Categoria: 1a Samuel

O Primeiro Livro de Samuel
Introdução
O Primeiro Livro de Samuel registra a passagem do período dos juízes para o período dos reis. Essa mudança na vida nacional de Israel gira principalmente em torno de três nomes: Samuel, Saul e Davi. Samuel foi o último dos juízes. Saul foi o primeiro rei de Israel, e Davi, o segundo.
Da leitura deste livro, bem como da dos outros livros históricos do Antigo Testamento, aprendemos que a fé em Deus traz bênçãos, enquanto a desobediência leva à desgraça. Essa verdade foi dita pelo próprio Deus ao sacerdote Eli: “aos que me honram, honrarei, porém os que me desprezam serão desmerecidos” (2.30).
No princípio, o povo de Israel não entendeu bem o que significava ter um rei. Deus era considerado o verdadeiro rei de Israel, mas, em resposta ao pedido do povo, ele escolheu um rei para eles. Tanto o rei como o povo viviam debaixo da autoridade e do julgamento de Deus (2.7-10). Os direitos de todo o povo, ricos e pobres, eram garantidos pelas leis de Deus.
Esquema do conteúdo
1. Samuel, profeta e juiz sobre Israel (1.1—7.17)
2. Israel pede um rei (8.1-22)
3. Saul se torna rei (9.1—10.27)
4. Os primeiros anos do reinado de Saul (11.1—15.35)
5. Davi a Saul (16.1—30.31)
6. A morte de Saul e de seus filhos (31.1-13)

  • 1a Samuel, 11

    1 Naás resolveu atacar Jabes-Gileade. Os homens de Jabes imploraram a Naás: “Faça um acordo conosco, e seremos seus súditos.”

    2 Naás respondeu: “Faço o acordo com a seguinte condição: se eu furar o olho direito de todos vocês! Todo homem e toda mulher de Israel terá de passar por essa humilhação.”

    3 Os líderes de Jabes disseram: “Dê-nos um prazo de sete dias para que consultemos o povo de Israel. Se ninguém vier nos livrar dentro desse prazo, aceitaremos o acordo.”

    4-5 Os mensageiros chegaram ao lugar em que Saul residia, em Gibeá, e contaram à população o que estava acontecendo. O povo chorava desesperado quando Saul chegou, Ele voltava do campo com seus bois. Saul perguntou: “O que aconteceu? Por que estão todos chorando?” Eles repetiram as palavras do povo de Jabes.

    6-7 Assim que Saul ouviu a mensagem, o Espírito de Deus veio sobre ele. Indignado, Saul cortou em pedaços sua junta de bois ali mesmo. Em seguida, enviou mensageiros a todo o Israel, cada um com uma parte dos bois, com a seguinte mensagem: “Isto é o que acontecerá com o boi de quem se recusar a acompanhar Saul e Samuel!”

    7-8 O temor do Eterno tomou conta do povo, e todos se uniram a Saul. Ele assumiu o comando do povo em Bezeque: trezentos mil homens de Israel e mais trinta mil de Judá.

    9-11 Saul deu ordem aos mensageiros: “Digam ao povo de Jabes-Gileade: ‘Vocês receberão ajuda. Aguardem até o meio-dia de amanhã.’” Os mensageiros saíram correndo para entregar a mensagem. O povo de Jabes ficou muito contente e mandou dizer a Naás: “Amanhã nos entregaremos, e você poderá fazer conosco o que desejar.” No dia seguinte, ainda de madrugada, Saul dividiu o seu exército em três grupos. Ao clarear do dia, eles atacaram o acampamento inimigo e massacraram os amonitas até o meio-dia. Os sobreviventes fugiram, espalhando-se por toda parte.

    12 Depois da batalha, o povo perguntou a Samuel: “Onde estão aqueles que disseram que Saul não poderia nos governar? Entregue-os, e os mataremos!”

    13-14 Mas Saul disse: “Ninguém será executado hoje. Porque o Eterno libertou Israel neste dia! Vamos a Gilgal e, lá, consagremos o reinado outra vez.”

    15 E todos foram a Gilgal. Diante do Eterno, coroaram Saul rei em Gilgal. Ali adoraram e apresentaram sacrifícios de ofertas de paz. Saul e todo o povo festejaram.

  • 1a Samuel, 10

    UMA NOVA PESSOA
    1-2 Samuel tomou um frasco de óleo, derramou-o sobre a cabeça de Saul e o beijou. Samuel perguntou: “Você sabe o que significa isto? O Eterno está ungindo você príncipe sobre todo o seu povo. “Este sinal confirmará que o Eterno está ungindo você príncipe sobre a sua herança: depois que você partir daqui, quando se aproximar da sua terra, Benjamim, você encontrará dois homens perto do túmulo de Raquel. Eles dirão: ‘Os jumentos que você estava procurando foram encontrados. Seu pai já esqueceu dos jumentos e agora está morrendo de preocupação por você.

    3-4 “Seguindo adiante, você chegará ao carvalho de Tabor. Lá, encontrará três homens, que estão subindo para adorar a Deus em Betel. Um deles estará carregando três cabritos, o outro, três sacolas de pão, e o terceiro, uma garrafa de vinho. Eles dirão: ‘Olá, como vai?’. E oferecerão dois pães, que você deve aceitar.

