Categoria: 1a Samuel

O Primeiro Livro de Samuel
Introdução
O Primeiro Livro de Samuel registra a passagem do período dos juízes para o período dos reis. Essa mudança na vida nacional de Israel gira principalmente em torno de três nomes: Samuel, Saul e Davi. Samuel foi o último dos juízes. Saul foi o primeiro rei de Israel, e Davi, o segundo.
Da leitura deste livro, bem como da dos outros livros históricos do Antigo Testamento, aprendemos que a fé em Deus traz bênçãos, enquanto a desobediência leva à desgraça. Essa verdade foi dita pelo próprio Deus ao sacerdote Eli: “aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos” (2.30).
No princípio, o povo de Israel não entendeu bem o que significava ter um rei. Deus era considerado o verdadeiro rei de Israel, mas, em resposta ao pedido do povo, ele escolheu um rei para eles. Tanto o rei como o povo viviam debaixo da autoridade e do julgamento de Deus (2.7-10). Os direitos de todo o povo, ricos e pobres, eram garantidos pelas leis de Deus.
Esquema do conteúdo
1. Samuel, profeta e juiz sobre Israel (1.1—7.17)
2. Israel pede um rei (8.1-22)
3. Saul se torna rei (9.1—10.27)
4. Os primeiros anos do reinado de Saul (11.1—15.35)
5. Davi a Saul (16.1—30.31)
6. A morte de Saul e de seus filhos (31.1-13)

  • 1a Samuel, 31

    SAUL E JÔNATAS MORTOS NA MONTANHA
    1-2 Os filisteus atacaram Israel, e os homens de Israel fugiram dos filisteus. Muitos caíram feridos no monte Gilboa. Os filisteus alcançaram Saul e seus filhos e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul.

    3-4 A batalha foi intensa em torno de Saul. Os arqueiros chegaram perto dele e o feriram gravemente; por isso, Saul disse ao seu escudeiro: “Pegue sua espada e me mate, para que eu não seja morto nas mãos desses pagãos profanos e seja humilhado por eles.”

    4-6 Mas seu escudeiro não teve coragem de matar o rei. Então, o próprio Saul se jogou sobre a sua espada. Quando o escudeiro viu que Saul estava morto, também se jogou sobre a própria espada e morreu. Assim, Saul, seus três filhos e seu escudeiro, os mais próximos dele, morreram naquele dia.

    7 Quando os israelitas que estavam no vale do outro lado e os que estavam do outro lado do Jordão perceberam que o exército fugia e que Saul e seus filhos tinham morrido, abandonaram suas cidades e fugiram, para se salvar. Os filisteus entraram e ocuparam as cidades.

    8-10 No dia seguinte, quando os filisteus vieram saquear os mortos, encontraram Saul e seus três filhos mortos no monte Gilboa. Eles cortaram a cabeça de Saul e tiraram sua armadura. Em seguida, espalharam a notícia por todo o território dos filisteus, nos santuários dos seus ídolos e entre todo o povo. Eles exibiram a armadura de Saul no santuário de Astarote e penduraram seu corpo no muro de Bete-Seã.

    11-13 Os moradores de Jabes-Gileade ouviram o que os filisteus fizeram a Saul, e alguns homens corajosos dentre eles partiram para a ação. Viajaram a noite toda, resgataram o corpo de Saul e de seus três filhos do muro de Bete-Seã e os levaram de volta para Jabes, onde os queimaram. Depois, enterraram os ossos debaixo de uma tamareira, ali mesmo, na cidade e guardaram luto com jejum durante sete dias.

  • 1a Samuel, 30

    A FORÇA DE DAVI ESTÁ NO SENHOR
    1-3 Três dias depois, Davi e seus homens chegaram de volta a Ziclague e viram que os amalequitas tinham atacado a cidade e o Neguebe. Ziclague tinha sido incendiada, e as mulheres, os jovens e os velhos tinham sido feitos prisioneiros. Não mataram ninguém, mas levaram o povo, como se fosse um rebanho. Davi e seus homens encontraram a cidade destruída. Suas mulheres, seus filhos e filhas tinham sido levados prisioneiros.

    4-6 Davi e seus homens choraram incontrolavelmente, até esgotar suas forças. As duas mulheres de Davi, Ainoã, de Jezreel, e Abigail, viúva de Nabal do Carmelo, também foram levadas prisioneiras com os demais. De repente, Davi percebeu que estava em apuros, pois os homens, ressentidos com a perda de suas mulheres, falavam em apedrejá-lo.

    6-7 Mas ele encontrou forças no Eterno, o seu Deus, e disse ao sacerdote Abiatar, filho de Aimeleque: “Traga o colete sacerdotal para que eu consulte o Eterno.” Abiatar trouxe o colete a Davi.

    8 Davi orou ao Eterno: “Devo perseguir os invasores? Irei alcançá-los?” O Eterno respondeu: “Persiga-os. Você os alcançará e conseguirá tomar de volta o que levaram.”

    9-10 Davi saiu com os seus seiscentos homens. Chegaram ao ribeiro de Besor, e alguns deles resolveram ficar ali. Davi e quatrocentos homens iriam continuar a perseguição, mas duzentos deles estavam cansados demais para atravessar o ribeiro; por isso, não seguiram adiante.

