Categoria: Êxodo

O Segundo Livro de Moisés chamado Êxodo
Introdução
Êxodo quer dizer “saída”, e este livro trata do acontecimento mais importante da história do povo de Israel, isto é, a saída dos israelitas do Egito, onde eram escravos. O livro tem quatro partes principais: 1) A libertação dos israelitas; 2) A viagem até o monte Sinai; 3) A aliança de Deus feita com o seu povo no monte Sinai, onde Deus lhe deu as leis morais, civis e religiosas; 4) A construção de um lugar de adoração para o povo de Israel e as leis a respeito do sacerdócio e da adoração de Deus.
Acima de tudo, este livro descreve o que Deus fez, como ele libertou o seu povo e como, daquela gente, ele formou uma nação cheia de esperança no futuro.
A figura humana central do livro é Moisés, o homem a quem Deus escolheu para tirar o seu povo do Egito. No capítulo 3 lemos como Deus chamou Moisés e lhe revelou o seu nome sagrado “EU SOU O QUE SOU”. O trecho mais conhecido do livro é a lista dos dez mandamentos, no capítulo 20.

  • Êxodo, 10

    O OITAVO GOLPE: OS GAFANHOTOS
    1-2 O Eterno disse a Moisés: “Apresente-se ao faraó. Fui eu quem causou sua obstinação, a dele e a dos membros da corte, para obrigá-lo a testemunhar meus sinais, para que vocês pudessem contar a seus filhos e netos que tripudiei sobre os egípcios, como o gato faz com o rato, e para que todos vocês saibam que eu sou o Eterno.”

    3-6 Moisés e Arão apresentaram-se ao faraó e disseram: “O Eterno, o Deus dos hebreus, diz o seguinte: Até quando você vai se recusar a se dobrar perante mim? Liberte meu povo, para que prestem culto a mim. Se você se recusar a libertá-lo, cuidado! Amanhã, vou enviar uma nuvem imensa de gafanhotos sobre o país. Eles cobrirão cada centímetro do chão, e ninguém conseguirá enxergá-lo. Os gafanhotos vão devorar o que sobrou da tempestade de granizo; nem as árvores que estiverem nascendo nos campos vão escapar. Eles vão invadir sua casa e infestarão as casas dos membros da corte e todas as outras casas do Egito. Afirmo que nunca se viu nada igual, desde o tempo em que seus antepassados puseram o pé nesta terra’.” Depois de entregar o recado, eles viraram as costas e saíram da presença do faraó.

    7 Os membros da corte disseram: “Até quando você vai deixar esse homem nos atormentar? Deixe esse povo ir e prestar culto ao Eterno, o Deus deles. Não percebe que o Egito está indo para o buraco?.”

    8 Então, Moisés e Arão foram chamados de volta à presença do faraó, e ele disse: “Está bem! Vão e prestem culto ao Eterno, o Deus de vocês. Mas preciso saber quem vai e quem fica.”

    9 Moisés respondeu: “Vamos levar jovens e velhos, filhos e filhas, rebanhos e gado, porque será um culto de celebração ao Eterno.”

    10-11 O faraó retrucou: “Eu até os enviaria com as bênçãos do Eterno, mas de modo algum vou permitir que levem seus filhos. Olhem aqui, vocês não estão com boas intenções, basta olhar para vocês! Nada feito! Só os homens irão. Se quiserem assim, vão e prestem culto ao Eterno. Não é o que tanto desejam?.” E foram expulsos da presença do faraó.

    12 O Eterno disse a Moisés: “Estenda a mão sobre o Egito e de o sinal para que os gafanhotos cubram a terra do Egito e devorem todas as folhas deste país, tudo que o granizo não destruiu.”

    13 Moisés estendeu sua vara sobre a terra do Egito, e o Eterno fez soprar um vento oriental durante aquele dia inteiro e por toda aquela noite. Pela manhã, os gafanhotos chegaram, trazidos pelo vento oriental.

    14-15 Os gafanhotos cobriram toda a terra do Egito, ocupando cada centímetro do solo. O país foi tomado de assalto pelos insetos. Nunca havia acontecido uma invasão tão maciça de gafanhotos, e não haverá outra igual. Eles devoraram tudo, cada folha, cada pedaço de fruta, tudo que o granizo não havia destruído. O estrago foi imenso: tudo que restou foram árvores desfolhadas e campos desnudos — o verde foi banido de toda a terra do Egito.

    16-17 Imediatamente, o faraó mandou chamar Moisés e Arão e disse: “Pequei contra o Eterno, o seu Deus, e também contra vocês. Relevem meu pecado mais uma vez. Orem ao Eterno, o Deus de vocês, para que ele me livre desta calamidade e retire a morte deste lugar!” .

    18-19 Moisés saiu da presença do faraó e orou ao Eterno. O Eterno, então, inverteu a direção do vento: um forte vento, vindo do oeste, empurrou os gafanhotos para o mar Vermelho. Não sobrou um único gafanhoto em toda a terra do Egito.

    20 Mas o Eterno manteve o faraó em sua obstinação. E o rei, mais uma vez, recusou-se a liberar os israelitas.

    O NONO GOLPE: A ESCURIDÃO
    21 O Eterno disse a Moisés: “Estenda a mão para o céu. Faça escurecer a terra do Egito, uma escuridão tão densa que seja quase palpável.”

    22-23 Moisés estendeu a mão para o céu, e ninguém mais conseguia enxergar ninguém.. Durante três dias, ninguém se atreveu a sair do lugar. A única exceção eram os israelitas, pois havia luz no lugar em que moravam.