    5-6 “Depois, você chegará a Gibeá, onde existe uma guarnição militar dos filisteus. Ao se aproximar da cidade, você encontrará um grupo de profetas, que estarão descendo do santuário, tocando harpas, tamborins, flautas e tambores. Eles estarão profetizando. Quando menos esperar, o Espírito do Eterno virá sobre você, e você profetizará com eles. Você será transformado. Você será renovado!

    7 “Quando se cumprirem esses sinais, você saberá que está pronto: faça o que mandarem fazer. Deus estará com você!

    8 “Agora, desça para Gilgal, e seguirei você mais tarde. Também vou para lá e me encontrarei com você, para oferecer ofertas queimadas e sacrifícios de paz. Aguarde sete dias até eu chegar. Então, direi a você o que fazer.”

    9 Saul seguiu caminho e deixou Samuel. Naquele momento, Deus transformou Saul — fez dele uma nova pessoa! Todos aqueles sinais se confirmaram no mesmo dia.

    SAUL ENTRE OS PROFETAS
    10-12 Quando eles chegaram a Gibeá, os profetas apareceram bem na frente deles! Quando menos esperavam, o Espírito do Eterno veio sobre Saul, e ele começou a profetizar com eles. Quando os conhecidos de Saul o viram no meio dos profetas, ficaram surpresos e diziam: “O que está acontecendo? O que aconteceu com o filho de Quis? Como foi que Saul se tornou profeta?” Um homem perguntou: “Quem começou isto? De onde veio esse grupo?” Foi assim que ficou famoso o ditado: “Quem diria: Saul entre os profetas!”

    13-14 Depois que terminou de profetizar, Saul voltou para casa. Seu tio perguntou a ele e a seu ajudante: “Onde vocês estiveram todo esse tempo?” Eles responderam: “Estávamos procurando os jumentos. Procuramos por toda parte e não encontramos. Por isso, consultamos Samuel!”

    15 O tio de Saul perguntou: “O que Samuel disse a vocês?”

    16 Saul respondeu: “Ele disse para não nos preocuparmos, pois os jumentos já tinham sido encontrados.” Mas Saul não mencionou nada ao seu tio sobre o que Samuel tinha dito sobre o reinado.

    “QUEREMOS UM REI”
    17-18 Samuel convocou o povo, que se reuniu diante do Eterno em Mispá. Ele declarou ao povo de Israel: “Esta é a mensagem do Eterno para vocês:

    18-19 “‘Eu tirei Israel da terra do Egito. Livrei-o da opressão dos egípcios, de todas as ameaças do governo que tinham tornado a vida de vocês insuportável. Mas agora vocês não querem mais saber de Deus, o mesmo Deus que livrou vocês de todo tipo de problema. “‘Agora, vocês dizem: Não! Queremos um rei. Dá-nos um rei! “‘Pois bem, se é o que vocês querem, é isso que receberão! Apresentem-se perante o Eterno de acordo com as suas tribos e famílias.’”

    20-21 Depois que todas as tribos de Israel estavam em seu lugar, foi escolhida a tribo de Benjamim. Depois, Samuel organizou a tribo de Benjamim por grupos de famílias, e a família de Matri foi escolhida. A família de Matri se organizou, e do meio dela foi escolhido Saul, filho de Quis. Mas, quando o procuraram, ninguém soube dizer onde ele estava.

    22 Samuel voltou ao Eterno e perguntou: “Onde ele está?” O Eterno respondeu: “Ele está bem aí, escondido no meio da bagagem.”

    23 Eles correram e o encontraram ali. Ele foi levado para o meio do povo, destacando-se entre os demais, como sempre, porque os ombros e a cabeça ficavam acima de todos os outros.

    24 Samuel dirigiu-se ao povo, dizendo: “Olhem bem para este homem, a quem o Eterno escolheu. Não há outro como ele entre todo o povo!” Todo o povo exclamou em alta voz: “Viva o rei!”

    25 Samuel prosseguiu, instruindo o povo sobre as regras e regulamentações pertinentes ao reino, e registrou tudo num livro, que foi posto perante o Eterno. Em seguida, Samuel mandou o povo de volta para casa.

    26-27 Saul também retornou para Gibeá, acompanhado de alguns homens corajosos, que Deus inspirou a segui-lo. Alguns vadios saíram resmungando: “Esse daí, um libertador? Vocês devem estar brincando!” Eles o desprezavam; por isso, não deram honras a Saul. Mas Saul não deu bola para eles.

    SAUL É COROADO REI
    28 Naás, rei dos amonitas, estava oprimindo as tribos de Gade e Rúben, arrancando o olho direito dos moradores e ameaçando todos os que tentavam ajudar Israel. Foram poucos os israelitas que viviam a leste do rio que Jordão não tiveram os olhos arrancados por Naás. Mas sete mil homens escaparam dos amonitas e viviam seguros em Jabes.

  • 1a Samuel, 9

    SAUL, DESTACADO NA MULTIDÃO
    1-2 Havia um homem da tribo de Benjamim chamado Quis. Ele era filho de Abiel, neto de Zeror, bisneto de Becorate e trineto de Afia. Era um senhor de ótima reputação. Ele tinha um filho chamado Saul, um jovem belo e vistoso, como nenhum outro, que se destacava na multidão por causa da sua altura!