    11-12 Alguns dos que atravessaram o Besor encontraram um egípcio no campo e o levaram a Davi. Eles deram comida ao homem, e ele comeu. Também bebeu água. Deram-lhe um pedaço de bolo de figo e alguns bolinhos de passas, e ele começou a recuperar as forças, pois não tinha comido nem bebido nada durante três dias e três noites!

    13-14 Davi perguntou: “Quem é você? De onde você vem?” Ele respondeu: “Sou egípcio, escravo de um amalequita. Meu senhor me abandonou quando fiquei doente, três dias atrás. Atacamos a região ao sul dos queretitas, de Judá e do território de Calebe. Também incendiamos Ziclague.”

    15 Davi fez outra pergunta: “Você consegue nos levar até os invasores?” Ele respondeu: “Se o senhor me prometer, diante de Deus, que não me matará nem me entregará a meu senhor, eu os levarei diretamente a eles.”

    16 Assim, o homem guiou Davi até os invasores. Eles estavam espalhados por todo o acampamento, comendo, bebendo e comemorando o resultado do saque da terra dos filisteus e de Judá.

    17-20 Davi os atacou no dia seguinte. Lutou contra eles desde o amanhecer até a noite. Ninguém escapou, exceto quatrocentos guerreiros, os mais jovens, que fugiram montados em camelos. Davi resgatou tudo que os amalequitas tinham levado. Resgatou também suas duas mulheres! Ninguém morreu e nada foi perdido: jovens, velhos, filhos, filhas, bens ou qualquer outra coisa. Davi recuperou tudo. Eles ainda levaram as ovelhas e os bois que pertenciam aos amalequitas, e todos gritavam: “Estes são os despojos de Davi!”

    21 Davi fez o caminho de volta até os duzentos homens que permaneceram no ribeiro de Besor por estarem cansados demais para continuar com ele. Eles vieram ao encontro de Davi e seus homens. Quando Davi se aproximou, gritou para eles: “Foi um sucesso!”

    22 Mas os homens mal-intencionados e perversos que tinham acompanhado Davi reclamaram: “Quem não ajudou no ataque não vai ter sua parte nos despojos. Podem pegar de volta sua mulher e seus filhos, mas apenas isso. É só o que irão levar.”

    23-25 Davi os interrompeu: “Não é assim que se faz em família, meus irmãos! Não podemos agir assim com aquilo que o Eterno nos entregou! Deus nos protegeu. Ele nos entregou os homens que nos atacaram. Quem daria ouvidos a essa conversa? A parte dos que ficaram com a bagagem será a mesma dos que saíram para a batalha. Todos receberão partes iguais!” Dali em diante, Davi estabeleceu essa regra em Israel, válida até hoje.

    26-31 Ao voltar a Ziclague, Davi mandou parte do despojo para os líderes de Judá, seus vizinhos, com o seguinte recado: “Este é um presente do despojo dos inimigos do Eterno!” Receberam presentes os líderes de Betel, de Ramote do Neguebe, de Jatir, de Aroer, de Sifmote, de Estemoa, de Racal, das cidades dos jerameelitas, das cidades dos queneus, de Hormá, de Corasã, de Atace, de Hebrom e de vários outros lugares que Davi e seus homens visitavam de tempos em tempos.

  • 1a Samuel, 29

    1-2 Os filisteus reuniram suas tropas em Afeque. Israel montou acampamento perto da fonte de Jezreel. Enquanto os comandantes filisteus avançavam com os seus regimentos e pelotões, Davi e seus homens iam à retaguarda, com Aquis.

    3 Mas os oficiais filisteus se reuniram e disseram: “O que esses hebreus estão fazendo aqui?” Aquis respondeu aos oficiais: “Vocês não reconhecem Davi, que era servo do rei Saul de Israel? Ele está comigo há muito tempo. Não tenho nenhuma reclamação dele desde que abandonou Saul.”

    4-5 Os oficiais filisteus ficaram furiosos com Aquis e disseram: “Mande-o de volta para o lugar de onde ele veio! Ele não vai sair à guerra conosco. Ele poderá mudar de lado no meio da batalha. Seria uma ótima oportunidade para ele resgatar a confiança do seu senhor à custa da cabeça dos nossos soldados. Não é esse o mesmo Davi que aclamavam, cantando: ‘Saul matou milhares; Davi, dezenas de milhares’?”

    6-7 Assim, Aquis mandou dizer a Davi: “Assim como vive o Eterno, você tem sido um aliado merecedor de toda a confiança. Tem sido correto em tudo que fez para mim. Não tenho nenhuma reclamação de sua conduta. Mas os comandantes não entendem assim. Por isso, é melhor você voltar em paz. Não vale a pena aborrecer os comandantes filisteus.”

    8 Davi perguntou: “Mas o que foi que eu fiz? O senhor tem alguma reclamação contra mim desde quando vim para cá? Por que não posso lutar contra os inimigos do meu senhor, o rei?”

    9-10 Aquis respondeu: “Concordo com você. Na minha opinião, você é boa gente. É como um anjo de Deus! Mas os comandantes filisteus estão irredutíveis. Disseram: ‘Ele não pode ir conosco para a guerra’. Por isso, você e seus homens precisam ir embora. Assim que clarear o dia, e puderem viajar, deixem o acampamento.”