    24 O faraó chamou Moisés e disse: “Você todos podem ir e prestar culto ao Eterno, só que os rebanhos e o gado ficam aqui. Mas não vou proibir vocês de levar os filhos.”

    25-26 Moisés retrucou: “Você tem de nos deixar levar os animais, porque precisamos deles para os sacrifícios que vamos oferecer em adoração ao nosso Deus, o Eterno. Os animais têm de seguir conosco, nem mesmo um casco deve ficar para trás. Eles fazem parte do culto que prestaremos ao nosso Deus, o Eterno, e só quando chegarmos lá é que saberemos do que vamos precisar.”

    27 Mas o Eterno manteve o faraó em sua obstinação. E ele não concordou em liberar o povo.

    28 O faraó disse a Moisés: “Sumam daqui! E muito cuidado! Nunca mais quero ver vocês. Se aparecerem na minha frente de novo, vocês vão morrer!.”

    29 Moisés disse: “Seja como você quer. Você nunca mais me verá.”

  • Êxodo, 9

    O QUINTO GOLPE: A MORTE DOS ANIMAIS
    1-4 O Eterno disse a Moisés: “Vá até o faraó e diga-lhe: ‘O Eterno, o Deus dos hebreus, diz o seguinte: Liberte o meu povo, para que me prestem culto. Se você se recusar a me ouvir e continuar a segurá-lo, estou avisando: o Eterno atingirá seus animais que estão no campo — cavalos, jumentos, camelos, gado, ovelhas — com uma grave doença. E também, desta vez, fará clara separação entre os animais de Israel e os do Egito. Nenhum animal dos israelitas morrerá.”

    5 O Eterno marcou a hora: “Isso acontecerá amanhã.”

    6-7 E foi o que o Eterno fez no dia seguinte. Todos os animais do Egito morreram, mas não morreu nem um só dos animais dos israelitas. O faraó enviou alguns homens para averiguar, e nenhum animal dos israelitas havia morrido, nem um sequer. Mesmo assim, o faraó continuou obstinado e não deu permissão para o povo sair.

    O SEXTO GOLPE: OS FURÚNCULOS
    8-11 O Eterno disse a Moisés e Arão: “Peguem um punhado de cinza de uma fornalha, e Moisés deve jogá-la para o ar, bem diante dos olhos do faraó. Uma fina camada de pó vai cobrir todo o Egito e provocar feridas, uma praga de furúnculos que atingirá pessoas e animais em todo o país.” Então, eles recolheram cinza de uma fornalha e a jogaram para o ar, na presença do faraó. O pó fino fez brotar furúnculos nas pessoas e nos animais. Mais uma vez, os magos não foram capazes de competir com Moisés por causa dos furúnculos, pois eles mesmos estavam cobertos deles, como os demais habitantes do Egito.

    12 E o Eterno fez aumentar a obstinação do faraó. O rei do Egito se manteve irredutível, como o Eterno havia predito.

    O SÉTIMO GOLPE: O GRANIZO
    13-19 O Eterno disse a Moisés: “Levante-se amanhã bem cedo, vá ao encontro do faraó e diga a ele: ‘O Eterno, o Deus dos hebreus, diz o seguinte: Liberte meu povo para que me prestem culto. Dessa vez, atingirei você, seus servos e seu povo com toda a minha força, para que você entenda que não há ninguém como eu em nenhum lugar da terra. Você sabe que eu já poderia ter eliminado você e seu povo com doenças mortais, sem deixar ninguém para contar a história. Mas eu o mantive vivo por uma única razão: fazê-lo reconhecer o meu poder, para que a minha reputação se espalhe por toda a terra. Você ainda está se fortalecendo à custa do meu povo e não o deixa sair. Mas isto é o que vai acontecer: amanhã, a esta mesma hora, enviarei uma terrível tempestade de granizo, como nunca houve no Egito desde a sua fundação. Portanto, abrigue seus animais, pois quando o granizo cair tudo que estiver ao ar livre morrerá — pessoas e animais’

    20-21 Os membros da corte do faraó que tinham respeito pela palavra do Eterno puseram seus escravos e animais em abrigos o mais rápido que puderam, mas os que não a levavam a sério deixaram seus trabalhadores e animais ao ar livre.

    22 O Eterno disse a Moisés: “Estenda as mãos para o céu. Dê o sinal para que o granizo caia sobre o Egito, sobre pessoas, animais e plantações do Egito.”

    23-26 Moisés ergueu sua vara na direção ao céu, e o Eterno fez trovejar e cair granizo por entre os relâmpagos. Choveu granizo sobre toda a terra do Egito, e os relâmpagos acentuavam a violência da tempestade. Nunca havia acontecido nada igual no Egito, em toda a sua história. O granizo arrasou o país. Tudo que estava a céu aberto nos campos foi esmagado: pessoas, animais e plantações. Até as árvores nos campos foram derrubadas. A única exceção foi Gósen, onde os israelitas moravam: não caiu granizo na terra deles.

    27-28 O faraó convocou Moisés e Arão e disse: “Desta vez, pequei, com toda a certeza! O Eterno está com a razão, eu e meu povo é que estamos errados. Orem ao Eterno. Chega de trovões e de granizo mandados pelo Eterno! Vocês estão liberados para ir. Quanto mais cedo saírem, melhor!”

    29-30 Moisés respondeu: “Assim que eu sair da cidade, vou estender os braços ao Eterno. Os trovões vão cessar, e o granizo deixará de cair, para que você saiba que esta terra pertence ao Eterno. Mesmo assim, sei que você e seus súditos não têm nenhum respeito pelo Eterno.”