    34 Certo dia, alguns jumentos de Quis escaparam. Quis disse a seu filho: “Saul, vá procurar os jumentos. Leve um dos ajudantes.” Saul chamou um dos ajudantes e saiu à procura dos animais. Chegaram às montanhas de Efraim, perto de Salisa, mas não os encontraram. Prosseguiram até Saalim, mas também não tiveram sorte. Depois, para Jabim, e nada.

    5 Quando chegaram a Zufe, Saul disse ao seu ajudante: “Chega! Vamos voltar. Logo, meu pai vai se esquecer dos jumentos. Vai ficar preocupado é com a nossa demora.”

    6 O ajudante sugeriu: “Não vamos nos precipitar. Naquela cidade ali, há um homem de Deus. Ele é muito respeitado aqui, pois o que ele prevê sempre dá certo. Talvez ele possa nos dizer onde estão os jumentos.”

    7 Saul retrucou: “Mas, para consultá-lo, não é preciso dar alguma coisa para ele? Não temos mais nem alimento na sacola. Não há nada que possamos oferecer ao homem de Deus. Ou ainda temos?”

    8-9 O ajudante disse: “Veja! Tenho esta moeda de prata! Vou dar este dinheiro para o homem de Deus, e ele nos dirá o que fazer.” (Naquele tempo, em Israel, quando alguém queria consultar Deus sobre alguma questão dizia: “Vamos consultar o vidente” — porque aquele que hoje chamamos “profeta” era chamado “vidente”).

    10 Saul respondeu: “Ótimo! Então, vamos!” Eles rumaram para a cidade na qual vivia o homem de Deus.

    11 Quando subiam ao monte para entrar na cidade, encontraram algumas moças que voltavam do poço e perguntaram: “É aqui que está o vidente?”

    12-13 Elas responderam: “É, sim! Sigam em frente. Mas andem depressa. Ele veio hoje porque o povo preparou um sacrifício no altar. Se entrarem logo na cidade, poderão alcançá-lo antes que ele suba para o altar para comer. O povo não come até que ele chegue, pois ele precisa abençoar o sacrifício. Só então, todos comem. Vão depressa! Vocês vão encontrá-lo, com certeza!”

    14 Eles continuaram subindo até chegarem à cidade. E ali estava ele, Samuel. Ele vinha na direção deles, a caminho do altar.

    15-16 Um dia antes, o Eterno tinha revelado a Samuel: “Amanhã, a esta hora, enviarei um homem da terra de Benjamim ao seu encontro. Você deve ungi-lo príncipe sobre o povo de Israel. Ele livrará o meu povo da opressão dos filisteus. Conheço bem as dificuldades do povo e ouvi o clamor do povo.”

    17 No instante em que Samuel avistou Saul, o Eterno disse ao profeta: “Esse é o homem de que falei. Ele governará o meu povo.”

    18 Saul interpelou Samuel no meio da rua e perguntou: “Por favor, o senhor pode me informar onde mora o vidente?”

    19-20 Samuel respondeu: “Sou eu o vidente. Acompanhe-me até o altar e coma comigo. Amanhã cedo, direi tudo que você precisa saber, e você poderá ir embora. Por falar nisso, os jumentos perdidos, que você procura há três dias, foram encontrados. Por isso, não se preocupe com eles. Neste momento, o futuro de Israel está em suas mãos.”

    21 Saul respondeu: “Não passo de um benjamita, a menor tribo de Israel, do clã mais insignificante da tribo. Por que o senhor fala comigo dessa maneira?”

    22-23 Samuel conduziu Saul e seu ajudante até o lugar da refeição no altar e os fez assentar em lugar de honra à mesa. Havia cerca de trinta convidados, e Samuel disse ao cozinheiro: “Traga-me o melhor pedaço de carne, aquele que pedi para você reservar.”

    24 O cozinheiro trouxe a carne num prato decorado e a deixou diante de Saul, dizendo: “Esta porção foi separada para você. Pode comer! Foi especialmente preparada para esta ocasião e para estes convidados.” Saul comeu com Samuel. Foi um dia memorável!

    25 Depois, desceram do altar para a cidade. Havia uma cama preparada para Saul no terraço arejado da casa em que Samuel estava.

    26 Eles acordaram logo ao clarear do dia. Samuel chamou Saul no terraço: “Levante-se, é hora de ir.” Saul levantou-se, e os dois saíram para a rua.

    27 Quando se aproximaram da saída da cidade, Samuel disse a Saul: “Diga ao seu ajudante que siga adiante de nós. Fique comigo um pouco. Tenho uma mensagem de Deus para você.”

  • 1a Samuel, 8

    O GOVERNO DE DEUS É REJEITADO
    1-3 Quando Samuel envelheceu, ele nomeou seus filhos líderes de Israel. Seu filho mais velho chamava-se Joel, e o outro, Abias. Eles foram designados para Berseba. Mas eles não seguiram os passos do pai: procuravam os próprios interesses, recebiam suborno e corrompiam a justiça.

