Categoria: Juízes

O Livro dos Juízes
Introdução
O Livro de Juízes conta a história de Israel desde a conquista da terra de Canaã até o começo da monarquia. Nesse tempo surgiram os “juízes”, que eram principalmente chefes militares, mas também resolviam as questões legais do povo.
Este livro ensina que o povo de Israel só continuaria a existir se fosse fiel a Deus, enquanto a infidelidade sempre levaria à desgraça. Porém há mais do que isso. Mesmo quando a nação era infiel e a desgraça vinha, Deus estava sempre pronto a salvar o seu povo quando eles se arrependiam e voltavam para ele.
Esquema do conteúdo
1. Introdução geral ao período dos juízes (1.1—3.6)
a. Os israelitas se estabelecem em Canaã (1.1—2.5)
b. Síntese histórica do período dos juízes (2.6—3.6)
2. Os juízes de Israel (3.7—16.31)
a. De Otniel a Sangar (3.7-31)
b. Débora, a profetisa (4.1—5.31)
c. Gideão e Abimeleque (6.1—9.57)
d. Tola e Jair (10.1-5)
e. Jefté (10.6—12.7)
f. De Ibsã a Abdom (12.8-15)
g. Sansão (13.1—16.31)
3. Apêndices (17.1—21.25)
a. O sacerdote Mica e os danitas (17.1—18.31)
b. O levita e a sua concubina. A guerra contra os benjamitas (19.1—21.25)

  • Juízes, 21

    ESPOSAS
    1 Israel havia feito um juramento em Mispá: “Ninguém de nós dará sua filha em casamento a um benjamita.” De volta a Betel, o povo permaneceu ali sentado na presença de Deus até a tarde. Eles choravam alto e lamentavam: “O Eterno, Deus de Israel! Por que aconteceu isso? Por que estamos hoje sem uma tribo inteira de lsrael?”

    4 Na manhã seguinte, logo cedo, o povo começou a edificar um altar. Sacrificaram ofertas queimadas e ofertas de paz.

    5 Os israelitas perguntaram: “Qual das tribos de Israel não compareceu quando nos reunimos na presença do Eterno?”, pois todos tinham feito juramento solene de que quem não comparecesse à presença do Eterno em Mispá seria morto.

    6-7 O povo de Israel continuava a lamentar por Benjamim, seu irmão. Eles diziam: “Hoje foi eliminada uma tribo de Israel. Como encontraremos mulheres para os que sobreviveram? Pois juramos ao Eterno que não daríamos nossas filhas em casamento a eles.”

    8-9 Alguém perguntou: “Qual das tribos de Israel não esteve perante o Eterno em Mispá?” Descobriu-se que ninguém de Jabes-Gileade tinha comparecido à assembleia. Quando conferiram a presença do povo, não foi encontrado ninguém de Jabes-Gileade.

    10-11 Então, a comunidade enviou doze mil dos homens mais valentes com esta ordem: “Matem todos os moradores de Jabes-Gileade, até mesmo mulheres e crianças. São estas as instruções: vocês deverão matar todo homem e toda mulher que já teve relações sexuais. Mas poupem a vida das virgens.” Foi o que fizeram.

    12 Eles encontraram quatrocentas moças virgens entre os que viviam em Jabes-Gileade, que nunca tiveram relações com um homem. As moças foram trazidas ao acampamento de Siló, na terra de Canaã.

    13-14 Então, a comunidade mandou chamar os benjamitas que ficaram na rocha de Rimom e propuseram fazer as pazes. Os benjamitas vieram. Os israelitas deram as mulheres que sobreviveram de Jabes-Gileade. Mesmo assim, não havia mulheres suficientes para a quantidade de homens.

    15 O povo teve pena de Benjamim, porque o Eterno tinha deixado de lado aquela tribo — ficou faltando aquela peça nas tribos de Israel.

    15-18 Os líderes da comunidade disseram: “Como encontraremos mulheres para o restante dos homens, já que todas as mulheres de Benjamim foram mortas? Como manteremos viva a herança dos sobreviventes benjamitas? Como evitaremos que a tribo seja extinta? Não poderíamos dar nossas filhas em casamento a eles.” (Lembrem-se, os israelitas fizeram um juramento: “Maldito aquele que oferecer uma mulher a Benjamim”)

    19 Então, alguém lembrou: “Há um festival ao Eterno todo ano em Siló, ao norte de Betel, logo a leste da estrada principal que vai de Betel a Siquém e ao sul de Lebona.”

    20-22 Eles disseram aos benjamitas: “Vão e se escondam nas vinhas. Fiquem atentos. Quando vocês virem as moças de Siló saírem para as suas danças, saiam das vinhas, tomem uma das moças de Siló por mulher; depois, corram de volta para o território de Benjamim. Quando o pai e os irmãos delas vierem nos acusar, diremos: ‘Tenham compaixão deles. Afinal, não viemos lutar e matar vocês para conseguir mulheres para os homens. Não se preocupem! Vocês não serão culpados, pois não deram suas filhas a eles’.”