    31-32(O linho e a cevada, que já haviam amadurecido, foram destruídos, mas o trigo e o centeio escaparam, pois só mais tarde iriam amadurecer).

    33 Moisés saiu da presença do faraó e da cidade. Então, estendeu os braços ao Eterno. Os trovões e o granizo cessaram, e passou a tempestade.

    34-35 Dito e feito: ao ver que a chuva, o granizo e os trovões haviam cessado, o faraó continuou em seu pecado, mais obstinado do que nunca, ele e os membros da corte. O coração do faraó estava duro como pedra. Mais uma vez, ele se recusou a liberar os israelitas, como o Eterno havia ordenado por intermédio de Moisés.

  • Êxodo, 8

    O SEGUNDO GOLPE: AS RÃS
    14 O Eterno disse a Moisés: “Diga ao faraó: ‘Mensagem do Eterno: Liberte o meu povo para que me prestem culto. Se você se recusar a libertá-lo, estou avisando, atingirei o país inteiro com rãs. O Nilo vai fervilhar de rãs, e elas invadirão suas casas, entrarão nos quartos e subirão nas camas, bem como nos aposentos de seus servos; estarão no meio do povo, dentro dos fornos, das vasilhas e das panelas; Estarão em cima de você e de todos os outros; haverá rãs por toda parte e em cima de tudo!’

    5 O Eterno disse ainda: “Diga a Arão: ‘Agite sua vara sobre os rios, canais e lagos. Faça subir rãs sobre a terra do Egito’.”

    6 Arão estendeu sua vara sobre as águas do Egito, e surgiu uma multidão de rãs, que cobriram todo o país.

    7 Mas, de novo, os magos com seus encantamentos também fizeram surgir rãs no Egito.

    8 O faraó chamou Moisés e Arão e lhes disse: “Orem ao Eterno para que nos livre dessas rãs. Eu vou liberar o povo para que façam seus sacrifícios e prestem culto ao Eterno.”

    9 Moisés disse ao faraó: “Está bem, é só marcar a hora. Quando você vai querer que as rãs saiam daqui e deixem seus servos, seu povo e suas casas? Você ficará livre das rãs, com exceção das que estão no Nilo.”

    10-11 “Faça isso amanhã”, pediu o faraó. Moisés concordou: “Pois será amanhã, para que você saiba que não há nenhum Deus como o Eterno. As rãs serão removidas. Você, suas casas, seus servos e seu povo ficarão livres delas. Só restarão são as que já estão no Nilo.”

    12-14 Moisés e Arão saíram da presença do faraó, e Moisés orou ao Eterno por causa das rãs que ele havia enviado sobre o faraó. O Eterno respondeu à oração de Moisés, e todas as rãs morreram. Casas, pátios e campos ficaram livres delas. Por todo canto, havia rãs mortas, amontoadas em pilhas enormes, e o país inteiro cheirava mal por causa delas.

    15 Mas, quando o faraó viu que a situação estava resolvida, permaneceu obstinado e não cumpriu com sua palavra, como o Eterno havia predito.

    O TERCEIRO GOLPE: OS PIOLHOS
    16 O Eterno disse a Moisés: “Diga a Arão: ‘Golpeie o pó da terra com sua vara. O pó vai se transformar em piolhos por todo o Egito’

    17 E foi o que ele fez. Arão golpeou o pó da terra com sua vara, e a areia se transformou em piolhos, que atacaram as pessoas e os animais. Todo o pó da terra foi transformado em piolhos, e eles infestaram o Egito.

    18 Os magos tentaram fazer surgir piolhos por meio de encantamentos, mas, dessa vez, não conseguiram. Os piolhos estavam por toda parte, sobre pessoas e animais.

    19 Os magos disseram ao faraó: “É a mão de Deus.” Mas o faraó continuou obstinado e não cedeu, como o Eterno havia predito.

    O QUARTO GOLPE: AS MOSCAS
    20-23 O Eterno disse a Moisés: “Levante-se amanhã bem cedo e vá ao encontro do faraó, quando ele estiver a caminho das águas, e transmita este recado: ‘Mensagem do Eterno: Liberte o meu povo, para que me prestem culto. Se você não libertar o meu povo, mandarei enxames de moscas sobre você, sobre seus servos, seu povo e suas casas. As casas dos egípcios e até o chão em que pisam ficarão infestados de moscas. Mas, quando isso acontecer, vou isolar Gósen, onde meu povo vive, como se fosse um santuário: as moscas não chegarão ali. Assim, você saberá que sou o Eterno nesta terra. Farei uma clara distinção entre o seu povo e o meu. Esse sinal acontecerá amanhã’.”

    24 E foi o que o Eterno fez. Densos enxames de moscas infestavam o palácio do faraó e as casas dos seus súditos. O Egito agora era um país coberto de moscas.

    25 O faraó chamou Moisés e Arão e disse: “Está bem, está bem! Podem ir sacrificar ao seu Deus, mas façam isso aqui, neste país.” Moisés retrucou: “Isso não seria prudente. Os egípcios vão ficar escandalizados com os sacrifícios que fazemos ao Eterno. Se apresentarmos os sacrifícios aqui, o povo vai se sentir tão ofendido que vai querer nos matar. Queremos permissão para uma viagem de três dias deserto adentro e para sacrificar ao nosso Eterno, conforme ele nos instruiu.”

