Autor: clodh

  • Genesis, 31

    1-2 Jacó ficou sabendo o que os filhos de Labão falavam dele: Jacó usou a riqueza de nosso pai para enriquecer à custa dele.” Ao mesmo tempo, Jacó percebeu que o comportamento de Labão havia mudado para com ele: não existia mais cordialidade.

    3 Foi, então, que o Eterno disse a Jacó: “Volte para casa, para o lugar em que você nasceu. Eu acompanharei você.”

    4-9 Jacó mandou um recado para Raquel e Lia, para que fossem se encontrar com ele no campo, onde os rebanhos estavam. Ele disse: “Tenho notado que o pai de vocês não é mais o mesmo comigo, não me trata como antes. Mas o Deus de meu pai ainda é o mesmo e está comigo. Vocês são testemunhas de como trabalhei para seu pai. Ainda assim, ele me enganou diversas vezes, mudando sempre o meu salário. Mas Deus nunca permitiu que ele me prejudicasse. Quando ele dizia: ‘Seu salário agora serão os animais malhados’, o rebanho todo começava a ter filhotes malhados. Quando dizia: ‘De agora em diante, seu salário será pago com os animais listrados’, o rebanho inteiro começava ater filhotes listrados. Várias vezes, Deus usou os animais do pai de vocês para me recompensar.

    10-11 “Certa vez, os rebanhos estavam na época de acasalamento, e tive um sonho: vi os bodes, todos listrados, manchados ou malhados, e estavam acasalando. No sonho, um anjo de Deus me chamou e disse: ‘Jacó’. Eu disse: ‘Sim?’.

    12-13 “Ele me disse: ‘Olhe bem. Veja que todos os bodes do rebanho que estão acasalando são listrados, manchados ou malhados. Sei o que Labão tem feito a você. Eu sou o Deus de Betel, onde você consagrou uma coluna e me fez um voto. Agora vá, saia deste lugar e volte para sua terra natal’.”

    14-16 Raquel e Lia disseram: “Por acaso, ele nos tratou melhor? Recebemos tratamento pior que o de estranhas. Ele só queria o dinheiro que conseguiu nos vendendo, e até já gastou tudo. Todos os bens que Deus tirar do nosso pai e nos devolver será justo, pois são nossos e de nossos filhos. Vá em frente! Faça o que Deus disse!.”

    17-18 E foi o que Jacó fez. Acomodou seus filhos e esposas sobre camelos, reuniu seus animais e tudo que havia adquirido em Padã-Arã, disposto a tomar o rumo da casa de seu pai Isaque, na terra de Canaã.

    19-21 Numa hora em que Labão estava tosquiando as ovelhas, Raquel roubou os deuses da casa de seu pai. Jacó havia ocultado seus planos tão bem que Labão nem fazia ideia do que estava acontecendo. Toda aquela movimentação passou despercebida a ele. Jacó partiu com tudo que ele possuía e, em pouco tempo, já estava do outro lado do Eufrates, seguindo para a região montanhosa de Gileade.

    22-24 Três dias depois, Labão recebeu a notícia: “Jacó fugiu.” Labão reuniu seus parentes e saiu em perseguição dele. Sete dias depois, alcançou-o na região montanhosa de Gileade. Mas, naquela noite, Deus apareceu em sonho a Labão, o arameu, e disse: “Cuidado com o que você vai fazer a Jacó!”

    25 Quando Labão o alcançou, as tendas de Jacó estavam armadas nas montanhas de Gileade, e Labão armou as suas no mesmo lugar.

    26-30 Labão disse: “O que você tinha na cabeça quando resolveu não me contar nada e sair às escondidas, levando embora minhas filhas, como se fossem prisioneiras de guerra? Por que você resolveu fugir como faz um ladrão durante a noite? Por que não me contou nada? Pois eu teria feito uma grande festa de despedida para você, com música, flautas e tamborins! Mas você não permitiu nem mesmo que eu desse um beijo em minhas filhas e meus netos. Foi uma burrice da sua parte. Se eu quisesse, poderia acabar com você agora mesmo, mas o Deus de seu pai falou comigo na noite passada: ‘Cuidado com o que você vai fazer com Jacó’. Eu até entendo. Você foi embora porque estava com saudades de casa. Mas por que você roubou os deuses da minha casa?.”

    31-32 Jacó respondeu a Labão: “Eu fiquei com medo de você tirar suas filhas de mim por meio da força bruta. Mas, quanto aos seus deuses, se você os encontrar com alguma pessoa aqui, essa pessoa será morta. Procure aqui, na frente de todos nós. Se encontrar alguma coisa que pertença a você, pode levar.” Jacó não sabia que Raquel havia roubado os deuses.

    33-35 Labão entrou na tenda de Jacó, na de Lia e nas tendas das duas escravas, mas não os encontrou. Quando saiu da tenda de Lia, foi para a de Raquel. Mas ela havia escondido os deuses dentro de uma almofada e estava sentada sobre ela. Depois que Labão revirou a tenda sem achar coisa alguma, Raquel disse a ele: “Meu senhor, não pense que não o respeito por não me levantar diante do senhor, mas estou naqueles dias.” Por isso, ele virou e revirou o lugar, mas não encontrou os deuses da sua casa.

    36-37 Então, foi a vez de Jacó ficar zangado, e ele esbravejou contra Labão: “E agora, que crime eu cometi, que mal eu fiz, para que você me atormentasse desse jeito? Você já deu uma busca em toda a casa. Por acaso encontrou uma única coisa que pertencesse a você? Mostre-a, quero ver! As duas famílias aqui podem ser os jurados e decidir por nós.

    38-42 “Durante os vinte anos em que trabalhei para você, as fêmeas de ovelhas e cabras nunca perderam suas crias. Nunca me alimentei dos carneiros do seu rebanho. Jamais deixei de indenizar você por algum animal que tivesse sido devorado por alguma fera: paguei tudo do meu bolso. Na verdade, você me obrigava a pagar, quer eu tivesse culpa, quer não. Eu saía sempre, não importava como estivesse o tempo, fosse um calor de rachar, fosse um frio de congelar, e passei muitas noites em claro. Durante vinte anos, foi o que fiz: trabalhei como escravo durante catorze anos em troca de suas duas filhas e mais seis anos por seu rebanho, e você mudou meu salário dez vezes. Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque, não estivesse comigo, você teria me mandado embora sem um centavo no bolso. Mas Deus viu a situação em que eu me encontrava e como trabalhava duro. Então, ontem à noite, ele pronunciou seu veredito.”

    43-44 Mas Labão se defendeu: “As filhas são minhas, as crianças são minhas e o rebanho é meu. Tudo que está aí é meu. Mas que posso fazer no caso de minhas filhas e dos filhos que elas tiveram? Vamos acertar as coisas entre nós e fazer uma aliança. Deus será nossa testemunha.”

