Categoria: Joel

PROFETA JOEL
Introdução
O ponto de partida da mensagem do profeta Joel é a terrível praga de gafanhotos e a seca que arrasaram a terra de Judá. Para o profeta, essas desgraças são sinais do dia em que Deus julgará os povos de todas as nações e castigará os pecadores. O profeta apela aos israelitas para que se arrependam e voltem para Deus, que assim os abençoará e lhes dará de novo tudo o que os gafanhotos e a seca destruíram. Mais uma vez o povo será próspero e feliz, e em Jerusalém Deus habitará com eles.
Não há no Livro de Joel nenhuma indicação do tempo em que o profeta anunciou a sua mensagem. Pensa-se que o livro foi escrito entre 450 e 350 a.C., durante o tempo em que a Pérsia dominava Israel.
A promessa de Deus de que enviaria o seu Espírito sobre todo o seu povo (2.28-32) é citada pelo apóstolo Pedro no dia de Pentecostes (At 2.17-21). Naquele dia, o Espírito Santo desceu sobre os seguidores de Jesus reunidos em Jerusalém.
Esquema do conteúdo
1. Devastação pelo gafanhoto; o “Dia do Senhor” (1.1—2.2a)
2. Novo anúncio do “Dia do Senhor” (2.2b-11)
3. A misericórdia do Senhor (2.12-27)
4. Derramamento do Espírito de Deus (2.28-32)
5. Juízo do Senhor sobre as nações (3.1-15)
6. Libertação de Judá (3.16-21)

  • Joel, 3

    O ETERNO É UM REFÚGIO SEGURO
    1-3 “Naqueles dias, sim, exatamente na época em que eu devolver a vida a Judá e Jerusalém, Vou reunir todas as nações pagãs. Vou levá-las ao vale do Julgamento, Processá-las e julgá-las — todas elas — por causa do tratamento que deram ao meu povo, Israel. Elas espalharam meu povo por todo o mundo pagão e se apossaram da minha terra. Elas apostaram meu povo nos dados e o usaram como moeda de troca. Trocavam um jovem por uma prostituta e uma moça por uma garrafa de vinho quando queriam beber.”

    4-8 “Quanto a vocês, Tiro, Sidom e Filístia, por que eu deveria me incomodar com vocês? Vocês estão tentando revidar por algo que fiz a vocês? Se estão, esqueçam. Vou fazer que isso recaia sobre vocês. Vocês me roubaram, levaram todo o ouro e toda a prata, carregaram tudo que tinha algum valor para abastecer seus templos. Vocês venderam o povo de Judá e de Jerusalém como escravos aos gregos e os mandaram para longe. Mas estou revertendo seu crime. Eu vou libertar aqueles escravos. Vou fazer a vocês o que vocês fizeram a eles: vou vender seus filhos como escravos aos seus vizinhos, E eles vão vendê-los aos distantes sabeus”. É o veredito do Eterno.

    9-11 Anunciem isto às nações pagãs: Preparem-se para a batalha! Soldados, sentido! Apresentar armas! Marchem! Transformem suas pás em espadas, transformem suas foices em lanças. Que o fraco estufe o peito e diga: “Eu sou valente, sou um lutador!” Vamos lá, pagãos! Não importa onde estejam, mexam-se! Ponham as coisas em ordem. Preparem-se para ser esmagados pelo Eterno!

    12 Que as nações pagãs se ponham a caminho do vale do Julgamento! Ali vou tomar meu lugar no assento do juiz e julgar todas as nações vizinhas.

    13 “Balancem a foice — a colheita está madura. Pisem as uvas — a prensa de uvas está cheia. Os tanques de uva estão cheios, transbordando de refinadas perversidades.

    14 “Que grande confusão: um levante popular no vale da Decisão! O dia do julgamento do Eterno chegou, no vale da Decisão.

    15-17 “O céu ficará negro, o Sol e a Lua vão escurecer, as estrelas serão apagadas. O Eterno ruge de Sião, troveja de Jerusalém. A terra e o céu tremem de pavor. Mas o Eterno é um refúgio seguro, a fortaleza dos filhos de Israel. Então, vocês saberão com certeza que eu sou o seu Eterno, Que habita em Sião, meu monte sagrado. Jerusalém será uma cidade sagrada, com uma placa: ‘Não entre”.

    LEITE FLUINDO DOS MONTES
    18-21 “Que dia! Vinho escorrendo das montanhas, Leite fluindo dos montes, água correndo por todos os lugares em Judá, Uma nascente jorrando do santuário do Eterno, irrigando todos os vales e jardins! Mas o Egito será reduzido a ervas daninhas num terreno abandonado. Edom será transformado em terra devastada pela erosão, Tudo por causa da brutalidade para com o povo de Judá, das atrocidades e dos assassinatos de inocentes indefesos. Ao mesmo tempo, Judá se encherá de gente outra vez, Jerusalém terá moradores para sempre. E eu vou perdoar os pecados que ainda não perdoei”. O Eterno mudou-se de vez para Sião.