    4-5 Os chefes de Israel se reuniram e foram reclamar com Samuel em Ramá: “Você já está idoso, e seus filhos não agem com a mesma integridade. Queremos que faça o seguinte: Nomeie um rei para nos governar, como é normal entre os outros povos.”

    6 Quando eles pediram um rei para governá-los, Samuel ficou abalado e orou ao Eterno.

    7-9 O Eterno respondeu: “Vá em frente! Faça o que eles pedem. Eles não estão rejeitando você. O que não querem é que eu seja o rei deles. Desde que os tirei da terra do Egito até agora, eles agem assim, o tempo todo me abandonando para servir outros deuses. Agora estão fazendo isso com você. Por isso, deixe que recebam o que estão pedindo. Mas faça que entendam as consequências desse pedido. Mostre como um rei trabalha e como ele vai tratá-los.”

    10-18 Samuel explicou com clareza as implicações de se ter um rei, como ordenou o Eterno: “Vou dizer como agirá o rei que vocês estão querendo. Ele recrutará seus filhos para seu exército, para os carros de guerra, para a cavalaria e infantaria, e os arregimentará em batalhões e esquadrões. Alguns serão submetidos a trabalhos forçados nas terras dele. Outros serão designados para fabricar armas e equipamentos para os carros. Ele convocará suas filhas para trabalhar como estilistas, copeiras e cozinheiras. Ele confiscará as melhores lavouras, vinhas e pomares de vocês para entregá-las a seus protegidos. Ele cobrará impostos da produção das lavouras e vinhas de vocês para manter a máquina governamental. O melhor da mão de obra e dos animais de vocês ele usará para benefício próprio e cobrará impostos sobre os rebanhos. Vocês não serão muito diferentes dos escravos. Um dia, vocês vão chorar de desespero por causa desse rei que tanto desejam agora. Mas não pensem que o Eterno ouvirá vocês.”

    19-20 Mas o povo não deu atenção a Samuel. Eles insistiam: “Não estamos preocupados com isso! Queremos um rei para nos governar! Queremos ser como os outros povos. Nosso rei governará sobre nós, será o nosso líder e comandará nossas tropas na guerra.”

    21-22 Samuel ouviu a resposta deles e relatou tudo ao Eterno. O Eterno disse a Samuel: “Faça o que eles pedirem. Nomeie um rei sobre eles.” Então, Samuel despediu os homens de Israel, dizendo: “Voltem cada um para a sua casa.”

  • 1a Samuel, 7

    1 Os homens de Quiriate-Jearim foram buscar a arca do Eterno e a deixaram na casa de Abinadabe, que ficava na colina. Designaram seu filho Eleazar responsável pela arca do Eterno.

    2 Passou-se muito tempo desde que a arca foi levada para Quiriate-Jearim: nada menos do que vinte anos. Em todo o Israel, havia respeito absoluto pelo Eterno.

    3 Um dia, Samuel propôs ao povo de Israel: “Se vocês quiserem mesmo voltar para o Eterno, livrem-se dos deuses estranhos e das deusas da fertilidade. Depositem a sua confiança no Eterno, sirvam apenas a ele, e ele livrará vocês da opressão dos filisteus.”

    4 Eles obedeceram. Destruíram os deuses e as deusas, as imagens de Baal e Astarote, e passaram a se dedicar exclusivamente ao serviço do Eterno.

    5 Em seguida, Samuel disse: “Reúnam todos em Mispá para que eu interceda pelo povo.”

    6 Todos os israelitas se reuniram em Mispá. Eles tiraram água do poço e a derramaram perante o Eterno, como ritual de purificação. Depois de jejuar o dia todo, confessaram: “Pecamos contra o Eterno!” Assim, Samuel preparou os israelitas para a guerra santa ali em Mispá. “

    NESTE LUGAR, O ETERNO NOS AJUDOU
    7 Quando os filisteus souberam que os israelitas estavam reunidos em Mispá, os líderes dos filisteus partiram para a ofensiva. Israel foi informado da mobilização deles e teve medo. Os filisteus os estavam ameaçando outra vez!

    8 O povo suplicou a Samuel: “Ore com toda intensidade e não pare de orar! Interceda ao Eterno, o nosso Deus, para que ele nos livre dos filisteus.”

    9 Samuel ofereceu um cordeiro que ainda não tinha sido desmamado como oferta queimada ao Eterno. Ele intercedeu por Israel, e o Eterno respondeu.

    10-12 Enquanto Samuel oferecia o sacrifício, os filisteus se aproximavam, dispostos a atacar Israel. Naquele momento, o Eterno trovejou sobre os filisteus, e eles entraram em pânico. A confusão foi total. Todos correram de Israel, cada um para um canto. Israel, de Mispá, disparou na perseguição a eles, matando os filisteus em toda parte, até as proximidades de Bete-Car. Samuel assentou uma pedra entre Mispá e Sem e deu a ela o nome de Ebenézer (Rocha da Ajuda), dizendo: “Neste lugar, o Eterno nos ajudou.”

    13-14 Os filisteus aprenderam a lição e ficaram quietos em seu lugar. Não atravessaram mais a fronteira. O Eterno foi severo com os filisteus durante toda a vida de Samuel. Todas as cidades que os filisteus tinham tomado de Israel, de Ecrom a Gate, foram recuperadas. Israel também livrou os territórios ao redor delas do domínio dos filisteus, e houve paz entre Israel e os amorreus.