    45 Jacó pôs uma pedra na posição vertical, como uma coluna.

    46-47 Em seguida, chamou sua família e disse: “Tragam mais pedras!.” Eles juntaram pedras, fizeram uma pilha e comeram ali ao lado do monumento improvisado. Labão deu a ele um nome aramaico, Jegar-Saaduta (Monumento da Testemunha). Jacó fez o mesmo, mas com um nome hebraico: Galeede (Monumento da Testemunha).

    48-50 Labão disse: “A partir de agora, este monumento será testemunha entre mim e você.” (É por isso que se chama Galeede, Monumento da Testemunha.) Ele também se chama Mispá (Torre de Vigia), pois Labão disse: “O Eterno vigie entre mim e você, quando um não estiver vendo o outro. Se você maltratar minhas filhas ou tomar outra mulher por esposa quando ninguém estiver por perto, Deus verá e será testemunha entre nós”

    51-53 Labão disse ainda a Jacó: “Este monumento e esta coluna de pedras que erigi servirão de testemunhas de que não passarei deste ponto para prejudicá-lo nem você passará para o outro lado com a intenção de me prejudicar. O Deus de Abraão e o Deus de Naor (o Deus do antepassado deles) fará justiça entre nós.”

    53-55 Jacó jurou em nome do Temor, o Deus de seu pai, Isaque, e ofereceu um sacrifício na montanha. Também prestou culto ali, chamando todos os membros da família para a refeição. Eles comeram e passaram a noite na montanha. Labão levantou-se bem cedo na manhã seguinte, beijou os netos e as filhas, abençoou todos eles e foi embora para casa.

  • Genesis, 30

    1 Quando Raquel se deu conta de que não conseguia dar filhos a Jacó, teve ciúme de sua irmã e foi reclamar com Jacó: “Dê-me filhos, senão morrerei!”

    2 Jacó ficou irritado com Raquel e retrucou: “Por acaso sou Deus? Sou eu que não te dou filhos?”

    3-5 Raquel respondeu: “Aqui está Bila, minha escrava. Deite-se com ela. Que ela me substitua e que eu tenha um filho por meio dela. Pelo menos assim, vou constituir família.” E deu Bila por esposa a Jacó. Ele se deitou com ela, e Bila engravidou, dando um filho a Jacó.

    6-8 Raquel disse: “Deus está do meu lado e me fez justiça. Ele me ouviu e deu-me um filho.” E deu a ele o nome de Dã (Justiça). Bila, serva de Raquel, engravidou de novo e deu o segundo filho a Jacó. Raquel disse: “Fui para uma luta de tudo ou nada com minha irmã e venci.” E deu a ele o nome de Naftali (Luta).

    9-13 Quando Lia percebeu que não procriava mais, deu sua escrava Zilpa como esposa a Jacó, e Zilpa teve um filho dele. Lia disse: “Que sorte!” E deu ao menino o nome de Gade (Afortunado). Quando Zilpa, serva de Lia, teve o segundo filho com Jacó, Lia exclamou: “Que dia feliz! As mulheres me darão os parabéns pela minha felicidade.” E deu a esse filho o nome de Aser (Feliz).

    14 Certo dia, durante a colheita do trigo, Rúben achou algumas mandrágoras no campo e levou-as para casa, como presente para Lia. E Raquel perguntou a Lia: “Posso ficar com algumas das mandrágoras que seu filho trouxe?”

    15 Mas Lia retrucou: “Será que não basta você ter roubado meu marido? Agora quer também as mandrágoras do meu filho?” Raquel respondeu: “Tudo bem. Vou deixar que ele se deite com você esta noite em troca das mandrágoras que seu filho trouxe.”

    16-21 Quando Jacó voltou do campo e chegou em casa, à noite, Lia foi ao seu encontro: “Deite-se comigo esta noite. Troquei as mandrágoras de meu filho por uma noite com você.” Então, ele se deitou com ela naquela noite, e Deus ouviu a oração de Lia. Ela engravidou e teve seu quinto filho com Jacó. Lia disse: “Deus me recompensou por eu ter dado minha escrava ao meu marido.” E deu a ele o nome de Issacar (Permutado). Lia engravidou mais uma vez e teve seu sexto filho com Jacó, dizendo: “Deus me deu um presente maravilhoso. Desta vez, meu marido até me dará presentes. Afinal, já lhe dei seis filhos!” E deu ao menino o nome de Zebulom (Honra). Por último, teve uma menina e deu a ela o nome de Diná.

    22-24 Mas Deus também se lembrou de Raquel. Ouviu a oração dela e permitiu que ela engravidasse. Ela teve um menino e disse: “Deus pôs um fim à minha humilhação.” E deu a ele o nome de José (Acréscimo), orando: “Que o Eterno me de ainda outro filho.”

    25-26 Depois que Raquel teve José, Jacó falou a Labão: “Permita que eu regresse para a minha terra. Quero minhas esposas, porque trabalhei por elas, e meus filhos. Você é testemunha de como trabalhei duro para você.”

    27-28 E Labão disse: “Eu prefiro você aqui. Consultei o Eterno e fiquei sabendo que ele tem me abençoado por sua causa.” E continuou: “Por isso, diga quanto quer de salário, e eu pagarei.”

    29-30 Jacó respondeu: “Você bem sabe quanto meu trabalho tem significado e como seus rebanhos aumentaram sob meus cuidados. O rebanho minúsculo que você tinha quando cheguei hoje é bem grande. Tudo que fiz trouxe bênçãos para você. Será que não chegou a hora de eu fazer alguma coisa pela minha família?.”

    31-33 “Quanto devo a você?”, perguntou Labão. Jacó disse: “Você não me deve nada. Mas tenho uma sugestão. Voltarei a pastorear e cuidar de seus rebanhos. Vou passar por todo o seu rebanho hoje e separar todas as ovelhas malhadas ou manchadas, todos os cordeiros de cor escura e todos os cabritos manchados ou malhados. Eles serão meu pagamento. Assim, não haverá nenhuma desconfiança na hora de calcular meu pagamento. Se você encontrar algum cabrito que não seja manchado ou malhado ou alguma ovelha que não seja preta, saberá que eu os roubei.”

    34 Labão concordou: “Parece justo. Combinado, então!”

    36-36 Mas, naquele mesmo dia, Labão retirou todos os bodes manchados e listrados e todas as cabras manchadas e malhadas, todo animal que tivesse mesmo uma única pinta branca, e também as ovelhas pretas, e os pôs ao cuidado dos filhos, longe de Jacó numa distância equivalente a três dias de viagem. Enquanto isso, Jacó continuava a pastorear o que havia restado do rebanho de Labão.

    37-42 Mas Jacó tinha um plano: arrancou galhos de álamo, amendoeira e plátano e retirou a casca, criando o efeito de listras brancas. Ele prendeu os galhos descascados diante do bebedouro usado pelos rebanhos. Na época do acasalamento, os animais vinham beber e acasalavam em frente aos galhos listrados. Como resultado, os filhotes que nasciam eram listrados, malhados ou manchados. Jacó posicionava as ovelhas diante dos animais escuros de Labão. Dessa maneira, ele separou rebanhos diferentes para si, sem os misturar com os de Labão. Quando os animais fortes estavam na época de acasalamento, Jacó colocava os galhos no bebedouro à vista deles, para que acasalassem diante dos galhos. Mas não colocava os galhos diante dos animais fracos. Dessa maneira, os animais fracos ficavam para Labão, e os mais fortes, para Jacó.