    11 Davi e seus homens se levantaram bem cedo e, ao clarear do dia, estavam a caminho, de volta para a terra dos filisteus. Os filisteus foram para Jezreel.

  • 1a Samuel, 28

    1 Naquele tempo, os filisteus convocaram o exército para lutar contra lsrael. Aquis disse a Davi: “Você e seus homens sairão à guerra com as minhas tropas.”

    2 Davi respondeu: “Está bem! Você mesmo verá o que eu sou capaz de fazer!” Aquis disse: “Ótimo! Você fará parte da minha guarda pessoal para sempre!”

    SAUL ORA, MAS DEUS NÃO RESPONDE
    3 Samuel já tinha morrido. Todo o Israel tinha lamentado sua morte e o tinha sepultado em sua cidade natal, Ramá. Saul tinha eliminado da nação todos os que consultavam os espíritos dos mortos.

    4-5 Os filisteus convocaram suas tropas e acamparam em Suném. Saul reuniu todo o Israel e acampou em Gilboa. Mas, quando Saul viu as tropas dos filisteus, tremeu de medo.

    6 Saul orou ao Eterno, mas Deus não respondeu, nem por sonhos, nem por sinais, nem por meio de algum profeta.

    7 Aflito, Saul deu ordens aos seus oficiais: “Procurem alguém que possa invocar os espíritos, para que eu me aconselhe com esses espíritos.” Os oficiais disseram: “Há uma mulher em En-Dor.”

    8 Saul disfarçou-se, vestindo outra roupa e, na companhia de dois homens, foi, à noite, procurar a mulher. Ele pediu a ela: “Quero que você consulte para mim um espírito. Faça subir a pessoa de quem eu disser o nome.”

    9 A mulher respondeu: “Espere um pouco! Você sabe que Saul eliminou todos os que consultavam espíritos dos mortos da nação. Você sabe que está me pondo numa situação que pode me levar à morte, não é?”

    10 Saul jurou solenemente: “Assim como vive o Eterno, você não será castigada por isso”.

    11 A mulher respondeu: “Então, quem você quer que eu faça subir?” “Samuel, faça subir. Samuel.”

    12 Quando a mulher viu Samuel, gritou para Saul: “Por que mentiu para mim? O senhor é Saul!”

    13 O rei disse a ela: “Não tenha medo. O que você vê?” A mulher respondeu: “Estou vendo um espírito subindo da terra.”

    14 Saul perguntou: “Com quem ele se parece?” Ela disse: “Com um velho que está subindo, vestido como sacerdote.” Saul sabia que era Samuel. Ele se prostrou com o rosto em terra e adorou.

    15 Samuel disse a Saul: “Por que você me perturba, fazendo-me subir?” Saul respondeu: “Porque estou profundamente perturbado. Os filisteus estão se preparando para me atacar, e Deus me abandonou. Ele não me responde mais, nem por meio de profeta, nem por sonhos. Por isso, mandei chamá-lo para que me diga o que fazer.”

    16-19 Samuel perguntou: “Mas por que você está perguntando isso para mim? O Eterno abandonou você e se tornou seu adversário. O Eterno fez exatamente o que já tinha dito por meu intermédio. Ele arrancou o reino de suas mãos e o entregou ao seu adversário. Já que você não obedeceu ao Eterno e se recusou a cumprir suas ordens com relação aos amalequitas, o Eterno está fazendo isso com você hoje. Pior ainda, o Eterno está entregando Israel junto com você nas mãos dos filisteus. Amanhã, você e seus filhos estarão comigo. O exército de Israel também será entregue nas mãos dos filisteus.”

    20-22 No mesmo instante, Saul despencou no chão, aterrorizado pelas palavras de Samuel. Ele não tinha mais forças, pois não tinha comido nada o dia inteiro. A mulher, percebendo que ele estava em estado de choque, disse: “Ouça, eu apenas fiz o que o senhor pediu. Arrisquei a minha vida, cumprindo à risca as suas instruções. Agora, o senhor deve seguir as minhas instruções: coma alguma coisa. Isso dará forças para o senhor seguir seu caminho.”

    23-25 Mas ele recusou. “Não vou comer nada!” Seus acompanhantes concordaram com a mulher e insistiram com ele. Saul finalmente cedeu e sentou-se na cama. A mulher se apressou, matou um bezerro gordo, pegou um pouco de farinha, amassou-a e assou alguns pães sem fermento. Ela serviu a Saul e sua comitiva. Depois de se satisfazerem, eles se levantaram e seguiram seu caminho, ainda naquela noite.

  • 1a Samuel, 27

    1 Davi pensou: “Uma hora dessas, Saul vai conseguir me capturar. Melhor eu fugir para a terra dos filisteus. Ele vai me considerar uma causa perdida e desistirá de me perseguir por todos os cantos de Israel, porque estarei fora do seu alcance para sempre.”