    23 Foi o que os benjamitas fizeram. Eles tiraram as moças das danças, mulheres suficientes para a quantidade de homens, fugiram e voltaram para o seu território. Eles reconstruíram suas cidades e viveram nelas.

    24 Dali, o povo de Israel se dispersou, cada um voltou para sua tribo e seu clã, cada um para a terra da sua herança.

    25 Naquele tempo, não havia rei em Israel. As pessoas faziam o que bem entendiam.

  • Juízes, 20

    1-2 Então, todo o povo de Israel se reuniu na presença do Eterno em Mispá. Todos estavam lá, de Dã a Berseba, como um só homem! Os líderes do povo, representando todas as tribos de Israel, tomaram os seus lugares na assembleia do povo de Deus. Estavam ali quatrocentos mil soldados de infantaria armados com espada.

    3 Nesse meio-tempo, os benjamitas ficaram sabendo que os israelitas estavam reunidos em Mispá. O povo de Israel perguntou: “Conte-nos. Como aconteceu essa perversidade?”

    4-7 O levita, marido da mulher assassinada, respondeu: “Eu e minha concubina entramos em Gibeá, cidade benjamita, pára passar a noite. Naquela noite, os homens de Gibeá vieram atrás de mim. Eles cercaram a casa em que eu me hospedava e queriam me matar. Eles violentaram minha concubina, e ela morreu. Levei minha concubina para casa, esquartejei-a e enviei cada um dos doze pedaços para toda a terra da herança de Israel. Esse crime vil e perverso foi cometido em Israel. Então, israelitas, resolvam! Decidam o que fazer!”

    8-11 Todo o povo se levantou como um só homem. Disseram: “Ninguém vai voltar para casa. Nem sequer uma pessoa. Este é o plano para Gibeá: nós a atacaremos por sorteio. Tomaremos dez de cada cem homens de cada tribo de Israel (cem de cada mil, mil de cada dez mil) para levar mantimentos para o exército. Quando as tropas chegarem a Gibeá, irão acertar as contas com os que cometeram esse crime horroroso em Israel.” Assim, todos os homens de Israel, por unanimidade, se aliaram contra a cidade.

    12-13 As tribos israelitas enviaram uma mensagem à tribo de Benjamim, dizendo: “O que vocês dizem desse horror cometido entre vocês? Entreguem os homens agora, esses criminosos de Gibeá. Nós os mataremos para extirpar o mal de Israel.”

    13-16 Mas os benjamitas não os entregaram. Eles não deram atenção ao pedido de seus irmãos, o povo de Israel. Pelo contrário, convocaram o exército de todas as suas cidades e se reuniram em Gibeá para atacar o povo de Israel. Em pouquíssimo tempo, conseguiram recrutar vinte e seis mil soldados de infantaria armados com espada. De Gibeá, convocaram setecentos dos melhores soldados. Havia outros setecentos atiradores canhotos, que conseguiam, com a funda, acertar uma pedra num fio de cabelo, sem errar.

    17 Então, as tribos de Israel, sem contar Benjamim, mobilizaram quatrocentos mil homens de infantaria armados de espada.

    18 Eles foram a Betel consultar Deus: “Quem de nós será o primeiro a atacar os benjamitas?” O Eterno respondeu: “Será Judá.”

    19-21 O povo de Israel levantou-se, na manhã seguinte, e acampou perto de Gibeá. O exército de Israel marchou contra Benjamim e tomou posição, pronto para atacar Gibeá. Mas os benjamitas saíram de Gibeá e mataram, no campo, vinte e seis mil israelitas.

    22-23 Os israelitas voltaram ao santuário e choraram perante o Eterno até a tarde. Outra vez, consultaram o Eterno: “Devemos atacar os benjamitas, nossos irmãos, outra vez?” O Eterno respondeu: “Vão! Ataquem!”

    24-25 O exército se animou. Os homens de Israel ocuparam as mesmas posições do primeiro dia. No segundo dia, os israelitas avançaram contra os benjamitas. Pela segunda vez, os benjamitas saíram da cidade e mataram dezoito mil israelitas, todos armados de espada.

    26 Todo o povo de Israel, o exército inteiro, voltou para Betel. Chorando, assentaram-se perante o Eterno. Naquele dia, jejuaram até a tarde. Apresentaram ofertas queimadas e ofertas de paz perante o Eterno.

    27-28 Mais uma vez, consultaram o Eterno. Naquele tempo, a arca da aliança de Deus estava ali, com Fineias, filho de Eleazar, filho de Arão, que ministrava como sacerdote. Eles perguntaram: “Devemos lutar outra vez contra os benjamitas, nossos irmãos, ou devemos desistir?” O Eterno respondeu: “Ataquem. Amanhã darei a vitória a vocês.”

    29-31 Dessa vez, Israel armou emboscada em torno de Gibeá. No terceiro dia, quando Israel avançou, eles ocuparam as mesmas posições diante dos benjamitas. Quando os benjamitas saíram para atacar o exército, eles se distanciaram da cidade. Os benjamitas começaram a ferir parte da tropa, como tinham feito antes. Cerca de trinta homens morreram no campo e nas estradas para Betel e para Gibeá.