    43 Assim, o homem ia ficando cada vez mais rico, possuindo rebanhos enormes e muitos empregados, além de camelos e jumentos.

  • Genesis, 29

    1-3 Jacó seguiu viagem em direção ao povo do Oriente e chegou a um poço situado numa área aberta. Três rebanhos de ovelhas se aglomeravam à volta dele. Era daquele poço que os rebanhos bebiam, e ele estava coberto por uma pedra muito grande. Depois que todos os rebanhos chegavam, os pastores rolavam a pedra e davam água para as ovelhas. Em seguida, rolavam a pedra de volta para cobrir o poço.

    4 Jacó perguntou aos pastores: “Amigos, de onde vocês são?” Eles responderam: “Somos de Harã.”

    5 “Vocês conhecem Labão, filho de Naor?”, indagou Jacó. “Sim, conhecemos.”

    6 Jacó continuou perguntando: “Ele está bem?” Eles responderam: “Sim, muito bem. E ali está chegando Raquel, filha dele, trazendo o rebanho.”

    7 Jacó disse: “Ainda vai demorar para escurecer. Acho que ainda não está na hora de recolher as ovelhas, está? Deem água para os rebanhos e levem as ovelhas de volta ao pasto.”

    8 Eles disseram: “Não podemos fazer isso. Temos de esperar até que todos os pastores cheguem aqui. É preciso muita gente para rolar a pedra do poço. Só depois é que os rebanhos podem beber.”

    9-13 Enquanto Jacó conversava com eles, Raquel chegou com o rebanho do pai. Ela era pastora. Assim que viu Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, chegando com as ovelhas do seu tio Labão, Jacó rolou sozinho a pedra da boca do poço e deu água às ovelhas. Em seguida, beijou Raquel e se derramou em lágrimas. Contou à moça que era parente do pai dela, filho de Rebeca. Ela correu e contou tudo ao pai. Quando soube da novidade — Jacó, filho de sua irmã, estava na cidade! —, Labão correu ao encontro dele, abraçou-o, beijou-o e o levou para casa. Já acomodado, Jacó fez a Labão um relato completo da viagem.

    14-15 Labão reconheceu: “Você é meu parente, sangue do meu sangue!.” Depois de um mês que Jacó estava com ele, Labão propôs: “Você é meu sobrinho; por isso, não deve ficar trabalhando de graça. Diga-me quanto quer receber. Quanto seria justo?”

    16-18 Labão tinha duas filhas. Lia era a mais velha, e Raquel, a caçula. Lia tinha belos olhos, mas Raquel era de uma beleza impressionante. E Jacó amava Raquel. Jacó respondeu: “Trabalharei para você durante sete anos em troca de Raquel, sua filha mais nova.”

    19 Labão gostou da ideia: “Combinado! É muito melhor que eu a dê a você que mais tarde ter de concordar em que ela se case com alguém de fora. Fique aqui comigo.”

    20 Assim, Jacó trabalhou sete anos em troca de Raquel. Mas, para ele, pareceram poucos dias, porque a amava muito.

    21-24 No prazo acertado, Jacó disse a Labão: “Agora, quero minha esposa. Já cumpri minha parte do acordo. Estou pronto para consumar meu casamento.” Labão convidou toda a população local e deu uma grande festa. Mas, quando chegou a noite, foi Lia quem ele conduziu ao leito nupcial, e Jacó deitou-se com ela. (Labão deu a Lia uma escrava chamada Zilpa, para que a servisse.)

    25 Quando o dia clareou, lá estava Lia no leito nupcial! Jacó foi tomar satisfações com Labão: “Por que você me fez isso? Não trabalhei todo esse tempo em troca da mão de Raquel? Por que você me trapaceou?”

    26-27 Labão respondeu: “Não é assim que costumamos fazer aqui. Não damos a filha mais nova em casamento antes da mais velha. Aproveite sua semana de lua de mel, e darei a você também a outra. Mas isso custará mais sete anos de trabalho.”

    28-30 Jacó concordou. Ao completar a semana de lua de mel, Labão entregou Raquel a ele. (E deu a Raquel uma escrava chamada Bila, para que a servisse.) Jacó deitou-se com Raquel, e ele amava a Raquel mais que a Lia. Por causa dela, trabalhou mais sete anos para Labão.

    31-32 Quando o Eterno viu que Lia era menos amada, fez dela uma mulher fértil, enquanto Raquel era estéril. Lia engravidou e teve um filho. Deu a ele o nome de Rúben (Veja! É um Menino!). E disse: “Sem dúvida, é um sinal de que o Eterno olhou para a minha desgraça, um sinal de que agora meu marido há de me amar.”

    33-35 Ela engravidou outra vez. Teve outro menino e disse: “O Eterno soube que eu era menos amada e me deu este filho também.” E deu a ele o nome de Simeão (O Eterno Ouviu). Depois disso, engravidou mais uma vez: outro menino. E disse: “Quem sabe agora meu marido se afeiçoará a mim! Já lhe dei três filhos!” Por isso, deu a ele o nome de Levi (Afeição). Tempos depois, engravidou do quarto filho. E disse: “Desta vez, louvarei o Eterno.” E deu ao menino o nome de Judá (Louvado Seja o Eterno). E não teve mais filhos.

  • Genesis, 28

    1-2 Isaque mandou chamar Jacó e o abençoou. Ele ordenou ao filho: “Não se case com mulher alguma do povo cananeu. Não fique por aqui. Vá para Padã-Arã, para a família de Betuel, pai de sua mãe. Case-se com uma das filhas de seu tio Labão.

    3-4 “Que o Deus Forte abençoe você com muitos filhos, um verdadeiro ajuntamento de povos, e que ele de a você e aos seus descendentes a bênção de Abraão, para que tomem posse desta terra por herança, a terra que Deus deu a Abraão.”

    5 Essa foi a despedida de Isaque e Jacó, que partiu para Padã-Arã ao encontro de Labão, filho de Betuel, o arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e Esaú.

    6-9 Esaú ficou sabendo que Isaque havia abençoado Jacó e que o tinha mandado para Padã-Arã, a fim de casar-se ali. Também soube da ordem acrescentada à bênção: “Não se case com mulher alguma do povo cananeu”, e que Jacó havia obedecido e seguido para Padã-Arã. Ao perceber quanto o pai detestava as mulheres do povo cananeu, viajou para o território de Ismael e, ali, casou-se com Maalate, irmã de Nebaiote e filha de Ismael, filho de Abraão. Ela veio juntar-se às esposas que ele já possuía..