    28 O faraó disse: “Tudo bem. Libero vocês para. sacrificar ao seu Eterno no deserto. Mas não se afastem muito. E orem por mim.”

    29 Moisés respondeu: “Assim que eu sair daqui, vou orar ao Eterno para que amanhã as moscas deixem O faraó, seus servos e seu povo. Mas não brinque conosco. Não tente mudar de ideia e nos impedir, outra vez, de sacrificar ao Eterno!.”

    30-32 Moisés saiu da presença do faraó e orou ao Eterno, que atendeu ao pedido de Moisés e livrou das moscas o faraó, seus servos e seu povo. Não sobrou uma única mosca no Egito. Mas, de novo, o faraó se mostrou obstinado e não liberou o povo.

  • Êxodo, 7

    1-5 O Eterno disse a Moisés: “Preste atenção. Você vai parecer um deus para o faraó, e Arão será seu profeta. Você vai falar tudo que eu ordenar, e seu irmão o transmitirá ao faraó. Então, ele libertará os israelitas da sua terra. Ao mesmo tempo, farei o faraó resistir e, em seguida, vou encher o Egito de sinais e maravilhas. O faraó não vai dar atenção a vocês, mas darei um jeito no Egito e tirarei meus soldados de lá, isto é, meu povo, formado por israelitas, com meus atos poderosos de julgamento. Os egípcios vão perceber que sou o Eterno quando eu interferir e tirar os israelitas daquela terra.”

    6-7 Moisés e Arão fizeram exatamente o que o Eterno havia ordenado. Por ocasião dessa audiência com o faraó, Moisés tinha 80 anos de idade, e Arão, 83 anos.

    8-9 O Eterno instruiu Moisés e Arão: “Quando o faraó disser: ‘Deem prova de quem vocês são e realizem algum milagre’, diga a Arão: ‘Pegue sua vara e jogue-a diante do faraó, e ela se transformará numa serpente”

    10 Moisés e Arão foram à presença do faraó e fizeram o que o Eterno havia ordenado. Arão jogou sua vara diante do faraó e de seus servos, e ela se transformou em uma serpente.

    11-12 O faraó mandou chamar seus sábios e feiticeiros. Os magos do Egito fizeram a mesma coisa por meio de seus encantamentos: cada um deles jogou sua vara no chão, e elas se transformaram em serpentes. Mas a vara de Arão engoliu as outras.

    13 Mesmo assim, o faraó mostrou-se obstinado como nunca e não deu atenção a eles, como o Eterno havia dito.

    O PRIMEIRO GOLPE: O SANGUE
    14-18 O Eterno disse a Moisés: “O faraó é um homem obstinado. Ele se recusa a libertar o povo. Amanhã bem cedo, vá encontrar-se com o faraó, na hora de seu passeio pelo rio. Na margem do Nilo, pegue a vara que se transformou em serpente e diga ao faraó: ‘O Eterno, o Deus dos hebreus, enviou-me a você com a seguinte mensagem: Liberte meu povo, para que prestem culto a mim no deserto. Até agora, você não me deu atenção. Mas você vai reconhecer que sou o Eterno. Com esta vara que estou segurando, vou tocar as águas do rio Nilo. Elas se transformarão em sangue, os peixes do Nilo vão morrer e o rio vai cheirar mal. Por causa disso, os egípcios não poderão beber das águas do Nilo’.”

    19 O Eterno disse também a Moisés: “Diga a Arão: Agite sua vara sobre as águas do Egito, sobre rios, canais, lagos e reservatórios, para que se transformem em sangue’. Haverá sangue em todo canto no Egito, até mesmo nas vasilhas e panelas.”

    20-21 Moisés e Arão fizeram exatamente como o Eterno havia ordenado. Arão ergueu sua vara e bateu com ela nas águas do Nilo, diante dos olhos do faraó e de sua comitiva. Toda a água do Nilo transformou-se em sangue. Os peixes do Nilo morreram, o rio começou a cheirar mal e os egípcios não podiam beber da água do Nilo. Havia sangue por toda parte no Egito.

    22-25 Mas os magos do Egito fizeram a mesma coisa com seus encantamentos, e o faraó continuou obstinado. Ele não deu atenção a eles, como o Eterno havia predito. Voltou as costas para eles e voltou para o palácio. Todos os egípcios tiveram de cavar perto do rio para achar água, pois não podiam beber a água do Nilo. Depois que o Eterno atingiu o Nilo, passaram-se sete dias.

  • Êxodo, 6

    1 O Eterno disse a Moisés: “Você verá o que vou fazer com o faraó. Pelo poder da minha mão, ele os deixará partir; pelo poder da minha mão, eles os expulsará do país.”

    2-6 Deus ainda garantiu a Moisés: “Eu sou o Eterno. Apareci a Abraão, Isaque e Jacó como o Deus Forte, mas eles não me conheceram pelo meu nome, Eterno (Eu Estou Presente). Também fiz uma aliança com eles e prometi dar a eles a terra de Canaã, lugar que habitavam na condição de estrangeiros. Quando ouvi os gemidos dos israelitas, que os egípcios continuam a escravizar, lembrei-me da minha aliança. Portanto, diga aos israelitas o seguinte:

    6-8 “‘Eu sou o Eterno. Vou livrar vocês desse trabalho desumano. Vou resgatá-los da escravidão e, para redimir vocês, vou interferir com alguns castigos bem severos. Vou tirá-los do Egito, porque vocês são meu povo, e eu serei o Deus de vocês. Vocês saberão que eu sou o Eterno, seu Deus, que os livrou dos trabalhos forçados no Egito. E vou levar vocês para a terra que prometi dar a Abraão, Isaque e Jacó. Ela será o país de vocês. Eu Sou o Eterno’.”