    2-4 Davi partiu com os seus seiscentos homens e foi recorrer a Aquis, filho de Maoque, rei de Gate. Eles se estabeleceram em Gate sob a proteção de Aquis. Cada um deles levou sua família. Davi levou suas duas esposas, Ainoã, de Jezreel, e Abigail, viúva de Nabal do Carmelo. Quando Saul recebeu a notícia que Davi tinha fugido para Gate, desistiu de persegui-lo.

    5 Davi disse a Aquis: “Se o senhor concordar, designe para mim um lugar entre as aldeias rurais. Não me parece correto que eu, mero servo, esteja vivendo na cidade real.”

    6-7 Aquis designou Ziclague. Foi assim que Ziclague veio a ser o que é hoje, cidade dos reis de Judá. Davi residiu um ano e quatro meses entre os filisteus.

    8-9 De vez em quando, Davi e seus homens atacavam os gesuritas, os gersitas e os amalequitas. Esses povos eram antigos habitantes da terra que se estende de Sur até o Egito. Quando Davi atacava uma região, não deixava ninguém vivo, nem homem nem mulher, e levava tudo: ovelhas, bois, jumentos, camelos e roupas. Depois, voltava para Aquis.

    10-11 Quando Aquis perguntava: “Quem você atacou hoje?” Davi respondia: “Hoje, foi o sul de Judá, ou o sul de Jerameel, ou o sul dos queneus.” Ele nunca deixava um único sobrevivente, para que ninguém aparecesse em Gate e denunciasse Davi. Davi agiu assim durante todo o tempo em que viveu entre os filisteus.

    12 Aquis passou a confiar totalmente em Davi. Ele pensava: “Ele foi tão odiado pelo seu povo que permanecerá comigo para sempre.”

  • 1a Samuel, 26

    OBCECADO POR UMA PULGA
    1-3 Alguns zifeus procuraram Saul em Gibeá e disseram: “Sabia que Davi está escondido na colina de Haquilá, do outro lado de Jesimom?” No mesmo instante, Saul se levantou e partiu para o deserto de Zife, levando três mil dos melhores soldados para procurar Davi naquele deserto. Ele ficou acampado perto da estrada, na colina de Haquilá, do outro lado de Jesimom.

    3-5 Davi, ainda no deserto, soube que Saul estava atrás dele. Ele enviou espiões para descobrir onde exatamente Saul estava. Depois que descobriu, Davi foi até o lugar em que Saul estava acampado e descobriu onde estava a tenda de Saul e Abner, filho de Ner, seu general. Saul estava bem protegido dentro do acampamento, rodeado por seu exército.

    6 Davi perguntou a Aimeleque, o hitita, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe: “Qual de vocês vai entrar comigo no acampamento de Saul?” Abisai respondeu: “Eu vou junto.”

    7 À noite, Davi e Abisai entraram no acampamento e encontraram Saul deitado lá no meio, dormindo. Sua lança estava fincada no chão, perto da cabeça dele. Abner e seus soldados estavam espalhados, dormindo profundamente.

    8 Abisai disse: “É agora! Deus entregou o inimigo em suas mãos. Deixe-me cravá-lo ao chão com a lança dele. Basta um golpe, não vou precisar de outro!”

    9 Mas Davi disse a Abisai: “Não se atreva a machucá-lo! Ninguém pode ferir o ungido do Eterno e escapar impune.”

    10-11 Ele prosseguiu: “Assim como vive o Eterno, Deus mesmo irá matá-lo, ou seu dia chegará, e ele morrerá em casa ou ferido em batalha, mas, longe de mim, tocar no ungido do Eterno. Agora, pegue a lança dele e o cantil de água, e vamos sair daqui!”

    12 Depois de pegar a lança e o cantil de água que estavam perto da cabeça de Saul, eles foram embora. Ninguém percebeu nada. Ninguém acordou! Todos ficaram dormindo o tempo todo, porque um profundo sono, vindo do Eterno, tinha caído sobre eles.

    13-14 Davi foi para o outro lado do monte e escolheu a um local distante, lá no alto. Daquela distância segura, Davi gritou para o exército e para Abner, filho de Ner: “Abner, até quando vou ter de esperar vocês acordarem e me responderem?” Abner disse: “Quem está chamando o rei?”

    15-16 Davi disse: “Você não está no comando aí? Por que não está fazendo o seu trabalho? Por que não protege o seu senhor, o rei, quando um soldado põe a vida dele em perigo? Você não está cumprindo o seu dever! Assim como vive o Eterno, você deveria ser executado, e toda a guarda pessoal do rei também. Veja o que tenho em minhas mãos: a lança e o cantil do rei, que estavam ao lado dele!”

    17-20 Saul, reconhecendo a voz de Davi, perguntou: “É você, meu filho Davi?” Davi respondeu: “Sim, sou eu, ó rei, meu senhor. Por que o senhor me persegue? O que fiz de errado? Que crime cometi? Ouça, meu senhor e meu rei, o que o seu servo tem a dizer. Se o Eterno incitou o senhor contra mim, então, entrego a minha vida em sacrifício. Mas, se foram os homens que o instigaram, que sejam banidos da presença do Eterno! Eles cercearam o meu direito na herança do Eterno como se dissessem: ‘Vá embora! Vá servir outro deus!’. Mas o senhor não se livrará de mim tão facilmente, não conseguirá me separar do Eterno, na vida ou na morte. Que absurdo! O rei de Israel obcecado por uma pulga, perseguindo uma perdiz na montanha!”