    10-12 Jacó saiu de Berseba a caminho de Harã. Ao escurecer, procurou um lugar para passar a noite. Na hora de deitar, ajeitou uma pedra debaixo da cabeça, no lugar de um travesseiro. Ele dormiu e teve um sonho: uma escada apoiada na terra chegava até o céu, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.

    13-15 De repente, o Eterno apresentou-se a ele e disse: “Eu sou o Eterno, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Dou a você e a seus descendentes esta terra em que você está dormindo. Seus descendentes serão numerosos como o pó da terra. Eles se espalharão de norte a sul e de leste a oeste. Por meio de você e de seus descendentes, todas as famílias da terra serão abençoadas. Vou estar sempre com você e o protegerei aonde quer que vá. Também vou trazer você de volta a esta terra. E, até que eu tenha cumprido tudo que prometi, não vou deixar você.”

    16-17 Jacó acordou e exclamou: “Sem dúvida, o Eterno está neste lugar, e eu não sabia!.” Ele estava apavorado e balbuciava, incapaz de conter o espanto: “Que coisa inacreditável, maravilhosa e santa! Esta é a Casa de Deus! É a porta do céu.”

    18-19 Jacó levantou-se de manhã bem cedo e pôs a pedra que havia usado como travesseiro na posição vertical, como uma coluna para memorial. Depois disso, derramou óleo sobre ela e deu ao lugar o nome de Betel (Casa de Deus). Até aquele dia, a cidade se chamava Luz.

    20-22 Jacó ainda fez um voto: “Se Deus me acompanhar e me proteger nesta viagem, se ele me der roupa e alimento e me levar em segurança de volta à casa de meu pai, o Eterno será o meu Deus. Esta pedra que levanto como coluna para memorial marcará este lugar como o local da habitação de Deus. Além disso, de tudo que ele me der, devolverei a décima parte.”

  • Genesis, 27

    1 Isaque já estava muito velho e quase cego; por isso, um dia ele chamou Esaú e disse ao seu filho mais velho: “Meu filho!”

    2-4 Isaque disse: “Já estou velho e posso morrer qualquer dia desses. Faça-me um favor: pegue a sua aljava com as flechas e o seu arco, saia para o campo e traga alguma caça para mim. Em seguida, prepare uma boa refeição, do jeito que você sabe que eu gosto, para que eu coma. Assim, antes de morrer, poderei dar a bênção que tenho para você.”

    5-7 Rebeca escutou toda a conversa entre Isaque e Esaú. Logo que Esaú saiu para caçar, Rebeca disse a Jacó: “Acabei de escutar seu pai falando com seu irmão Esaú. Ele disse: ‘Traga alguma caça para mim e me prepare uma boa refeição, para que eu coma e possa abençoá-lo com a bênção de Deus antes de morrer’.

    8-10 “Meu filho, agora escute bem o que vou dizer e faça exatamente o que eu mandar. Vá até o rebanho e traga-me dois cabritos. Escolha aos melhores. Vou preparar uma boa refeição com eles, do jeito que seu pai gosta, e você vai levar a comida para ele. Assim, ele vai abençoar você depois de comer e antes de morrer.”

    11-12 Jacó argumentou: “Mas, mãe, meu irmão Esaú é cheio de pelos, e eu tenho a pele lisa. E se meu pai encostar em mim? Ele vai pensar que estou tentando enganá-lo. Vou acabar atraindo maldição sobre mim, não bênção.”

    13 Sua mãe respondeu: “Se isso acontecer, que a maldição recaia sobre mim. Agora, faça o que eu disse. Vá buscar os cabritos!.”

    14 Ele foi, escolheu aos cabritos e trouxe-os para sua mãe. Ela preparou uma boa refeição, do jeito que Isaque tanto gostava.

    15-17 Rebeca pegou as melhores roupas de Esaú, seu filho mais velho, e vestiu Jacó, o mais novo, com elas. Com o couro dos cabritos, cobriu as mãos e a nuca de Jacó e, depois, entregou a seu filho Jacó a deliciosa refeição que havia preparado e um pão que havia acabo de assar.

    18 Assim, ele foi até onde seu pai estava e apresentou-se: “Meu pai!.” “Sim? Qual dos meus filhos está aí?”, perguntou Isaque.

    19 Jacó respondeu: “É Esaú, seu filho mais velho. Fiz o que o senhor me disse. Agora, sente-se e coma da minha caça, para que possa dar a bênção que o senhor tem para mim.”

    20 Isaque estranhou: “Mas, já? Como você conseguiu a caça tão depressa?” “Seu Deus, o Eterno, preparou o caminho para mim.”

    21 Isaque pediu: “Chegue mais perto, filho, para que eu possa tocá-lo. Você é mesmo meu filho Esaú?”

    22-23 Jacó aproximou-se do pai. Isaque o tocou e disse: “A voz é de Jacó, mas as mãos são de Esaú.” E não o reconheceu, porque as mãos de Jacó estavam peludas como as de seu irmão Esaú.

    23-24 O momento de dar a bênção estava chegando, e Isaque insistiu na pergunta: “Você tem certeza? É mesmo meu filho Esaú?” “Sim, sou eu mesmo.”

    25 Diante da resposta, Isaque disse: “Traga-me a comida, para que eu coma da caça que meu filho apanhou e, então, de a bênção que tenho preparada.” Jacó trouxe a comida, e Isaque comeu. Trouxe vinho também, e ele bebeu.

    26 Quando terminou, Isaque disse: “Filho, chegue mais perto e me de um beijo.”

    27-29 Jacó se aproximou e beijou o pai. Isaque sentiu o cheiro das roupas que ele estava usando e, por fim, o abençoou: “Ah! O cheiro de meu filho é como o cheiro do campo abençoado pelo Eterno. Que Deus de a você do orvalho do céu e fartura de grãos e de vinho da terra. Que os povos sirvam a você e as nações o respeitem. Você dominará sobre seus irmãos, e os filhos de sua mãe haverão de honrá-lo. Os que amaldiçoarem você serão amaldiçoados, e os que abençoarem você serão abençoados.”

    30-31 Instantes depois de Isaque ter abençoado Jacó, assim que este se retirou, Esaú chegou da caçada. Ele também preparou uma refeição deliciosa. Pôs a comida diante de seu pai e disse: “Pai, levante-se e coma da caça de seu filho, para que o senhor possa dar a bênção que tem para mim.”

    32 Isaque perguntou: “Quem está aí?” “Sou Esaú, seu filho mais velho.”

    33 Isaque começou a tremer, mal podendo se controlar, e perguntou: “Então, quem foi que trouxe aquela caça para mim? Porque terminei de comê-la logo antes de você entrar. Além disso, eu abençoei o outro — e ele está abençoado!”

    34 Ao ouvir as palavras do pai, Esaú desabou a chorar compulsiva e amarguradamente, e suplicou a Isaque: “Meu pai! O senhor não pode abençoar-me também?”