  • Joel, 2

    O EXÉRCITO DE GAFANHOTOS
    1-3 Toquem a trombeta de chifre de carneiro em Sião! Deem o alerta no meu santo monte! Chacoalhem o país! O julgamento do Eterno está a caminho — o dia está às portas! Um dia de trevas! Dia de julgamento! Nuvens sem bordas prateadas! Como a luz da aurora cobrindo a montanha, um exército enorme está chegando. Nunca houve algo assim e nunca haverá. O fogo incontrolável queima tudo diante desse exército e lambe tudo que sobra no rastro. Antes que chegue, o país é como o jardim do Éden. Depois que passa, é o vale da Morte. Nada escapa inteiro.

    4-6 O exército de gafanhotos parece de cavalos — cavalos galopantes, um exército de cavalos. Soa como o trovão saltando sobre os cumes dos montes, Ou como o bramido do fogo descontrolado que atravessa o capim e a moita, Ou como um exército invencível, exigindo sangue, pronto para lutar em posição de combate. Quando vê esse exército, o povo entra em pânico, com o rosto pálido de terror.

    7-11 Os invasores atacam. Eles sobem barricadas. Nada os detém. Cada soldado executa as ordens que recebeu, todos tão disciplinados, tão determinados! Um não atrapalha o outro. Cada um conhece sua tarefa e a executa. Intrépidos e destemidos, inabaláveis, resolutos. Eles assaltam a cidade, atropelam suas defesas, Saqueiam as casas, quebrando portas, esmigalhando janelas. Eles chegam como um terremoto, passam como um furacão. O Sol e a Lua apagam sua luz, as estrelas escurecem. O próprio Eterno grita como um trovão enquanto dá ordens às suas tropas. Vejam o tamanho do exército! E a força dos que obedecem às ordens! O dia do julgamento do Eterno, grande e terrível: Quem poderá sobreviver a ele?

    MUDEM SUA VIDA
    12Mas tem uma coisa: ainda não é tarde demais. Mensagem pessoal do Eterno: “Voltem para mim, mas façam isso com seriedade! Venham com jejum e choro, arrependidos pelos seus pecados!”

    13-14 Mudem sua vida, não só sua roupa. Voltem para o Eterno, o seu Deus. E aqui está a razão: Deus é bom e misericordioso. Ele respira fundo, tolera muita coisa, Esse Deus tão paciente, exagerado no amor, sempre disposto a cancelar a catástrofe. Quem sabe ele o faça agora, talvez mude e mostre compaixão. Talvez, depois de tudo dito e feito, haja muitas e generosas ofertas para o Eterno!

    15-17 Toquem a trombeta de chifre de carneiro em Sião! Anunciem um dia de arrependimento, um dia de jejum sagrado. Conclamem uma reunião pública. Levem todos para lá. Consagrem a congregação. Os anciãos não podem faltar, e tragam também as crianças, até os bebês de peito, Até homens e mulheres na lua de mel — interrompam-nos e tragam todos. Entre a entrada do santuário e o altar, que os sacerdotes, os servos do Eterno, chorem lágrimas de arrependimento! Que eles clamem assim: “Tem misericórdia, ó Eterno, do teu povo! Não abandones tua herança. Não deixes que os pagãos nos derrotem, dominem e zombem: ‘Onde está o Deus deles?’”

    18-20 Diante disso, o Eterno entrou em ação para recuperar sua terra. Ele teve compaixão de seu povo. O Eterno respondeu e disse a seu povo: “Vejam, ouçam: estou enviando um presente: Trigo, vinho e azeite de oliva. Acabou o jejum — comam à vontade! Já não vou mais expor vocês ao desprezo dos pagãos. Vou interceptar o último inimigo que vem do norte e jogá-lo numa terra devastada. Metade deles vai acabar no mar Morto; a outra metade, no Mediterrâneo. Ali, eles vão apodrecer, um mau cheiro que vai subir ao céu. Quanto maior o inimigo, mais forte o mau cheiro!”

    AS ÁRVORES ESTÃO DANDO FRUTO OUTRA VEZ
    21-24 Não tenha medo, terra! Esteja feliz e celebre! O Eterno fez grandes coisas. Não tenham medo, animais selvagens! Os campos e campinas estão brotando. As árvores estão dando fruto outra vez: Uma grande safra que vem das figueiras e das parreiras! Filhos de Sião, celebrem! Alegrem-se no seu Eterno. Ele está dando a vocês um mestre para ensiná-los a viver corretamente — Como chuva do céu, seu ensino será uma chuva de palavras a refrescar e nutrir a alma de vocês, como antigamente. E haverá comida suficiente para o corpo — celeiros cheios de cereais, tonéis de vinho e barris de azeite de oliva.