    15-17 Samuel liderou Israel com firmeza durante toda a sua vida. Todos os anos, ele percorria as cidades de Betel, Gilgal e Mispá. Em cada lugar, julgava as causas do povo, mas sempre retornava a Ramá, onde residia. Sua base de governo estava ali. Nessa cidade, ele erigiu um altar ao Eterno.

  • 1a Samuel, 6

    TUMORES E RATOS DE OURO
    1-2 A arca do Eterno estava entre os filisteus havia sete meses, e os líderes do povo foram consultar as autoridades religiosas, os sacerdotes e os especialistas em fenômenos sobrenaturais e perguntaram: “Gomo vamos nos livrar da arca do Eterno? Como nos livraremos sem que aconteça o pior? Precisamos saber.”

    3 Eles responderam: “Se vocês quiserem devolver a arca do Deus de Israel, não a devolvam simplesmente, sem oferecer nada. Será preciso uma compensação. Assim, vocês serão curados, pois Deus aliviará o castigo.”

    4-6 “E o que, exatamente, seria uma boa compensação?” Eles responderam: “Cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro, de acordo com o número de líderes filisteus. Já que todos vocês, os líderes e o povo, foram atingidos pela mesma praga, façam imitações dos tumores e dos ratos que devastam a nação e apresentem esses itens como oferta, para a glória do Deus de Israel. Assim, talvez ele deixe de castigar vocês, os seus deuses e a sua nação. Não sejam obstinados, como os egípcios e o faraó. Deus os feriu até que deixassem os hebreus sair. Só assim, ele os deixou em paz.

    7-9 “Portanto, façam o seguinte: tomem uma carroça nova e duas vacas que nunca puxaram carroça. Amarrem os animais à carroça e prendam suas crias no curral. Ponham a arca do Eterno sobre a carroça. Num saco ao lado da arca, ponham as imitações de ouro dos tumores e dos ratos que vocês estão oferecendo como compensação. Depois, deixem as vacas por conta própria e fiquem observando. Se elas seguirem direto para a terra de onde vieram, na direção de Bete-Semes, está claro que essa catástrofe veio por juízo divino. Caso contrário, saberemos que não foi castigo de Deus, mas foi algo acidental.”

    10-12 Eles seguiram as instruções. Amarraram duas vacas a uma carroça, puseram as crias no curral e acomodaram a arca do Eterno e o saco com os ratos e os tumores de ouro sobre a carroça. As vacas seguiram direto pela estrada de Bete-Semes: não se desviaram nem para a direita nem para a esquerda. Os líderes dos filisteus as seguiram até perto de Bete-Semes.

    13-15 Os moradores de Bete-Semes estavam colhendo trigo no vale. De repente, eles avistaram a arca. Eufóricos, correram ao encontro dela. A carroça entrou no campo de Josué, morador de Bete-Semes, e ali estacionou, perto de uma grande rocha. Os ceifeiros desmancharam a carroça, transformando-a em lenha, e sacrificaram as vacas como oferta queimada ao Eterno. Os levitas puseram a arca do Eterno e o saco com as ofertas de ouro sobre a grande rocha. Naquele dia, os moradores de Bete-Semes, muito animados, ofereceram sacrifícios e adoraram ao Eterno.

    16 Os líderes filisteus observaram toda aquela movimentação e, depois, retornaram para Ecrom.

    17-18 As cinco imitações de ouro dos tumores foram oferecidas pelos filisteus em compensação pelas cidades de Asdode, Gaza, Ascalom, Gate e Ecrom. Os cinco ratos de ouro correspondiam ao número das cidades dos filisteus, pequenas e grandes, governadas pelos cinco líderes. A grande pedra sobre a qual foi posta a arca do Eterno continua até hoje no campo de Josué, em Bete-Semes.

    VOLTANDO PARA DEUS
    19-20 O Eterno feriu alguns homens de Bete-Semes que, por curiosidade e irreverência, espiaram dentro da arca do Eterno. Setenta homens morreram, e toda a cidade ficou de luto, chocada com o rigor do Eterno, e questionava: “Quem pode permanecer na presença do Eterno, esse Deus santo? Quem vai se responsabilizar pela arca?”

    21 Eles mandaram mensageiros a Quiriate-Jearim, dizendo: “Os filisteus devolveram a arca do Eterno. Venham buscá-la.”

  • 1a Samuel, 5

    AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO
    1-2 Depois que os filisteus tomaram a arca de Deus, eles a levaram de Ebenézer para Asdode e a depositaram no santuário deles, perto do ídolo de Dagom.

    3-5 Na manhã seguinte, quando os moradores de Asdode se levantaram, ficaram chocados ao encontrar Dagom tombado no chão, diante da arca do Eterno. Eles o levantaram e o puseram de volta no lugar. Na manhã seguinte, lá estava ele de novo, prostrado diante da arca do Eterno. Dessa vez, a cabeça e os braços do ídolo estavam quebrados, espalhados pela soleira. Só o tronco ficou inteiro. (Por isso, os sacerdotes de Dagom e os que trazem oferendas ao santuário de Dagom, em Asdode, até hoje evitam pisar na soleira).