    21 Saul reconheceu: “Tem razão, errei! Volte, meu filho Davi! Não causarei mais nenhum mal a você. Você foi leal para comigo, respeitando minha vida, enquanto eu estou sendo insensato e cometendo grande erro.”

    22-24 Davi respondeu: “Está vendo isto aqui? É a lança do rei. Mande um dos soldados buscá-la. Ao Eterno compete decidir o que fazer com cada um de nós, com respeito ao que é correto. O Eterno entregou sua vida em minhas mãos hoje, mas eu não quis levantar nem mesmo um dedo contra o ungido do Eterno. Assim como respeitei sua vida hoje, que o Eterno tenha consideração pela minha e me livre desta aflição.”

    25 Saul disse a Davi: “Bendito seja você, meu filho Davi! Faça o que tem de fazer. Espero que seja bem-sucedido em todos os seus esforços!” Davi seguiu seu caminho, e Saul voltou para casa.

  • 1a Samuel, 25

    AS BATALHAS DE DEUS
    1 Samuel morreu. Toda a nação prestou suas últimas homenagens a ele. Todos lamentaram sua morte, e ele foi sepultado em sua cidade natal, Ramá. Enquanto isso, Davi continuou foragido, seguindo dessa vez para o deserto de Maom.

    2-3 Havia um homem em Maom que tinha negócios na região do Carmelo. Ele era muito próspero. Possuía três mil ovelhas e mil cabritos, e era época de tosquiar as ovelhas no Carmelo. Ele se chamava Nabal (Tolo). Era descendente de Calebe, e sua mulher se chamava Abigail. A mulher era inteligente e bonita, mas o homem era bruto e maldoso.

    4-8 Ainda no deserto, Davi soube que Nabal estava tosquiando suas ovelhas e enviou dez rapazes com a seguinte instrução: “Vão até o Carmelo e procurem Nabal. Saúdem-no em meu nome: ‘Paz! Vivam em paz você e sua família. Paz para todos os que estão com você! Soube que está no tempo de tosquiar ovelhas. Queremos que você saiba que, quando seus pastores estavam próximos de nós, não tiramos proveito deles. Eles não perderam nada do que era deles quando estavam conosco no Carmelo. Seus rapazes confirmarão isso. Pergunte a eles. Agora, peço que seja generoso para com os meus homens, permitindo que participemos da festa! Dê aos servos e a mim, Davi, seu filho, a quantidade de suprimento que desejar’

    9-11 Os rapazes de Davi transmitiram a mensagem a Nabal. Mas o homem os rechaçou: “Quem é esse Davi? Quem é esse filho de Jessé? Ultimamente, há muitos foragidos por aqui. Vocês acham que vou pegar pão, vinho e carne que acabei de abater para os meus tosquiadores e oferecer para homens que nunca vi e que ninguém sabe de onde vêm?”

    12-13 Os homens de Davi retornaram e contaram tudo que Nabal tinha dito. Davi tomou uma decisão: “Preparem as suas espadas!” Todos, até mesmo Davi, puseram a espada à cintura e partiram. Eram quatrocentos homens. Duzentos homens permaneceram no acampamento.

    14-17 Nesse meio-tempo, um dos jovens pastores contou a Abigail, mulher de Nabal, o que tinha acontecido: “Davi mandou mensageiros do deserto para saudar o nosso senhor, mas ele foi grosseiro com eles e os insultou. Acontece que aqueles homens sempre nos trataram muito bem. Nunca roubaram nada de nós nem se aproveitaram da gente durante todo o tempo que estivemos no campo. Eles até serviram como um muro de defesa ao nosso redor, porque nos protegiam dia e noite enquanto cuidávamos das ovelhas. Faça alguma coisa logo, pois algo de ruim vai acontecer ao nosso senhor e a todos nós. Ninguém consegue convencê-lo. Ele é intratável!”

    18-19 Abigail não perdeu tempo. Ela preparou duzentos pães, duas vasilhas de couro de vinho, cinco ovelhas preparadas e prontas para assar, cinco medidas de grão tostado, cem bolos de passas e duzentos bolos de figo e acomodou a carga sobre alguns jumentos. Ela disse aos seus rapazes: “Vão à minha frente, preparando o caminho. Eu seguirei logo atrás.” Mas ela não disse nada ao marido.

    20-22 Montada em seu jumento, ela descia pela encosta da montanha, enquanto Davi e os seus homens desciam a outra encosta, um grupo ao encontro do outro. Davi dizia: “De nada valeu proteger os bens desse homem no deserto. Agora ele nos recompensa com insultos. É como levar um tapa na cara! Deus faça o que quiser com os inimigos de Davi se, até amanhã cedo, eu deixar vivo um único desses vira-latas de Nabal!”

    23-25 Assim que viu Davi, Abigail desceu do jumento e se prostrou aos pés dele com o rosto em terra, dizendo: “Meu senhor, eu sou culpada! Deixe-me explicar. Ouça o que tenho a dizer. Não leve em conta a maldade de Nabal. Ele é o que o nome diz: Nabal, tolo. Dele só sai tolice.