    35 O pai respondeu: “Seu irmão veio aqui disfarçado e tomou a bênção que era sua.”

    36 Esaú disse: “Não é à toa que o nome dele é Jacó, o Trapaceiro. É a segunda vez que ele me engana. Primeiro, tomou meu direito de filho mais velho e agora tomou minha bênção.” Então, implorou: “O senhor não guardou nenhuma bênção para mim?”

    37 Isaque respondeu a Esaú: “Fiz de Jacó senhor sobre você. Todos os irmãos dele lhe servirão. Prometi a ele fartura de grãos e de vinho. O melhor foi para ele. O que poderia ter restado para você, meu filho?”

    38 “Mas você não tem pelo menos uma bênção para mim, pai? Abençoe-me, pai, por favor! Abençoe-me!”, soluçava Esaú, inconsolável.

    39-40 Então, Isaque pronunciou esta bênção: “Você viverá longe da fartura da terra, afastado do orvalho do céu. Viverá pela espada, que sempre estará em sua mão, e servirá a seu irmão. Mas, quando não puder mais suportar, você se libertará e correrá livre.”

    41 Esaú passou a nutrir um ódio profundo contra seu irmão, por causa da bênção que havia subtraído de seu pai, e dizia consigo mesmo: “Meu pai não deve demorar muito a morrer. Depois disso, vou matar Jacó.”

    42-45 Quando Rebeca ficou sabendo do plano do filho mais velho, chamou o filho mais novo e disse: “Seu irmão Esaú está preparando uma vingança contra você. Ele vai matá-lo! Meu filho, escute o que vou dizer. Fuja enquanto pode. Por amor à sua vida, corra para Harã, para a casa de Labão, meu irmão! Fique vivendo com eles por algum tempo, até que seu irmão se acalme, até que a raiva dele diminua e ele esqueça o que você fez. Quando isso acontecer, mando chamar você de volta. Por que eu haveria de perder os dois filhos no mesmo dia?”

    46 Depois, Rebeca disse a Isaque: “Estou cansada dessas mulheres hititas. Se Jacó também se casar com uma hitita, vou perder a vontade de viver.”

  • Genesis, 26

    1 Houve uma fome na terra, tão severa quanto a que houve no tempo de Abraão; por isso, Isaque mudou-se para Gerar, terra de Abimeleque, rei dos filisteus.

    2-5 O Eterno apareceu a ele e disse: “Não desça para o Egito, mas fique aqui. Permaneça aqui nesta terra, e vou estar com você e o abençoarei. Dou a você e a seus filhos toda esta terra, para cumprir a promessa que fiz a seu pai, Abraão. Farei que seus descendentes sejam tão numerosos quanto as estrelas no céu e darei a eles toda esta terra. Todas as nações do mundo serão abençoadas por meio de seus descendentes. Tudo isso porque Abraão obedeceu ao meu chamado e obedeceu à minha ordem, meus mandamentos, minhas orientações e meus ensinamentos.”

    6 Então, Isaque ficou em Gerar. Os homens do lugar vieram perguntar sobre sua esposa. Isaque respondeu: “Ela é minha irmã.” Ele ficou com medo de dizer: “Ela é minha esposa”, pois pensava: “Estes homens são capazes de me matar para ficar com Rebeca, por causa da beleza dela.”

    7-24 Certo dia, quando já fazia um bom tempo que Isaque estava residindo ali, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou pela janela e viu que Isaque acariciava Rebeca. O rei mandou chamar Isaque para esclarecer a situação: “Então, ela é sua mulher! Por que você nos disse: ‘Ela é minha irmã’?.” Isaque respondeu: “Porque achei que alguém pudesse querer me matar para ficar com ela.”Abimeleque retrucou: “Pense um pouco no que você nos fez! Se passasse mais algum tempo, algum dos homens poderia ter se deitado com sua esposa, e você seria responsável por trazer culpa sobre nós.” Então, o rei transmitiu esta ordem ao povo: “Quem encostar a mão nesse homem ou em sua mulher morrerá.” Isaque resolveu plantar naquela terra, e a colheita foi excelente. O Eterno o abençoou. Os bens foram se acumulando, e ele ficou muito rico. Possuía muito gado e ovelhas, e tinha muitos empregados. Por isso, os filisteus começaram a ficar com inveja dele e entulharam todos os poços que os empregados de seu pai haviam cavado nos dias de Abraão. Assim, todos os poços foram inutilizados. Por fim, Abimeleque disse a Isaque: “Você precisa sair daqui, porque se tornou grande demais para nós.” Isaque partiu dali e acampou no vale de Gerar, estabelecendo-se ali. Isaque cavou de novo todos os poços que haviam sido abertos nos dias de seu pai Abraão e obstruídos pelos filisteus depois da morte de Abraão. A esses mesmos poços, abertos por seu pai, ele deu outros nomes. Certo dia, os empregados de Isaque cavavam no vale e acharam uma fonte de água. Os pastores de Gerar discutiram com os pastores de Isaque e reivindicaram: “Esta água é nossa.” Por isso, Isaque deu ao poço o nome de Eseque (Discussão), porque houve discussão por causa dele. Então, cavaram outro poço, e, de novo, houve divergência sobre a posse da água. Por esse motivo, o poço recebeu o nome de Sitna (Acusação). Isaque saiu dali e cavou outro poço em outro lugar. Dessa vez, não houve disputa por causa da água, e o poço foi chamado Reobote (Espaço Amplo). Isaque disse: “Agora sim, o Eterno nos deu espaço de sobra para nos espalharmos sobre a terra.” Dali, ele subiu para Berseba. Naquela noite, o Eterno apareceu a ele e disse: “Eu sou o Deus de seu pai Abraão; não tenha medo de nada, pois estou com você. Eu abençoarei você e farei seus filhos prosperarem por causa de Abraão, meu servo.”

    25 Isaque construiu ali um altar e orou, invocando o nome do Eterno. No mesmo lugar, armou sua tenda, e seus empregados começaram a cavar outro poço.

    26-27 Um dia, Abimeleque saiu de Gerar e veio procurá-lo. Estava acompanhado de Auzate, seu conselheiro, e Ficol, comandante das suas tropas. Isaque perguntou: ‘Por que vocês estão vindo atrás de mim, se me odeiam? Vocês me expulsaram da sua terra!.”

    28-29 Eles responderam: “É que percebemos que o Eterno está do seu lado. Gostaríamos de fazer um acordo com você, uma aliança que sele o nosso relacionamento de amizade. Não incomodamos você no passado. Nós o tratamos bem e deixamos que você vivesse em paz. Assim, que a bênção do Eterno esteja com você!”

    30-31 Isaque deu uma festa, e eles comeram e beberam juntos. No outro dia de manhã, fizeram os juramentos. Logo depois, se despediram de Isaque. Agora eram oficialmente amigos.

    32-33 Mais tarde, no mesmo dia, os empregados de Isaque vieram trazer uma notícia sobre o poço que estavam cavando: “Encontramos água!.” Isaque deu o nome de Seba (Juramento) ao poço, e, até hoje, esse é o nome da cidade, Berseba (Poço do Juramento).