    9 Mas, quando Moisés transmitiu a mensagem aos israelitas, eles nem deram atenção, porque a dura condição de escravos havia deixado todos eles com o espírito abatido.

    10-11 Então, o Eterno disse a Moisés: “Vá e fale com o rei do Egito, para que ele liberte os israelitas.”

    12 Moisés respondeu ao Eterno: “Os israelitas sequer me dão atenção. Como esperas que o faraó vá me ouvir? Além disso, eu gaguejo para falar.”

    13 Mas o Eterno expôs a Moisés e Arão os fatos em relação aos israelitas e ao faraó e reforçou a ordem de que conduzissem os israelitas para fora da terra do Egito.

    OS DESCENDENTES DE MOISÉS E ARÃO
    14 Estes são os chefes das tribos: Os filhos de Rúben, filho mais velho de Israel: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi. São essas as famílias de Rúben.

    15 Os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma cananeia. São essas as famílias de Simeão.

    16 Esses são os nomes dos filhos de Levi por ordem de nascimento: Gérson, Coate e Merari. Levi viveu cento e trinta e sete anos.

    17 Os filhos de Gérson segundo suas famílias: Libni e Simei.

    18 Os filhos de Coate: Anrão, Isar, Hebrom e Uziel. Coate viveu cento e trinta e três anos.

    19 Os filhos de Merari: Mali e Musi. São esses os filhos de Levi por ordem de nascimento.

    20 Anrão casou-se com sua tia Joquebede, e ela teve Arão e Moisés. Anrão viveu cento e trinta e sete anos.

    21 Os filhos de Isar: Corá, Nefegue e Zicri.

    22 Os filhos de Uziel: Misael, Elzafã e Sitri.

    23 Arão casou-se com Eliseba, filha de Aminadabe, irmã de Naassom; e ela teve Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar.

    24 Os filhos de Corá: Assir, Elcana e Abiasafe. Essa é a família dos coraítas.

    25 Eleazar, filho de Arão, casou-se com uma das filhas de Putiel, e ela teve Fineias. Esses são os líderes das famílias levitas, família por família.

    26-27 A esse Arão e a esse Moisés, o Eterno havia ordenado: “Tire da terra do Egito os israelitas segundo seus clãs.” Foram esses homens, Moisés e Arão, que disseram ao faraó, rei do Egito, que libertasse os israelitas. “

    VOCÊ VAI PARECER UM DEUS PARA O FARAÓ
    28 Era essa a situação quando o Eterno falou outra vez a Moisés, no Egito.

    29 Deus dirigiu-se a Moisés, dizendo: “Eu sou o Eterno. Diga ao faraó, rei do Egito, tudo que eu disser.”

    30 Mas Moisés respondeu: “Olha para mim. Eu gaguejo quando falo. Por que o faraó me daria atenção?”

  • Êxodo, 5

    MOISÉS, ARÃO E O FARAÓ
    1 Finalmente, Moisés e Arão apresentaram-se ao faraó e disseram: “Isto é o que diz o Eterno, o Deus de Israel: ‘Liberte meu povo, para que celebre uma festa em minha homenagem no deserto’.”

    2 Mas o faraó retrucou: “Quem é o Eterno, para que eu de importância ao que ele diz e mande Israel embora? Não sei quem é esse Eterno e é lógico que não vou mandar Israel embora.”

    3 Eles disseram: “O Deus dos hebreus veio ao nosso encontro. Deixe-nos fazer uma viagem de três dias deserto adentro, para que possamos prestar culto ao nosso Eterno, de modo que ele não nos aflija com doença ou morte.”

    4-5 O rei do Egito replicou: “Moisés e Arão, por que vocês acham que devo liberar o povo? Voltem ao trabalho!.” E acrescentou: “Essa gente já trabalha pouco, e vocês ainda querem que eu de folga para eles?”

    6-7 A retaliação do faraó veio na hora. Ele deu ordens aos feitores e seus subordinados: “Não forneçam palha como antes para o povo fazer tijolos. De agora em diante, eles mesmos vão ter de providenciar a palha. E isso não significa redução da cota diária. Eles vão ter de produzir a mesma quantidade de tijolos! Isso porque estão ficando preguiçosos e ficam dizendo por aí: ‘Libere-nos do trabalho, para que possamos adorar ao nosso Deus’, Não deem moleza a esses folgados. Assim, des param de fazer reivindicações e esquecem essa história de adorar a Deus.”

    8-12 Os feitores e seus subordinados foram passar as novas instruções ao povo: “Ordens do faraó: não se fornecerá mais palha. Recolham vocês mesmos a palha onde puderem encontrá-la. Mas não se reduzirá um único tijolo de sua cota diária!” E o povo espalhou-se por todo o Egito em busca de palha.

    13 Os feitores não tinham misericórdia e pressionavam os escravos: “Cumpram sua cota! Queremos a mesma quantidade de quando recebiam palha.”

    14 Os capatazes israelitas foram açoitados a mando dos feitores. “Por que vocês não cumpriram a cota de tijolos ontem, anteontem e hoje de novo?” os egípcios queriam saber.

    15-16 Os capatazes israelitas imploraram ao faraó por uma redução da carga de trabalho: “Por que o senhor está tratando seus servos assim? Ninguém nos dá mais palha e ainda nos dizem: ‘Façam tijolos!’. Olhe para nós! Estamos sendo agredidos sem ter culpa!”