    25-27 “Eu não estava lá quando chegaram os rapazes que o meu senhor enviou; por isso, não os encontrei. Agora, meu senhor, assim como vive o Eterno e como o senhor vive, Deus o impediu de cometer essa vingança. Que todos os seus inimigos e todos que desejam o mal ao meu senhor tenham o mesmo destino de Nabal! Receba esta dádiva que eu, sua serva, trouxe ao meu senhor, e ofereça aos rapazes que seguem os seus passos.

    28-29 “Perdoe minha audácia! Mas sei que o Eterno está preparando o meu senhor para um governo íntegro e estável. Meu senhor luta as guerras do Eterno! Enquanto viver, nenhum mal sucederá a você. “Se alguém puser obstáculo em seu caminho; se alguém tentar desviar o senhor, Saiba que a sua vida, honrosa ao Eterno, está amarrada com firmeza ao feixe das vidas protegidas por Deus. Mas a vida de cada um dos seus inimigos será atirada longe, como a pedra lançada com estilingue.

    30-31 “Quando o Eterno realizar todo o bem que prometeu ao meu senhor e o estabelecer como príncipe de Israel, não haverá em seu coração o peso de um crime de vingança. E, quando o Eterno tiver feito o bem ao meu senhor, lembre-se de mim.”

    32-34 Davi exclamou: “Bendito seja o Eterno, o Deus de Israel! Ele enviou você para me encontrar! Seja abençoada pela sua sensatez! Seja bendita por me impedir de cometer esse crime e por se preocupar comigo. Juro pelo Eterno, o Deus de Israel, que me impediu de fazer mal a você: não fosse a sua vinda aqui esta manhã, não restaria viva alma na casa de Nabal.”

    35 Davi aceitou a comida que ela trouxe e disse: “Volte em paz. Concordo com o que você disse e vou fazer o que me pediu.”

    36-38 Quando Abigail voltou para casa, encontrou Nabal no meio de um banquete. Ele estava de bom humor, porque tinha bebido muito. Assim, ela preferiu não contar nada do que tinha feito até a manhã seguinte. No outro dia, quando Nabal já estava sóbrio, Abigail contou o que tinha acontecido. Na mesma hora, ele teve um infarto e entrou em coma. Dez dias depois, ele morreu.

    3940 Quando Davi soube que Nabal tinha morrido, ele declarou: “Bendito seja o Eterno, que me defendeu contra os insultos de Nabal, impedindo-me de cometer um crime, e permitiu que a maldade dele se voltasse contra ele mesmo!” Em seguida, mandou dizer a Abigail que desejava que ela fosse sua mulher. Os mensageiros de Davi foram até o Carmelo e disseram a Abigail: “Davi mandou buscá-la, para que você se case com ele.”

    41 Ela se prostrou com o rosto em terra, dizendo: “Sou serva dele. Estou pronta para fazer o que ele quiser. Estou disposta até a lavar os pés dos subordinados dele!”

    42 Sem hesitar, ela montou em seu jumento. Acompanhada de cinco escravas, seguiu os mensageiros de Davi e se tornou mulher dele.

    43-44 Davi também se casou com Ainoã, de Jezreel. Ambas foram suas mulheres. Saul tinha dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Paltiel, filho de Laís, de Galim.

  • 1a Samuel, 24

    NÃO SOU REBELDE
    1-4 Depois da luta contra os filisteus, alguém informou a Saul: “Davi está agora no deserto de En-Gedi.” Saul convocou três mil dos melhores soldados de Israel e partiu no encalço de Davi e seus homens. Foram para a região dos rochedos dos Bodes Selvagens. Ele chegou até o local em que havia alguns currais de ovelhas, ao lado da estrada. Perto dali, havia uma gruta, e Saul entrou nela para fazer suas necessidades. Acontece que Davi e seus homens estavam amontoados no fundo da gruta. Os homens de Davi lhe disseram: “Você acredita nisto? O Eterno deve estar dizendo: ‘Entregarei o seu inimigo nas suas mãos. Faça com ele o que bem entender.’” Davi, sorrateiramente, cortou um pedaço da vestimenta real de Saul.

    5-7 No mesmo instante, sentiu-se culpado e disse aos seus homens: “Que o Eterno me livre de fazer algum mal contra o meu senhor, o ungido do Eterno. Não vou sequer levantar um dedo contra ele. Ele é o ungido do Eterno!” Assim, Davi impediu que os seus homens acabassem com a vida de Saul. O rei levantou-se e saiu da caverna para seguir seu caminho..

    8-13 Então, Davi se pôs à entrada da gruta e gritou para Saul: “Meu senhor! Rei meu!” Saul olhou para trás. Davi se ajoelhou, fez uma reverência e exclamou: “Por que dá ouvidos aos que dizem: ‘Davi quer tirar a sua vida’? O senhor acabou de ter a prova de que isso não é verdade. Aqui dentro da gruta, o Eterno pôs o senhor em minhas mãos. Meus homens queriam matá-lo, mas eu não permiti. Eu disse que não levantaria um dedo sequer contra o meu senhor, pois é o ungido do Eterno. Veja isto aqui, meu pai! Veja este pedaço de pano que cortei da sua roupa! Eu poderia ter cortado o senhor ao meio! Mas, não o fiz. Esta é a prova! Não estou contra o senhor. Não sou rebelde. Não pequei contra o rei, mas o senhor está tentando me matar. Vamos decidir quem está certo. O Eterno poderá me vingar, mas isso está nas mãos dele, não nas minhas. Um antigo provérbio diz: ‘A perversidade vem dos perversos’. Por isso, tenha certeza de que as minhas mãos não tocarão no senhor.