    34-35 Esaú estava com 40 anos de idade quando se casou com Judite, filha de Beeri, um hitita, e com Basemate, filha de Elom, outro hitita. As duas foram um tormento na vida de Isaque e Rebeca.

  • Genesis, 25

    1-2 Abraão casou-se outra vez. A segunda esposa chamava-se Quetura. Dela, nasceram Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá.

    3 Jocsã foi pai de Sabá e Dedã. Os descendentes de Dedã foram os assuritas, os letusitas e os leumitas.

    4 Midiã foi pai de Efá, Éfer, Enoque, Abida e Elda. Todos esses foram descendentes de Quetura.

    5-6 Mas Abraão deu a Isaque tudo que possuía. Em vida, ele presenteou os filhos que teve com suas concubinas, mas acabou por enviá-los para a terra do Oriente, para que ficassem longe de seu filho Isaque.

    7-11 Abraão viveu 175 anos. Então, deu o último suspiro. Morreu feliz, depois de viver muito. Ele foi sepultado com a família. Seus filhos Isaque e Ismael o sepultaram na caverna de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o hitita, perto de Manre, o mesmo campo que Abraão havia comprado dos hititas. Ele foi enterrado ao lado de sua esposa Sara. Depois da morte de Abraão, Deus abençoou seu filho Isaque. Ele morava em Beer-Laai-Roi.

    OS DESCENDENTES DE ISMAEL
    12-16 Estes são os descendentes de Ismael, filho de Abraão e da egípcia Hagar, escrava de Sara, gerado a Abraão. São estes os nomes dos filhos de Ismael, por ordem de nascimento: Nebaiote, filho mais velho de Ismael; Quedar, Adbeel, Mibsão, Misma, Dumá, Massá, Hadade, Temá, Jetur, Nafis e Quedemá. Todos esses são filhos de Ismael. Os assentamentos e locais em que acamparam receberam deles os nomes. Eram doze príncipes com suas doze tribos.

    17-18 Ismael viveu 137 anos. Então, deu o último suspiro. Ele foi sepultado com a família. Seus filhos se estabeleceram desde Havilá, perto do Egito, avançando na direção leste até Sur, na direção da Assíria. Os ismaelitas não se davam bem com nenhum dos seus parentes.

    JACÓ E ESAÚ
    19-20 Esta é a descendência de Isaque, filho de Abraão: Abraão foi pai de Isaque. Isaque tinha 40 anos de idade quando se casou com Rebeca, filha de Betuel, o arameu, de Padã-Arã. Ela era irmã do arameu Labão.

    21-23 Isaque orava com insistência ao Eterno, pois sua esposa era estéril, e o Eterno ouviu sua oração; Rebeca engravidou. Mas os bebês ficavam rolando e chutando um ao outro dentro dela, tanto que ela chegou a dizer: “Sé é para ser assim, de que adianta continuar vivendo?” Ela consultou o Eterno para descobrir o que estava acontecendo, e o Eterno respondeu: “Duas nações estão em sua barriga, dois povos que se enfrentam já dentro de você. Um povo dominará o outro, e o mais velho servirá ao mais novo.” 24-26 Chegando a hora de dar à luz, é claro, havia gêmeos dentro dela. O primeiro a sair foi um menino ruivo e recoberto de pelos. Ele recebeu o nome de Esaú (Peludo). Depois, veio o irmão, com a mão agarrada ao calcanhar de Esaú. Ele recebeu o nome de Jacó (Calcanhar). Quando eles nasceram, Isaque estava com 60 anos de idade.

    27-28 Os meninos cresceram. Esaú tornou-se um excelente caçador e gostava da vida ao ar livre. Jacó era mais pacato e preferia ficar dentro das tendas. Isaque amava Esaú, porque gostava de suas caças, mas Rebeca amava Jacó.

    29-30 Certo dia, Jacó estava preparando um ensopado de cor avermelhada, e Esaú chegou do campo. Estava faminto e pediu a Jacó: “Dê-me um pouco desse ensopado, porque estou morrendo de fome!” Foi assim que ele passou a ser chamado Edom (Vermelho).

    31 Jacó respondeu: “Vamos fazer uma troca: meu ensopado pelos seus direitos de filho mais velho.”

    32 Esaú retrucou: “Estou morrendo de fome! De que me valem os direitos de primogenitura se estou quase morto?”

    33-34 Jacó exigiu: “Primeiro, vai ter de jurar.” Esaú concordou. Por meio de um juramento, abriu mão de seus direitos de filho mais velho a favor de Jacó, que finalmente deu ao irmão faminto um pouco de pão e ensopado de lentilha. Esaú comeu, bebeu e saiu dali. Foi assim que ele desprezou seus direitos de filho mais velho.

  • Genesis, 24

    ISAQUE E REBECA
    1 Abraão já era idoso, e o Eterno o havia abençoado de todas as formas.

    2-4 E Abraão ordenou ao empregado mais antigo da casa, aquele que cuidava de tudo que Abraão possuía: “Coloque sua mão debaixo da minha coxa e jure em nome do Eterno, o Deus do céu e Deus da terra, que você não vai procurar esposa para meu filho entre as jovens cananeias daqui, mas que irá à minha terra natal e ali conseguirá uma esposa para Isaque.”

    5 O empregado respondeu: “E se a moça não quiser sair de casa para vir comigo? Levo seu filho de volta para sua terra de origem?”

    6-8 Abraão respondeu: “Não! Isso nunca! Em hipótese alguma, você levará meu filho de volta para lá. O Eterno, o Deus do céu, tirou-me da casa de meu pai, da terra em que nasci, e me fez esta promessa solene: ‘Estou dando esta terra aos seus descendentes’. Esse mesmo Deus enviará o anjo dele à sua frente para que você consiga achar ali uma esposa para meu filho. Se a moça não quiser vir, você ficará desobrigado do juramento que me fez. Mas, em hipótese alguma, leve meu filho de volta para lá!”

    9 Então, o empregado pôs a mão debaixo da coxa de Abraão, seu senhor, e fez o juramento solene.

    10-14 O empregado carregou dez camelos de Abraão com presentes e saiu de viagem para Arã Naaraim, para a cidade de Naor. Do lado de fora da cidade, fez os camelos se ajoelharem perto de um poço. Estava anoitecendo, e era a hora em que as mulheres costumavam buscar água. Ele orou: “Ó Eterno, Deus do meu senhor Abraão, faz que tudo de certo neste dia. Faz o que for bom para meu senhor Abraão! Ficarei aqui perto da fonte, enquanto as moças da cidade chegam para buscar água. Permite que a moça a quem eu disser: ‘Baixe seu jarro e me de um pouco de água, e que me responder: ‘Beba. Também vou dar água para os seus camelos’, seja a moça que escolheste para teu servo Isaque. Assim, terei certeza de que estás por trás de tudo isso, agindo com bondade a favor do meu senhor.”