    6 O Eterno castigou com severidade o povo de Asdode, provocando tumores na população. Isso aconteceu na cidade e nos arredores. Ele permitiu que os ratos proliferassem ali. Os roedores saíram dos navios e tomaram conta da cidade! Os moradores ficaram aterrorizados.

    7-8 Quando viram o que estava acontecendo, os líderes de Asdode concluíram: “A arca do Deus de Israel precisa ser levada embora. Nem nós nem nosso deus Dagom podemos suportar mais esta situação!” Eles convocaram todos os líderes filisteus e os consultaram: “Como vamos fazer para nos livrar da arca do Deus de lsrael?” Os líderes decidiram: “Mandem a arca para Gate.” Assim, a arca do Deus de Israel foi enviada para aquela cidade.

    9 Mas, assim que a arca chegou a Gate, o Eterno também castigou aquela cidade severamente. O pânico era geral! Os cidadãos contraíram tumores, que infectaram toda a população da cidade, jovens e velhos.

    10-12 Por isso, decidiram enviar a arca de Deus para Ecrom, mas antes de ela entrar na cidade, o povo gritou em protesto: “Vocês vão nos matar, trazendo a arca do Deus de Israel para cá!” O povo foi procurar os líderes dos filisteus e exigiu: “Tirem a arca do Deus de Israel daqui. Que ela volte para o seu lugar, porque estamos ameaçados de extinção!” Estavam todos apavorados porque Deus já os estava castigando enquanto a arca ainda se aproximava. Quem não morria era atingido por tumores. Por toda a cidade, as pessoas gritavam de dor, e havia gente chorando em todo lugar.

  • 1a Samuel, 4

    A ARCA DO ETERNO É CAPTURADA
    1-3 Tudo que Samuel dizia era anunciado por todo o Israel. Um dia, Israel saiu à guerra contra os filisteus. Os israelitas armaram acampamento em Ebenézer, e os filisteus, em Afeque. Os filisteus marcharam contra Israel. A luta se intensificou, e Israel sofreu uma amarga derrota — cerca de quatro mil homens caíram mortos no campo de batalha. Quando as tropas retornaram ao acampamento, os líderes de Israel disseram: “Por que o Eterno permitiu que os filisteus nos derrotassem? Vamos trazer a arca da aliança do Eterno, que está em Siló. Ela vai nos acompanhar e nos livrar da opressão de nossos inimigos.”

    4 O exército mandou emissários a Siló, e eles trouxeram a arca da aliança do Senhor dos Exércitos de Anjos, que está entronizado entre os querubins. Os filhos de Eli, Hofni e Fineias, acompanharam a arca.

    5-6 Quando a arca da aliança do Eterno chegou ao acampamento, todos vibraram de alegria. Os gritos pareciam um trovão, e o chão tremia. Ouvindo os gritos, os filisteus tentavam adivinhar o que estava acontecendo e se perguntavam: “Que gritaria é essa entre os hebreus?”

    6-9 Mais tarde, eles descobriram que a arca do Eterno tinha chegado ao acampamento dos hebreus e entraram em pânico: “Os deuses deles chegaram ao acampamento! Nunca aconteceu algo assim conosco. Estamos perdidos! Quem nos livrará das garras desses deuses poderosos? São os mesmos deuses que feriram os egípcios com tudo que era praga no deserto. Levantem-se, filisteus! Coragem! Corremos o risco de nos tornar escravos dos hebreus, assim como eles foram nossos escravos. Mostrem sua força! Lutem pela sua vida!”

    10-11 Eles lutaram como nunca e puseram Israel para correr. Massacraram os israelitas sem dó nem piedade. Os soldados sobreviventes fugiram, deixando atrás de si trinta mil mortos. Como se não bastasse, a arca de Deus foi levada. Os dois filhos de Eli, Hofni e Fineias, foram mortos nessa batalha.

    ISRAEL PERDE A GLÓRIA
    12-16 Um benjamita, que tinha saído da linha de combate, correu para Siló. Quando chegou à cidade, tinha a camisa rasgada e o rosto sujo. Eli estava sentado na sua cadeira, perto do caminho, aguardando notícias, pois estava muito preocupado com a arca de Deus. Quando o rapaz entrou na cidade para dar a notícia, o povo, chocado com a notícia, começou a chorar. Eli ouviu o choro e perguntou: “O que está acontecendo?” O mensageiro contou a notícia ao sacerdote. Eli tinha 98 anos de idade e estava cego. O rapaz disse a Eli: “Acabei de voltar da linha de combate. Quase perdi a vida.” Eli perguntou: “O que aconteceu, meu filho?”

    17 O mensageiro respondeu: “Israel fugiu dos filisteus. Foi uma derrota catastrófica, com muitas baixas. Seus filhos, Hofni e Fineias, morreram, e a arca de Deus foi levada.”

    18 Quando Eli ouviu que a arca de Deus tinha sido capturada, caiu da cadeira para trás, perto da porta, onde estava sentado. Ele era velho e gordo e, quando caiu, quebrou o pescoço e morreu. Ele tinha servido Israel durante quarenta anos.