    14-15 “O que o rei de Israel acha que está fazendo? A quem está perseguindo? Um cão morto? Uma pulga? O Eterno é nosso juiz. Ele decidirá quem está certo. Que bom fosse se ele olhasse neste instante, resolvesse a situação agora mesmo e me livrasse do senhor!”

    16-21 Quando ele acabou de falar, Saul perguntou: “É a voz de meu filho Davi?” E começou a chorar, reconhecendo: “Você está certo, não eu. Você me tratou bem. Eu é que estou desejando o pior para você. Mais uma vez, você foi generoso para comigo. O Eterno me entregou em suas mãos, mas você não me matou. Por quê? Quando alguém se encontra com seu inimigo, acaso ele o despede com uma bênção? Que o Eterno o recompense pelo bem que me fez hoje! Agora tenho certeza de que você será rei e que o reino de Israel estará em boas mãos! Prometa-me, perante o Eterno, que não destruirá a minha família nem eliminará o meu nome da história da minha família.”

    22 Davi jurou a Saul. Em seguida, Saul voltou para casa, e Davi e seus homens retornaram para seu refugio no deserto.

  • 1a Samuel, 23

    VIVENDO EM ESCONDERIJOS
    1-2 Alguém avisou Davi de que os filisteus estavam atacando Queila e saqueando o estoque de grãos. Davi consultou o Eterno: “Devo ensinar uma lição a esses filisteus?” O Eterno respondeu: “Vá. Ataque os filisteus e liberte Queila.”

    3 Mas os homens de Davi disseram: “Aqui em Judá, já não estamos seguros, quanto menos se formos a Queila enfrentar a máquina de guerra dos filisteus!”

    4 Davi voltou a consultar o Eterno. O Eterno respondeu: “Desça logo até Queila, pois estou entregando, os filisteus em suas mãos.”

    5-6 Davi e os seus homens foram para Queila e lutaram contra os filisteus. Ele espalhou os rebanhos deles, impôs a eles uma humilhante derrota e libertou a população de Queila. Depois de ter se juntado a Davi, Abiatar desceu para Queila, levando consigo o colete sacerdotal.

    7-8 Saul descobriu que Davi estava em Queila e pensou: “Ótimo! Deus o entregou de bandeja nas minhas mãos! Ele está numa cidade murada com os portões trancados. Está encurralado ali!” Saul convocou as tropas e partiu para Queila, com a intenção de cercar Davi e seus homens.

    9-11 Mas Davi soube do plano de Saul e disse ao sacerdote Abiatar: “Traga o colete.” Davi orou ao Eterno: “Deus de Israel, acabei de saber que Saul pretende destruir a cidade de Queila por minha causa. Os líderes da cidade vão me entregar a Saul? Saul vem mesmo fazer aquilo que me disseram? Ó Eterno, Deus de Israel, responde-me!” O Eterno respondeu: “Ele está vindo.”

    12 “E os chefes de Queila me entregarão, junto com os meus homens, nas mãos de Saul?” O Eterno respondeu: “Entregarão, sim.”

    13 Então, Davi e seus homens fugiram dali. Eram seiscentos homens. Eles deixaram Queila e ficaram perambulando de um lugar para outro. Quando informaram a Saul que Davi tinha fugido de Queila, ele suspendeu o ataque.

    14-15 Davi continuou vivendo em esconderijos nas regiões remotas das colinas de Zife. Saul continuou à procura de Davi, sem descanso, mas Deus não o entregou nas mãos do rei. Davi, permaneceu no distante deserto de Zife, refugiado em Horesa, já que Saul estava determinado a encontrá-lo.

    16-18 Jônatas, filho de Saul, foi ao encontro de Davi em Horesa e fortaleceu a sua confiança em Deus. Ele disse: “Não se desespere. Meu pai, Saul, não tocará em você. Você será rei de Israel, e eu estarei sempre ao seu lado para ajudar. Meu pai sabe disso.” Então, os dois fizeram um pacto perante o Eterno. Davi ficou em Horesa, e Jônatas voltou para casa.

    19-20 Alguns zifeus procuraram Saul em Gibeá e disseram: “Sabia que Davi está se escondendo perto de nós, nas fortalezas e cavernas de Horesa? Neste momento, ele está nas colinas de Haquilá, ao sul do deserto de Jesimom. Quando você estiver pronto, será uma honra entregá-lo nas mãos do rei.”

    21-23 Saul respondeu: “O Eterno abençoe vocês por pensarem em mim! Agora, voltem e verifiquem tudo. Descubram por onde ele anda e quem o acompanha. Vocês sabem que ele é muito astuto. Descubram todos os esconderijos dele. Depois, encontrem-se comigo em Nacom, e eu acompanharei vocês. Em qualquer lugar de Judá que ele estiver, eu o encontrarei!”