    15-17 Mal ele havia acabado de orar, e apareceu Rebeca, filha de Betuel. A mãe dela era Milca, esposa de Naor, irmão de Abraão. Ela se aproximou com um jarro de água sobre o ombro. A moça era extremamente bonita, virgem e pura. Rebeca desceu até a fonte, encheu o jarro e retornou. O empregado correu ao encontro dela e disse: “Por favor, poderia me dar um pouco da água do seu jarro?.”

    18-21 Ela respondeu: “Claro, pode beber!.” E segurou o jarro para que ele bebesse. Depois que ele tinha matado a sede, ela disse: “Vou dar água também para os camelos, até que eles fiquem satisfeitos.” Disse isso e, mais que depressa, esvaziou o jarro no bebedouro e correu de volta ao poço para enchê-lo de novo, repetindo a operação até que todos os camelos tivessem bebido. O homem a observava em silêncio. Seria aquela a resposta do Eterno? Será que ele havia coroado de êxito sua missão?

    22-23 Assim que os camelos acabaram de beber, o homem deu a ela de presente uma argola de ouro para o nariz, que pesava pouco mais de sete gramas, e dois braceletes que pesavam mais de cem gramas. Depois de entregar as joias à moça, perguntou: “Fale-me de sua família. De quem você é filha? Há lugar na casa de seu pai para que passemos lá à noite?.”

    24-25 Ela respondeu: “Sou filha de Betuel, filha de Milca e Naor. E, sim, há muito espaço em nossa casa para vocês ficarem. Também temos bastante palha e alimento para os camelos.”

    26-27 No mesmo instante, o homem curvou-se em adoração ao Eterno e orou: “Bendito seja o Eterno, o Deus de meu senhor Abraão! Como foste generoso e fiel para com o meu senhor! Não seguraste nenhuma bênção e me levaste exatamente à porta do irmão do meu senhor!.”

    28 A moça saiu correndo para contar aos familiares de sua mãe o que havia acontecido.

    29-31 Rebeca tinha um irmão chamado Labão. Ele veio correndo até a fonte em que o homem havia ficado. Labão tinha visto a argola e os braceletes em sua irmã e ouvido ela dizer: “O homem me falou assim, assim e assim.” Então, ele foi procurar o homem, e ele ainda estava perto da fonte com os camelos. Labão cumprimentou-o: ‘Venha, bendito do Eterno! Por que ainda está aqui? Preparei nossa casa para você e um lugar para os camelos.”

    32-33 O homem, então, foi recebido naquela casa. Depois de aliviar os camelos de sua carga, deram forragem e alimento para os animais. Também trouxeram água para lavar os pés do homem e dos que o acompanhavam. Depois disso, Labão trouxe comida para eles. Mas o homem disse: “Não vou comer antes de contar minha história.” Labão respondeu: “Então, vá em frente! Conte-nos!.”

    34-41 O recém-chegado explicou: “Sou empregado de Abraão. O Eterno tem abençoado meu senhor, que é uma excelente pessoa, e tem dado a ele ovelhas e gado, prata e ouro, empregados e empregadas, camelos e jumentos. E, para coroar tudo isso, Sara, esposa de meu senhor, deu-lhe um filho na velhice. Ele passou todas as coisas para o filho e me fez prometer: ‘Não procure uma esposa para meu filho entre as filhas dos cananeus, na terra em que estou morando. Não! Vá até a casa de meu pai, procure minha família e consiga ali uma esposa para meu filho’. Eu disse ao meu senhor: ‘E se a moça não quiser me acompanhar?’. Ele respondeu: ‘O Eterno, diante de quem tenho andado com fidelidade, enviará seu anjo com você e fará que tudo dê certo. Você vai conseguir uma esposa para meu filho, uma moça de minha família, da casa de meu pai. Só depois, você estará livre do juramento. Mas, se minha família não quiser entregar a moça, você estará livre do juramento’.

    42-44 “Então, hoje, quando cheguei à fonte, orei: ‘Eterno, Deus do meu senhor Abraão, faz que tudo dê certo nesta missão que me foi confiada. Estou aqui junto a este poço. Quando uma moça vier aqui para tirar água e eu pedir: ‘Por favor, dê-me um pouco da água do seu jarro’, e ela responder: ‘Vou dar água não apenas ao senhor, mas também para os camelos’, que seja essa moça a esposa que escolheste para o filho do meu senhor’.

    45-48 “Eu havia acabado de fazer essa oração, quando Rebeca chegou com o jarro sobre o ombro. Ela foi até a fonte, retirou água, e eu pedi: ‘Por favor, posso beber um pouco?’. Ela não pensou duas vezes. Ofereceu-me o jarro e disse: ‘Beba. E, depois que o senhor beber, também vou dar água aos camelos’. Então, bebi, e ela deu água aos camelos. Depois, perguntei: ‘De quem você é filha?’. Ela respondeu: ‘Sou filha de Betuel, e os pais dele são Naor e Milca. Então, dei de presente a ela uma argola para o nariz e braceletes. Ela se curvou em atitude de adoração ao Eterno, e eu também louvei ao Deus do meu senhor Abraão, que me conduziu exatamente à casa da família do meu senhor para conseguir uma esposa para o filho dele.

    49 “Agora, digam-me se vão ser generosos e atender ao meu pedido. Caso contrário, sejam francos, para que eu possa decidir o que fazer em seguida.”

    50-51 Labão e Betuel responderam: “Tudo isso vem do Eterno. Não nos compete dizer nada sobre isso, nem sim, nem não. Rebeca está à sua disposição. Pode levá-la, e que ela seja esposa do filho do seu senhor, como o Eterno deixou claro.”

    52-54 Quando o empregado de Abraão ouviu a decisão deles, curvou-se em atitude de adoração ao Eterno. Em seguida, trouxe presentes de ouro e de prata e também roupas e deu tudo a Rebeca. Também deu presentes caros ao irmão e à mãe de Rebeca. Então, ele e os homens que estavam com ele jantaram e passaram a noite ali. De manhã, bem cedo, já estavam em pé. E ele disse: “Preciso voltar para o meu senhor.”

    55 Mas o irmão e a mãe dela pediram: “Deixe a moça ficar mais um pouco, digamos, mais uns dez dias. Depois disso, vocês poderão ir.”

    56 Mas o homem estava decidido: “Não, por favor, não me façam esperar mais. O Eterno fez que tudo desse tão certo! Preciso voltar para o meu senhor.”

    57 Eles responderam: “Bem, é melhor chamar a moça e perguntar a ela.” Então, chamaram Rebeca e perguntaram: “Você quer acompanhar esse homem?.”

    58 Ela respondeu: “Sim, já estou pronta para ir.”

    59-60 Então, eles concordaram em que Rebeca, irmã deles, e sua acompanhante fossem com o empregado de Abraão e sua comitiva. Eles abençoaram Rebeca, dizendo: “Nossa irmã, que você viva com fartura! E que seus filhos sejam vitoriosos!”

