fazer a primeira parada, para passar a noite, um deles foi pegar comida para o jumento. Quando abriu a bolsa, viu que seu dinheiro estava ali, bem à mostra. Ele chamou os outros irmãos e disse: “Meu dinheiro foi devolvido! Está aqui na minha bolsa!.” Eles ficaram confusos e assustados. Diziam: “O que Deus está fazendo conosco?.”

    29-32 Quando chegaram de volta à terra de Canaã, contaram a Jacó tudo que havia acontecido, dizendo: “O homem que administra a terra foi muito rude conosco e ainda nos acusou de espionagem. Dissemos a ele: ‘Somos gente honesta, não espiões. Éramos doze irmãos, filhos do mesmo pai. Um não está mais entre nós, e o outro está com nosso pai em Canaã’.

    33-34 “Mas o senhor daquela terra disse: ‘Deixem aqui comigo um de seus irmãos e vão levar a comida para matar a fome da família de vocês. Tragam a mim o irmão caçula de vocês. Será a prova de que vocês são honestos, não espiões. Só então, devolverei seu irmão, e vocês terão livre acesso a este país’.”

    35 Ao esvaziar as bolsas carregadas de alimento, cada um deles encontrou o dinheiro em sua bolsa. Quando viram o dinheiro, os irmãos e seu pai ficaram preocupados.

    36 O pai suspirou: “Vocês estão acabando comigo! Já perdi José, fiquei, sem Simeão e agora vocês querem levar Benjamim. Se eu permitir, acabo ficando sozinho no mundo.”

    37 Diante disso, Rúben fez ao pai a seguinte proposta: “Deixarei meus dois filhos como reféns. Se eu não trouxer Benjamim de volta, o senhor pode matá-los. Deixe Benjamim sob minha responsabilidade, e eu o trarei de volta.”

    33 Mas Jacó não concordou: “Meu filho não vai para lá com vocês! Seu irmão já morreu, e ele é tudo que me resta. Se acontecer algo ruim com ele durante a viagem, vou morrer de tristeza.”