    24-27 E os zifeus partiram em missão de reconhecimento para Saul. Enquanto isso, Davi e seus homens estavam no deserto de Maom, ao sul do deserto de Jesimom. Saul e seus homens chegaram e logo foram atrás deles. Quando Davi soube disso, fugiu para o sul, na direção das rochas, e montou acampamento no deserto de Maom. Saul foi informado da localização deles e partiu na direção do deserto de Maom. Pouco depois, Saul estava de um lado da montanha, e Davi com os seus homens, do outro. O bando de Davi corria, tendo Saul e suas tropas no encalço deles. No meio da perseguição, um mensageiro apresentou-se a Saul e disse: “Volte depressa! Os filisteus estão atacando lsrael!”

    28-29 Saul foi obrigado a interromper a perseguição e retornar para resolver a situação com os filisteus. Por isso, aquele lugar foi chamado Fuga Apertada. Davi saiu dali e instalou-se com segurança no deserto de En-Gedi. “

  • 1a Samuel, 22

    SAUL MATA OS SACERDOTES DO ETERNO
    1-2 Davi fugiu e se refugiou na caverna de Adulão. Quando seus irmãos e familiares souberam onde ele estava, foram ao seu encontro para se unir a ele — não só eles, mas todos os que estavam em situação difícil, os endividados e amargurados. Davi se tornou o líder deles. Eram cerca de quatrocentos homens.

    3-4 Davi foi para Mispá e pediu ao rei de Moabe: “Conceda proteção a meu pai e a minha mãe até que eu saiba o que Deus tem reservado para mim.” Ele deixou seus pais aos cuidados do rei de Moabe. Eles ficaram ali durante todo o tempo em que Davi viveu como fugitivo.

    5 O profeta Gade disse a Davi: “Não volte para a caverna. Vá para Judá.” Davi seguiu a orientação do profeta e foi para o bosque de Herete.

    6-8 Saul ficou sabendo onde estavam Davi e seus homens. O rei estava debaixo dos carvalhos, na colina de Gibeá. Segurava sua lança e estava rodeado por seus oficiais. Ele disse: “Ouçam, benjamitas! Nem pensem que vocês têm algum futuro com o filho de Jessé! Acham que ele vai dar a vocês terra boa e cargos importantes? Pensem bem. Aqui estão vocês, conspirando contra mim, cochichando pelas minhas costas. Nenhum de vocês teve coragem de me contar que meu filho estava fazendo acordos com o filho de Jessé. Nenhum de vocês se importou em me contar que meu filho ficou do lado desse marginal!”

    9-10 Então, Doegue, o edomita, que estava entre os oficiais de Saul, falou: “Vi o filho de Jessé conversando com Aimeleque, filho de Aitube, em Nobe. E vi Aimeleque interceder por ele diante do Eterno. O sacerdote também deu comida e entregou a espada do filisteu Golias a Davi.”

    11 Saul mandou chamar o sacerdote Aimeleque e toda a família de sacerdotes de Nobe. Todos compareceram perante o rei.

    12 Saul disse: “Ouça-me, filho de Aitube!” Ele respondeu: “Certamente, meu senhor.”

    13 “Por que você se mancomunou com o filho de Jessé e ficou contra mim, dando comida e armas para ele e intercedendo a favor dele diante do Eterno? Por que ajudou um fora da lei a lutar contra mim?”

    14-15 Aimeleque respondeu ao rei: “Não existe outro oficial em toda a sua administração tão leal a você quanto Davi, seu genro e c tão de sua guarda pessoal. Nem há outro que seja tão respeitado. Acha que essa foi a primeira vez que intercedi por ele a Deus? Certamente que não! Você não pode acusar a mim nem a minha família de cometer algum erro. Pois não faço ideia do que você está querendo dizer com ‘fora da lei’

    16 O rei disse: “Você vai morrer, Aimeleque! Você e toda a sua família!”

    17 O rei ordenou aos seus homens: “Cerquem os sacerdotes e matem todos eles, porque estão mancomunados com Davi! Sabiam que ele estava fugindo de mim e não me contaram.” Mas os soldados do rei se recusaram a matá-los. Nenhum deles ousou levantar a mão contra os sacerdotes do Eterno.

    18-19 Então, o rei disse a Doegue: “Mate os sacerdotes!” Doegue, o edomita, cumpriu a ordem e assassinou os sacerdotes, oitenta e cinco homens que usavam as vestimentas sagradas. Ele saiu dali e foi para Nobe, a cidade dos sacerdotes, e ali matou homens, mulheres, crianças e bebês, além de jumentos, bois e ovelhas.

    20-21 Apenas Abiatar, filho de Aimeleque e neto de Aitube, conseguiu escapar. Ele fugiu e se juntou a Davi. Abiatar contou a Davi que Saul tinha mandado matar os sacerdotes do Eterno.

    22-23 Davi disse a Abiatar: “Eu sabia! Quando vi Doegue, o edomita, sabia que contaria a Saul. Eu sou o culpado pela morte de toda a família de seu pai. Fique comigo, não tenha medo. O mesmo que quer matar você também quer me matar. Fique comigo, e protegerei você.”