    25-27 “Vou compensar vocês pelos anos dos gafanhotos, a grande devastação que causaram — Gafanhotos selvagens, gafanhotos mortais, gafanhotos vorazes, gafanhotos destruidores — A grande invasão de gafanhotos que enviei sobre vocês. Vocês vão comer até se fartar de comida boa. Vocês estarão cheios de louvor pelo seu Eterno, O Deus que os pôs outra vez de pé e os encheu de admiração. Nunca mais meu povo será desprezado. Vocês saberão, sem sombra de dúvida, que na hora do aperto estou com Israel, Que eu sou o Eterno, sim, o seu Eterno, o único Deus real. Nunca mais meu povo será desprezado.”

    O SOL FICARÁ ESCURO; E A LUA, VERMELHA
    28-32 “E isso é só o começo. Depois disso: “Vou derramar meu Espírito sobre todo tipo de gente — Seus filhos vão profetizar e também suas filhas. Seus jovens terão visões, e seus velhos terão sonhos. Vou derramar meu Espírito até sobre os escravos, tanto homens quanto mulheres. Mostrarei maravilhas no céu e sinais na terra. Sangue, fogo e fumaça, o Sol ficará escuro; e a Lua, vermelha, Antes que chegue o dia do Senhor, o dia tremendo e maravilhoso. Aquele que suplicar: ‘Ó Eterno, me ajuda!’ receberá ajuda. No monte Sião e em Jerusalém, haverá uma grande salvação, como o Eterno prometeu. Entre os sobreviventes estão aqueles que o Eterno chamar.”

  • Joel, 1

    ACORDEM PARA A REALIDADE — E CHOREM
    1-3 A Mensagem do Eterno a Joel, filho de Petuel: Atenção, anciãos estadistas! Ouçam atentamente, todos, sejam vocês quem forem, não importa onde estejam! Vocês alguma vez já ouviram algo parecido? Algo assim alguma vez já aconteceu? Não se esqueçam de contar aos seus filhos, e seus filhos contem aos filhos deles, E estes a seus filhos. Que esta mensagem não seja esquecida jamais!

    4 O que o gafanhoto cortador deixou o gafanhoto migrador comeu; O que o gafanhoto migrador deixou o gafanhoto devorador comeu; O que o gafanhoto devorador deixou o gafanhoto destruidor comeu.

    5-7 Despertem da sua bebedice, bêbados! Acordem para a realidade — e chorem! Seu estoque de bebida acabou. Vocês estão em fase de abstinência, gostem ou não. Meu país está sendo invadido por um exército invencível, incontável, Dentes de leão, garras de tigre. Ele arruinou meu vinhedo, arrasou meus pomares, Arrasou o país. O cenário virou uma terra devastada.

    8-10 Chorem como a virgem vestida de preto, lamentando a perda do noivo. Sem cereais ou uvas, o culto cessou no santuário do Eterno. Os sacerdotes estão perdidos. Os ministros do Eterno não sabem o que fazer. Os campos não produzem mais. Até o solo chora. Os campos de trigo estão sem vida, os vinhedos secaram, o azeite de oliva se foi.

    11-12 Lavradores, desesperem-se! Cultivadores de uvas, torçam as mãos! Lamentem a perda do trigo e da cevada. Não há colheitas. Os vinhedos secaram, as figueiras mirraram, As romãzeiras, as palmeiras, as macieiras — Tudo virou lenha! E a alegria secou e definhou no coração do povo.

    NÃO ACONTECE NADA NO LUGAR DA ADORAÇÃO
    13-14 E também vocês, sacerdotes, ponham sua vestimenta e juntem-se ao clamor. Vocês, que conduzem o povo na adoração, conduzam-nos no lamento. Passem a noite vestidos de pano de saco, Vocês, servos do meu Deus. Não acontece nada no lugar da adoração, não há ofertas nem orações — nada. Proclamem um jejum, convoquem um encontro especial, reúnam os líderes, Tragam todos do país inteiro. Levem-nos ao santuário do Eterno para que orem com fervor ao Eterno.

    15-18 Que dia! Dia de julgamento! O dia do juízo do Eterno chegou. O Deus Forte chegou. A situação é muito grave! A comida é só uma lembrança na nossa mesa, como também a alegria e o cântico no santuário de Deus. As sementes no campo estão mortas, os estábulos estão desertos E os celeiros abandonados. Quem precisa deles? Não houve colheita. Os animais gemem — e como gemem! O gado perambula por aí, sem rumo. Não há comida para os animais. Nem as ovelhas acham o que comer.

    19-20 Ó Eterno, eu oro e clamo a ti! Os campos estão queimando, O país é uma bacia de pó, e os incêndios na floresta e nas campinas estão fora de controle. Os animais selvagens, morrendo de sede, olham para ti, esperando água. Nascentes e ribeiros secaram. O país todo está queimando.