    19-20 Sua nora, esposa de Fineias, estava grávida, e faltava pouco tempo para dar à luz. Quando ouviu que a arca de Deus tinha sido levada e que seu sogro e seu marido estavam mortos, ela entrou em trabalho de parto. Ela estava morrendo, e a parteira disse: “Fique tranquila. Você teve um menino!” Mas ela não respondeu.

    21-22 A arca de Deus foi levada, o sogro estava morto, o marido também; então, ela deu ao filho o nome de Icabode (Foi-se a Glória), dizendo: “Israel perdeu a glória, já que a arca de Deus foi capturada.”

  • 1a Samuel, 3

    “FALA, DEUS. TEU SERVO ESTÁ PRONTO PARA OUVIR”
    1-3 O menino Samuel servia ao Eterno sob a orientação de Eli. Naquele tempo, raramente se via ou ouvia alguma revelação do Eterno. Certa noite, Eli já estava dormindo (sua vista já estava fraca, ele não enxergava direito). Bem antes do amanhecer, quando a lâmpada do santuário ainda estava acesa, Samuel dormia no santuário do Eterno, no qual estava a arca de Deus.

    4-5 Naquela noite, o Eterno o chamou: “Samuel, Samuel.” Samuel respondeu: “Pois não! Estou aqui.” E foi até onde Eli estava, dizendo: “Eu ouvi o senhor me chamar. Estou aqui.” Eli disse: “Não chamei você. Volte para a cama.” Samuel voltou.

    6-7 O Eterno o chamou novamente: “Samuel, Samuel!” Samuel levantou-se e foi de novo falar com Eli: “Eu ouvi o senhor me chamar. Estou aqui.” Outra vez, Eli disse: “Filho, não chamei você. Volte para a cama.” (Isso aconteceu antes que Samuel conhecesse o Eterno. Foi antes de o Eterno se revelar a ele pessoalmente).

    8-9 O Eterno o chamou pela terceira vez: “Samuel!” Mais uma vez, Samuel se levantou, foi até onde Eli estava e disse: “Pois não! Ouvi o senhor me chamar. Estou aqui.” Então, Eli percebeu que o Eterno estava chamando o menino. O sacerdote disse a Samuel: “Volte para a cama. Se você ouvir a voz outra vez, diga: ‘Fala, Deus. Teu servo está pronto para ouvir.’” Samuel voltou para a cama.

    10 O Eterno veio, ficou do lado dele, como nas outras vezes, e o chamou: “Samuel, Samuel!” Ele respondeu: “Fala, Deus. Teu servo está pronto para ouvir.”

    11-14 O Eterno disse a Samuel: “Preste atenção. Estou prestes a fazer algo em Israel que deixará o povo abalado. Chegou a hora de cumprir o que eu disse que faria à família de Eli. Ele ficará sabendo que o tempo chegou. A família dele está condenada. Ele sabe o que está acontecendo, que seus filhos profanam o nome e o santuário de Deus, e ele nunca tomou providência. Minha sentença contra a família de Eli é esta: o pecado da família de Eli jamais será eliminado por algum sacrifício ou alguma oferta.”

    15 Samuel ficou deitado até o amanhecer. Levantou-se bem cedo e foi cumprir a sua obrigação, que era abrir as portas do santuário. Mas não estava querendo contar a visão a Eli.

    16 Mais tarde, Eli chamou Samuel: “Samuel, meu filho!” Samuel veio depressa: “Pois não! Em que posso ajudar?”

    17 “O que o Eterno disse a você? Conte-me tudo. Não esconda nada, não amenize nem mesmo uma palavra. Deus é seu juiz! Quero saber tudo que ele disse a você.”

    18 Samuel contou tudo a Eli. Não escondeu nada. Eli disse: “É o Eterno. Que ele faça o que achar melhor.”

    19-21 Samuel crescia. O Eterno estava com ele, e a reputação profética de Samuel era impecável. Todos em Israel, de Dã, ao norte, até Berseba, ao sul, reconheciam que Samuel era íntegro, um verdadeiro profeta do Eterno. O Eterno continuou aparecendo em Siló. Ele se revelava por meio de sua palavra a Samuel.

  • 1a Samuel, 2

    1 Ana orou: “Canto de alegria por causa das notícias do Eterno! Estou andando nas nuvens. Estou rindo dos meus rivais. Estou dançando minha salvação.

    2-5 “Não há santo como o Eterno, nenhum rochedo como Deus. Não falem com arrogância — não saiam de sua boca palavras de orgulho! Pois o Eterno conhece todas as coisas. Ele mede tudo que acontece. As armas dos fortes são esmigalhadas, mas os fracos são revigorados. Os mais abastados agora mendigam o pão nas ruas, mas os famintos têm comida em dobro. A mulher estéril está com a casa cheia de filhos, mas a mãe de muitos ficou sem eles.

    6-10 O Eterno traz a morte e o Eterno traz a vida, faz descer à cova e faz ressurgir. O Eterno faz empobrecer e envia riquezas; ele rebaixa e exalta. Ele põe o pobre de pé outra vez; anima os esgotados com nova esperança, Restaura na vida deles a dignidade e o respeito; faz que tenham um lugar ao sol! Pois, ao Eterno, pertencem as próprias estruturas da terra; ele estabeleceu a terra sobre um fundamento bem firme. Ele protege os amigos fiéis o tempo todo, mas deixa o perverso tropeçar na escuridão. Ninguém consegue sucesso nesta vida por esforço próprio! Os inimigos do Eterno serão destruídos com rajadas do céu: serão amontoados e queimados. O Eterno estabelecerá a justiça sobre toda a terra, ele dará força ao rei, ele estabelecerá o seu ungido sobre todo o mundo!”