    61 Rebeca e suas empregadas montaram nos camelos e acompanharam o homem. E o empregado seguiu para casa com Rebeca.

    62-65 Isaque morava no Neguebe. Ele tinha acabado de voltar de uma visita a Beer-Laai-Roi. De tardezinha, saiu para o campo. Enquanto meditava, olhou e viu os camelos que se aproximavam. Quando Rebeca avistou Isaque, desceu do camelo e perguntou ao empregado: “Quem é aquele homem que está vindo em nossa direção?” “Aquele é meu senhor”, foi a resposta. Então, ela pegou o véu e se cobriu.

    66-67 Depois que o empregado deu a Isaque o relatório completo da viagem, Isaque levou Rebeca para a tenda de sua mãe, Sara. Ele se casou com Rebeca, e ela se tornou sua esposa. Ele a amava muito. Foi assim que Isaque se consolou depois da morte de sua mãe.

  • Genesis, 23

    1-2 Sara viveu 127 anos e morreu em Quiriate-Arba, que hoje é Hebrom, na terra de Canaã. Abraão chorou e guardou luto por ela.

    3-4 Quando encerrou o período de luto, Abraão propôs aos hititas: “Tenho consciência de que não passo de um estrangeiro no meio de vocês, mas preciso que me vendam um local de sepultamento, para que eu possa dar um enterro digno para os meus mortos.”

    5-6 Os hititas responderam: “O que você está dizendo? Você não é um simples estrangeiro para nós: é um príncipe de Deus! Faça o enterro de sua esposa na melhor das nossas sepulturas. Nenhum de nós vai recusar um local para o sepultamento dela.”

    7-9 Diante da resposta, Abraão curvou-se em reverência ao povo da terra, os hititas, e disse: “Se vocês estão falando sério e querem mesmo me ajudar a conseguir um enterro digno para minha esposa, intercedam por mim junto a Efrom, filho de Zoar. Peçam a ele que me venda a caverna de Macpela, de sua propriedade, aquela que fica na divisa das terras dele, e que me faça um preço justo, e vocês serão testemunhas.”

    10-11 Efrom era membro da comunidade local de hititas. O hitita respondeu assim à proposta de Abraão, ouvida pelos outros hititas que faziam parte do conselho da cidade: “Não, meu senhor! Eu não poderia fazer isso. O campo é seu, é um presente. Dou a você o campo e a caverna. Não vou cobrar nada, e meu povo será testemunha disso. Faça ali o sepultamento de sua esposa.”

    12-13 Abraão curvou-se em respeito perante o conselho reunido e respondeu a Efrom: “Por favor, permita-me pagar o preço da terra! Aceite meu dinheiro, para que eu possa sepultar minha esposa com tranquilidade.”

    14-15 Então, Efrom respondeu a Abraão: “Já que insiste, eu aceito. O que significam quatrocentas peças de prata entre mim e você? Vá agora e faça o sepultamento de sua esposa.”

    16 Abraão aceitou o preço estipulado por Efrom e pagou integralmente o valor que este havia sugerido perante o conselho da cidade dos hititas: quatrocentas peças de prata, de acordo com a taxa de troca daqueles dias.

    17-20 Foi assim que o campo de Efrom, ao lado de Manre, tornou-se propriedade de Abraão, e, além do campo, a caverna e todas as árvores dentro dos seus limites. O conselho da cidade dos hititas foi testemunha dessa transação. Assim, Abraão fez o sepultamento de Sara na caverna do campo de Macpela, que fica perto de Manre, hoje Hebrom, na terra de Canaã. A propriedade do campo e da caverna que havia nele foi transferida dos hititas para Abraão como local de sepultamento.

  • Genesis, 22

    1 Depois de todas essas coisas, Deus resolveu testar Abraão. Então, o chamou: “Abraão!” Abraão respondeu: “Pois não! Estou ouvindo.”

    2 E ele disse: “Pegue Isaque, seu filho querido, a quem você ama, e vá para a terra de Moriá. Você deverá sacrificá-lo ali como oferta queimada sobre um dos montes que indicarei.”

    3-5 No dia seguinte, Abraão levantou-se bem cedo e pôs a sela sobre seu jumento. Levou consigo dois jovens empregados e seu filho Isaque. Ele cortou lenha para a oferta queimada e partiu para o lugar indicado por Deus. Depois de três dias, olhou para cima e avistou o lugar ao longe, Abraão disse aos empregados: “Fiquem aqui com o jumento. Eu e o garoto iremos até lá em cima para prestar culto e, depois, voltaremos para cá.”

    6 Abraão entregou a lenha para a oferta queimada a Isaque, para que ele a carregasse. Levava consigo ainda a pedra de fogo e a faca. E os dois seguiram juntos.

    7 A certa altura, Isaque disse a Abraão: “Pai?” “Sim, meu filho.” “Aqui estão a pedra de fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para a oferta queimada?”

    8 Abraão respondeu: “Filho, Deus vai providenciar o cordeiro para a oferta queimada.” E continuaram caminhando.

    9-10 Finalmente, chegaram ao lugar indicado por Deus. Abraão edificou um altar e arrumou a lenha sobre ele. Depois, amarrou Isaque e o pôs sobre a lenha. Em seguida, estendeu a mão e pegou a faca para matar o filho.

    11 Na mesma hora, um anjo do Eterno chamou-o do céu: “Abraão! Abraão!” “Pois não. Estou ouvindo.”

    12 “Não baixe a mão sobre o garoto! Não toque nele! Agora sei quanto você teme a Deus e como é destemido. Você não vacilou em pôr seu filho, seu filho amado, sobre o altar para oferecê-lo a mim.”

    13 Abraão ergueu os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres num arbusto. Ele pegou o animal e o sacrificou como oferta queimada em lugar do seu filho.

    14 Abraão deu àquele lugar o nome de Javé-Jiré (Deus Providenciará). Foi daí que veio a expressão: “No monte do Eterno, ele providenciará.”

    15-18 O anjo do Eterno falou do céu pela segunda vez a Abraão: “Prometo, e essa palavra é do Eterno, que o abençoarei, porque você foi até o fim nessa questão e não se recusou a entregar-me seu filho amado. Como eu o abençoarei! Farei que seus filhos sejam tão numerosos quanto as estrelas no céu e a areia da praia! E seus descendentes derrotarão os inimigos. Todas as nações da terra serão abençoadas por meio de seus descendentes, pois você me obedeceu.”

    19 Abraão retornou até onde estavam seus jovens empregados. Eles juntaram suas coisas e voltaram para Berseba. E Abraão estabeleceu-se em Berseba.

    20-23 Algum tempo depois, Abraão recebeu a seguinte notícia: “Seu irmão Naor já é pai! Milca deu filhos a ele: Uz, o mais velho, seu irmão Buz, Quemuel (ele foi o pai de Arão), Quésede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel” (Betuel foi o pai de Rebeca). Milca deu esses oito filhos a Naor, irmão de Abraão.

    24 Reumá, concubina de Naor, deu a ele outros quatro filhos: Tebá, Gaã, Taás e Maaca.