    17-18 Mas o faraó respondeu: “Preguiçosos! É isso que vocês são! Preguiçosos! É por isso que ficam exigindo: ‘Queremos uma folga para adorar ao Eterno’. Voltem ao trabalho! Ninguém dará palha a vocês, e é melhor que cumpram a cota diária de tijolos.”

    19 Os capatazes israelitas viram que estavam em situação difícil, pois teriam de voltar e dizer aos trabalhadores: “Nem um tijolo a menos na produção do dia.”

    20-21 Ao sair da presença do faraó, eles encontraram Moisés e Arão, que os aguardavam. Os capatazes disseram: “Que o Eterno veja o que vocês fizeram e os julgue, porque vocês nos puseram numa situação insustentável diante do faraó e de seus servos! Puseram nas mãos deles a arma que vai acabar conosco!”

    22-23 Moisés orou ao Eterno e perguntou: “Por que tratas tão mal este povo? E por que me enviaste? Desde o momento em que fui falar ao faraó em teu nome, as coisas só pioraram para o povo. Libertação? É essa a ‘libertação’ que pretendias?”

  • Êxodo, 4

    1 No entanto, Moisés previa uma dificuldade: “Eles não vão confiar em mim. Não vão acreditar numa palavra sequer. Eles vão dizer: ‘O Eterno apareceu a você? Que nada!’.”

    2 Então, o Eterno disse: “O que é isso em sua mão?.” “Uma vara.”

    3 “Jogue-a no chão.” Moisés obedeceu, e ela se transformou numa cobra. Ele tratou logo de ficar fora do alcance dela.

    4-5 O Eterno ordenou a Moisés: “Estenda a mão e pegue-a pela cauda.” Ele fez isso, e a cobra voltou a ser uma vara em sua mão. “Assim, eles vão acreditar que o Eterno, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, apareceu a você.”

    6 O Eterno disse ainda: “Ponha a mão por baixo da camisa.” Ele obedeceu e, quando retirou a mão, viu que ela havia ficado leprosa, parecida com a neve.

    7 O Eterno ordenou: “Ponha a mão de novo por baixo da camisa.” Ele fez isso e, quando retirou a mão, ela estava saudável, como antes.

    8-9 “Se eles não acreditarem em você nem se convencerem com o primeiro sinal, vão acreditar depois do segundo. Mas, se, mesmo depois de ver os dois sinais, ainda não acreditarem nem derem ouvidos à sua mensagem, tire um pouco da água do Nilo e derrame-a sobre a terra. A água que você derramar se transformará em sangue quando tocar o chão.”

    10 Moisés apresentou outra dificuldade ao Eterno: “Por favor, Senhor! Eu não sei falar bem. Nunca tive jeito com as palavras, nem antes nem depois de teres falado comigo. Eu gaguejo e sou inseguro para falar.”

    11-12 O Eterno disse: “E quem você pensa que fez a boca do homem? Quem fez alguns mudos, outros surdos, os que enxergam e os cegos? Não fui eu, o Eterno? Por isso, vá! Eu estarei com você — e com sua boca! Estarei a seu lado, ensinando o que você deve dizer.”

    13 Moisés insistiu: “Ah! Por favor, Senhor! Manda outra pessoa!”

    14-17 O Eterno irritou-se com Moisés: “Você não tem um irmão chamado Arão, o levita? Ele tem jeito com as palavras e fala bem. E, neste exato momento, ele está vindo para encontrar-se com você. Quando o encontrar, ele vai ficar feliz. Então, você dirá a ele o que dizer. E eu estarei presente na hora em que você falar e com ele quando ele falar. Vou instruí-los em cada detalhe. Ele falará ao povo em seu lugar. Ele fará o papel da sua boca, mas você é quem decidirá o que deve sair dela. Agora fique com essa vara, porque você precisará dela para realizar os sinais.”

    18 Moisés voltou para a casa de seu sogro, Jetro, e disse: “Preciso voltar para meus parentes no Egito. Quero ver se ainda estão vivos.” Jetro respondeu: “Vá em paz.”

    19 E o Eterno disse a Moisés em Midiã: “Pode voltar para o Egito. Todos os que queriam matar você já morreram.”

    20 Moisés pôs sua esposa e seus filhos sobre um jumento e iniciou a viagem de volta para o Egito. Todo esse tempo, levava na mão a vara de Deus.

    21-23 O Eterno disse a Moisés: “Quando você voltar ao Egito, prepare-se: Todas as maravilhas que farei, por seu intermédio acontecerão na presença do faraó. Mas farei que ele fique irredutível e não deixe meu povo sair. Você deverá dizer ao faraó: ‘Esta é a mensagem do Eterno: Israel é meu filho, o meu filho mais velho! Eu disse a você: Liberte meu filho, para que ele me sirva. Mas você se recusou a libertá-lo. Por isso, vou matar seu filho, seu filho mais velho’.”

    24-26 Na viagem de volta, quando acamparam para passar a noite, o Eterno encontrou Moisés e tentou matá-lo, mas Zípora pegou uma pedra afiada, cortou a dobra de pele que recobria o pênis de seu filho e, com ela, tocou os órgãos genitais de Moisés. Ela disse: “Você é um marido sanguinário para mim!.” Então, o Eterno o deixou. Ela usou a expressão “marido sanguinário” por causa da circuncisão.

    27-28 O Eterno falou a Arão: “Vá se encontrar com Moisés no deserto.” Ele obedeceu, encontrou o irmão no monte de Deus e o beijou. Moisés transmitiu a Arão a mensagem do Eterno e falou dos sinais que, por ordem dele, iria realizar.