    11 Elcana voltou para sua casa, em Ramá. O menino ficou servindo ao Eterno sob os cuidados do sacerdote Eli.

    SAMUEL SERVE AO ETERNO
    12-17 Os filhos de Eli não eram flor que se cheirasse. Eles não acreditavam no Eterno e levavam o ofício sacerdotal na brincadeira. Quando alguém oferecia um sacrifício, era costume o ajudante do sacerdote chegar e, enquanto a carne estava ainda cozinhando, meter o garfo de três pontas na panela. O que ele tirasse com o garfo era a porção do sacerdote. Mas os filhos de Eli agiam de outro modo com os israelitas que vinham oferecer sacrifício em Siló. Antes mesmo de se queimar a gordura para Deus, eles mandavam o ajudante do sacerdote dizer ao que estava oferecendo o sacrifício: “Dê um pouco desta carne para o sacerdote assar. Ele não gosta de carne cozida, só de carne mal passada.” Se a pessoa resistisse, dizendo: “Deixe primeiro queimar a gordura, a porção de Deus! Depois, leve o que quiser”, o ajudante insistia: “Não. Preciso agora. Se não me der, vou ter de tomá-la à força.” Era horrível o pecado que os dois jovens cometiam — bem na presença do Eterno! —, profanando a oferta sagrada.

    18-20 Era essa a situação na época em que Samuel, ainda menino, costumava usar uma túnica de linho e servia ao Eterno. Todo ano, sua mãe fazia uma pequena túnica, de acordo com o tamanho de Samuel, e entregava a ele quando ela e o marido vinham para o sacrifício anual. Eli abençoava Elcana e sua mulher, dizendo: “O Eterno dê filhos no lugar do menino que vocês dedicaram ao Eterno.” Com isso, voltavam para casa.

    21 O Eterno foi muito bondoso para com Ana: ela teve mais três filhos e duas filhas! O menino Samuel permaneceu no santuário e crescia diante do Eterno.

    SOFRIMENTO E LÁGRIMAS
    22-25 Na época, Eli já era um homem idoso. Ele ficou sabendo que seus filhos tratavam mal o povo e dormiam com as mulheres que ajudavam no santuário. O pai chamou a atenção deles: “O que está acontecendo? Por que estão agindo desse modo? A toda hora ouço conversas sobre a maldade e o péssimo comportamento de vocês. Ah, meus filhos, isso não está certo! O povo do Eterno está dizendo coisas terríveis a respeito de vocês! Se vocês pecarem contra outra pessoa, ainda há esperança — Deus tem compaixão. Mas, se estão pecando contra o Eterno, quem os defenderá?”

    25-26 Mas eles estavam tão obcecados pela maldade que as palavras do pai entraram por um ouvido e saíram pelo outro. Diante disso, a paciência do Eterno se esgotou, e ele decretou a morte daqueles rapazes. Mas o jovem Samuel era dedicado ao trabalho, abençoado pelo Eterno e estimado pelo povo.

    27-30 Um homem de Deus certa vez disse a Eli: “O Eterno diz: ‘Eu me revelei a seus antepassados quando eles eram escravos do faraó no Egito. De todas as tribos de Israel, escolhi sua família para que vocês sejam meus sacerdotes: para presidir o altar, queimar o incenso e vestir as roupas sacerdotais na minha presença. Encarreguei seus ancestrais de todas as ofertas de sacrifício em Israel. Por que vocês, agora, tratam as ofertas de sacrifício que ordenei para minha adoração como simples pilhagem? Por que você dá mais valor a seus filhos que a mim, permitindo que eles engordem com as ofertas, ignorando a minha vontade? Por isso, esta é a palavra do Eterno, o Deus de Israel: ainda que eu tenha prometido a seus antepassados que vocês seriam meus sacerdotes para sempre, agora — lembre-se, palavra do Eterno! — não é possível continuar assim. “‘Eu honro os que me honram; mas os que me desprezam serão humilhados.

    31-36 “‘Saiba disto: muito em breve, eliminarei sua família e sua descendência. Ninguém de sua família chegará à idade avançada! Você verá coisas boas acontecerem em Israel e ficará triste, porque ninguém de sua família viverá para desfrutá-las. Deixarei uma pessoa da família para continuar servindo no meu altar, mas a vida será sofrida, com muitas lágrimas. O restante de sua família morrerá cedo. O que acontecer com seus filhos, Hofni e Fineias, será a prova disso: ambos morrerão no mesmo dia. Então, estabelecerei para mim um sacerdote de verdade. Ele fará o que eu desejo e será o que eu quero que ele seja. Eu o protegerei, e ele cumprirá o seu dever livremente no serviço do meu ungido. Os que sobreviverem de sua família vão pedir esmolas a ele, dizendo: Por favor, deixe-nos fazer algum trabalho de sacerdote, para ao menos termos o que comer!.’”