    23-31 Então, Moisés e Arão reuniram todos os líderes de Israel. Arão fez um relato de tudo que o Eterno havia falado a Moisés, que realizou os sinais já mencionados diante deles. O povo acreditou que o Eterno estava preocupado com a situação dos israelitas e sabia da opressão que sofriam. Depois de escutar a mensagem, eles se curvaram e adoraram.

  • Êxodo, 3

    1-2 Moisés estava cuidando do rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã. Certo dia, ele conduziu o rebanho para a extremidade oeste do deserto e chegou a Horebe, o monte de Deus. O anjo do Eterno apareceu a ele nas chamas que saíam do meio de um arbusto. Embora estivesse em chamas, o arbusto não se queimava.

    3 Moisés pensou: “O que está havendo aqui? Isso é inacreditável! Por que o arbusto não é consumido pelo fogo?”

    4 O Eterno viu que ele havia parado para observar o fenômeno e o chamou do meio do arbusto: “Moisés! Moisés!” Ele respondeu: “Sim, estou aqui!”

    5 E Deus disse: “Não se aproxime mais. Tire as sandálias dos pés. Você está pisando em solo sagrado.”

    6 Ele prosseguiu: “Eu sou o Deus de seu pai: o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó.” Moisés escondeu o rosto, pois ficou com medo de olhar para Deus.

    7-8 E o Eterno disse: “Faz tempo que venho observando a aflição do meu povo no Egito. Ouvi o povo clamar por livramento das mãos dos seus senhores e conheço muito bem o sofrimento dos israelitas. Agora desci para ajudá-los, para livrá-los do domínio do Egito, tirá-los daquele país e levá-los para uma terra boa, ampla, cheia de leite e mel, hoje habitada por cananeus, hititas, amorreus, ferezeus, heveus e jebuseus.

    9-10 “O pedido de socorro dos israelitas chegou até mim, e eu mesmo tenho visto o tratamento cruel que eles recebem dos egípcios. Está na hora de você voltar; estou enviando você ao faraó para tirar o meu povo do Egito, o povo de Israel.”

    11 Moisés retrucou: “Mas, por que eu? O que te faz pensar que posso enfrentar o faraó e tirar os filhos de Israel do Egito?”

    12 Deus respondeu: “Eu vou com você. E a prova de que fui eu quem o enviou será esta: depois que você tiver tirado meu povo do Egito, vocês me prestarão culto aqui mesmo, neste monte.”

    13 Moisés disse a Deus: “Suponha que eu vá ao povo de Israel e diga: ‘O Deus de seus pais me enviou a vocês’, e eles me perguntem: ‘Qual é o nome dele?’. O que devo dizer?.”

    14 Deus disse a Moisés: “Eu sou quem sou. Diga ao povo de Israel: ‘Eu Sou me enviou a vocês’.”

    15 Deus prosseguiu: “Diga aos israelitas: ‘O Eterno, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vocês’. Meu nome sempre foi esse, e é assim que sempre serei conhecido.”

    16-17 “Agora, vá! Reúna os líderes de Israel e diga a eles: ‘O Eterno, o Deus de seus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, apareceu a mim e disse: ‘Vi o que está acontecendo com vocês no Egito e resolvi tirar vocês da aflição do Egito e levá-los para a terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, terra em que manam leite e mel’.

    18 “Acredite em mim: eles darão ouvidos a você. Então, você e os líderes de Israel irão até o rei do Egito e dirão: ‘O Eterno, o Deus dos hebreus, veio ao nosso encontro. Precisamos de sua permissão para fazer uma viagem de três dias deserto adentro, e ah prestaremos culto ao Eterno, nosso Deus’.

    19-20 “Sei que o rei do Egito não os deixará sair, a não ser que seja obrigado. Por isso, vou interferir e atingir o Egito em seu ponto fraco. Eles ficarão desnorteados com meus milagres e, depois, farão questão de mandá-los embora. Farei que o povo tenha uma calorosa despedida da parte dos egípcios. Quando vocês saírem, não irão embora de mãos vazias! Cada mulher deve pedir à sua vizinha e às hóspedes de sua casa objetos de prata e ouro, joias e roupas, e vocês as porão em seus filhos e filhas. Vocês vão deixar os egípcios sem nada!”

  • Êxodo, 2

    MOISÉS
    1-3 Certo homem da família de Levi casou-se com uma levita. A mulher engravidou e teve um filho. Ela percebeu que se tratava de uma criança especial; por isso, o escondeu durante três meses. Não podendo mais manter o segredo, preparou um cesto de p ro, impermeabilizou-o com piche e pôs a criança dentro dele. O cesto ficou flutuando por entre os juncos, à margem do Nilo.

    4-6 A irmã mais velha do bebê procurou um local de onde pudesse observar o que aconteceria a ele. Pouco depois, a filha do faraó chegou ao Nilo para se banhar, e suas escravas ficaram caminhando pela margem do rio. De repente, ela avistou o cesto, que ainda flutuava no meio dos juncos, e mandou que uma escrava fosse buscá-lo. Ao abrir o cesto, ela encontrou a criança, um bebê que chorava! Ela ficou com pena da criança e disse: “Este bebê deve ser dos hebreus.”

    7 No mesmo instante, apareceu a irmã do menino e disse a ela: “A senhora quer que eu vá e consiga entre os hebreus uma mulher para amamentar o bebê?”

    8 A filha do faraó disse: “Sim, vá!” A moça foi e chamou a mãe da criança.

    9 E a filha do rei do Egito disse à mulher: “Leve esta criança e amamente-a para mim. Eu pagarei você.” A mulher levou a criança e a amamentou.

    10 Quando a criança foi desmamada, a mãe apresentou-a à filha do faraó, que o adotou como filho e deu a ele o nome de Moisés (Tirado), dizendo: “Eu o tirei da água.”

    11-12 O tempo passou, e Moisés cresceu. Certo dia, ele foi observar seus irmãos hebreus e viu que eram submetidos a trabalhos forçados. Viu também um egípcio batendo num hebreu, um de seus parentes! Moisés olhou para os lados e, como não havia ninguém por perto, matou o egípcio, enterrando-o, depois, na areia.

    13 No dia seguinte, ele voltou ao local, e dois hebreus estavam brigando. Ele disse ao homem que havia começado a briga: “Por que você está batendo no seu próximo?.”

    14 O homem retrucou: “Quem você pensa que é para nos dizer o que devemos fazer? Vai me matar também, como matou o egípcio?” Moisés entrou em pânico: “Já descobriram o que fiz!” pensou.

    15 O faraó ficou sabendo do incidente e tentou matar Moisés, mas ele fugiu para a terra de Midiã. Ao chegar, sentou-se à beira de um poço.

    16-17 O sacerdote de Midiã tinha sete filhas. Elas vinham ao poço, tiravam água e enchiam os bebedouros das ovelhas de seu pai. Alguns pastores chegaram e as expulsaram dali, mas Moisés saiu em defesa delas e ajudou-as a dar água para as ovelhas.

    18 Quando elas chegaram de volta à casa de Reuel, o pai comentou: “Vocês não demoraram hoje. Por que voltaram tão depressa?”

    19 Elas responderam: “Um egípcio nos livrou de um bando de pastores. Ele até tirou água para nós e deu para as ovelhas.”

    20 O homem disse: “Mas onde ele está? Por que vocês o deixaram ali? Vão chamá-lo, para que venha comer conosco.”

    21-22 Moisés concordou em ser hóspede daquele homem, que deu ao estrangeiro sua filha Zípora (Pássaro) para ser sua esposa. Ela teve um menino, e Moisés deu a ele o nome de Gérson (Imigrante), dizendo: “Sou imigrante nesta terra estrangeira.”

    23 Muitos anos depois, morreu o rei do Egito. Os israelitas gemiam e clamavam a Deus sob o regime de escravidão. E o pedido de libertação dos trabalhos forçados chegou a Deus:

    24 Deus ouviu seus gemidos. E lembrou-se de sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó.

    25 Deus viu o que estava acontecendo com Israel. E entendeu a situação deles.

  • Êxodo, 1

    1-5 Estes são os nomes dos israelitas que foram com Jacó para o Egito, cada um com sua família: Rúben, Simeão, Levi e Judá, Issacar, Zebulom e Benjamim, Dã e Naftali, Gade e Aser. Ao todo, eram setenta pessoas da descendência de Jacó. José já estava no Egito.

    6-7 Então, José morreu, e morreram todos os seus irmãos e a geração inteira. Mas os descendentes de Israel continuaram a ter filhos. Eles eram extremamente férteis, e houve uma explosão populacional no país, que se encheu de israelitas.

    UM NOVO REI… QUE NÃO SABIA NADA DE JOSÉ
    8-10 Tempos depois, um novo rei assumiu o poder no Egito. Ele nunca tinha ouvido falar de José e, apavorado, falou ao povo: “Há israelitas demais aqui! Temos de fazer alguma coisa. Precisamos de um plano para contê-los, para evitar que se aliem a algum inimigo nosso numa situação de guerra ou que deixem o país.”

    11-14 A solução foi dividi-los em grupos para trabalhos forçados sob as ordens de capatazes. Eles construíram para o faraó as cidades-armazém de Pitom e Ramessés. No entanto, quanto mais os egípcios os pressionavam, mais filhos os israelitas tinham — havia crianças hebreias por todo canto! Os egípcios ficaram com tanto medo de não conseguir dominar os israelitas que passaram a tratá-los com mais crueldade, oprimindo-os com trabalho escravo. Eles eram atormentados pelos egípcios e obrigados a fazer tijolos de barro e a trabalhar pesado nos campos. A sobrecarga de trabalho impunha a eles uma rotina cruel.

    15-16 O rei do Egito teve uma conversa com duas parteiras dos hebreus, uma chamada Sifrá, e a outra, Puá. Ele ordenou: “Quando vocês fizerem o parto das mulheres dos hebreus, olhem para saber de que sexo é o bebê. Se for menino, matem-no; se for menina, deixem que viva.”

    17-18 Mas as parteiras tinham grande respeito por Deus e não fizeram o que o rei do Egito havia ordenado: deixaram os meninos viver. O rei do Egito mandou chamá-las e perguntou: “Por que vocês não obedeceram às minhas ordens? Vocês deixaram que os meninos vivessem!”

    19 As parteiras responderam ao faraó: “As mulheres dos hebreus não são como as egípcias, porque têm muito vigor e dão à luz antes mesmo que as parteiras cheguem.”

    20-21 Deus estava satisfeito com as parteiras. E o povo continuava a aumentar, tornando-se muito forte. E, como as parteiras honraram Deus, ele permitiu que elas também constituíssem família.

    22 Então, o faraó expediu o seguinte decreto: “Todo menino que nascer deverá ser afogado no Nilo. Mas deixem as meninas viver.”