    32 Os benjamitas começaram a se orgulhar: “Nós os estamos matando como moscas, todos os dias!”

    33 Mas os israelitas tinham uma estratégia. Disseram: “Vamos retroceder e forçá-los para fora da cidade até as estradas principais.” Então, todos os israelitas se distanciaram na direção de Baal-Tamar, e a emboscada dos israelitas saiu de sua posição a oeste de Gibeá.

    34-36 Dez mil dos melhores soldados de Israel atacaram Gibeá. Houve luta intensa e sangrenta! Os benjamitas não imaginavam que estavam sendo derrotados. O Eterno os derrotou diante de Israel. Naquele dia, os israelitas mataram vinte e cinco mil e quinhentos benjamitas, todos armados com espada. Os benjamitas reconheceram a derrota. Os homens de Israel fizeram de conta que estavam se retirando da presença dos benjamitas, sabendo que poderiam confiar na emboscada armada contra Gibeá.

    37-40 Os emboscados saíram r damente contra Gibeá. Os homens se espalharam e massacraram os que estavam na cidade. A estratégia com os da emboscada era que eles dariam um sinal de fumaça da cidade. Então, os homens de Israel voltariam e atacariam. Quando isso aconteceu, os benjamitas tinham matado trinta soldados israelitas. Achando que estavam vencendo a batalha, gritavam: “Eles estão fugindo como da outra vez!” Até que apareceu o sinal no céu, uma enorme coluna de fumaça. Quando os benjamitas olharam para trás, viram a cidade deles em chamas.

    41-43 Quando os homens de Israel se voltaram contra eles, os homens de Benjamim esmoreceram. Perceberam que estavam cercados. Para evitar o confronto com os israelitas, tentaram escapar pela estrada do deserto, mas eram atacados por todos os lados. Os homens de Israel saíram das cidades, cercaram-nos por todos os lados e os atacaram. Eles os perseguiram e os alcançaram a leste de Gibeá.

    44 Dezoito mil benjamitas foram mortos — os melhores soldados.

    45 Cinco mil homens viraram e fugiram para o deserto, em direção à rocha de Rimom, mas os israelitas os alcançaram e os massacraram ao longo da estrada. Os israelitas continuaram a persegui-los e derrotaram mais dois mil homens.

    46 Ao todo, morreram, naquele dia, vinte e cinco mil soldados de infantaria benjamitas, os melhores do exército, armados com espada.

    47 Seiscentos homens escaparam. Eles conseguiram chegar até a rocha de Rimom, no deserto, e ficaram ali quatro meses.

    48 Os homens de Israel voltaram, entraram nas cidades e ali mataram todos os benjamitas que sobreviveram, todos os homens e animais que encontraram. Eles incendiaram todas aquelas cidades.

  • Juízes, 19

    O LEVITA
    1-4 Naquele tempo, não havia rei em Israel. Um levita, que vivia nas regiões remotas das montanhas de Efraim, tomou para si uma concubina, uma mulher de Belém de Judá. Mas a mulher cometeu adultério e o abandonou, retornando para a casa de seu pai, em Belém de Judá. Depois de quatro meses, o marido resolveu procurá-la e convencê-la a voltar para ele. Estava acompanhado de um escravo e dois jumentos. Ela o recebeu na casa de seu pai. Seu sogro, o pai da moça, ficou bastante feliz com a visita e insistiu em que ele ficasse algum tempo ali. Ele ficou hospedado ali três dias, com muita comida e bebida.

    5-6 No quarto dia, levantaram-se de madrugada e se preparam para partir. Mas o pai da moça pediu ao genro: “Faça uma refeição reforçada antes de partir.” Então, eles se assentaram e comeram juntos.

    6-7 O pai da moça disse ao homem: “Fique aqui ainda esta noite. Você será meu hóspede.” O homem se levantou para partir, mas o sogro insistiu tanto que o homem concordou em pernoitar ali mais uma vez.

    8-9 No quinto dia, ele se levantou de madrugada novamente. O pai da moça disse: “Você precisa se alimentar bem.” Enquanto comiam e bebiam, o dia passou. O homem e sua concubina estavam preparados para partir, mas o sogro insistiu mais uma vez: “Vejam, está ficando tarde. Por que não passam a noite aqui? Logo estará escuro. Fiquem mais uma noite e descansem. Amanhã, vocês podem sair cedo e seguir para casa.”

    10-11 Mas, dessa vez, o homem não quis passar a noite ali. Preparou sua bagagem e partiu para Jebus (Jerusalém) com os seus dois jumentos, sua concubina e seu escravo. Quando se aproximou de Jebus, já estava escurecendo. O escravo sugeriu ao seu senhor: “Já é tarde; vamos entrar na cidade dos jebuseus e passar a noite ali.”

    12-13 Mas o homem disse: “Não entraremos em nenhuma cidade estrangeira. Seguiremos até Gibeá.” Ele acrescentou: “Continue andando. Vamos prosseguir a viagem. Passaremos a noite em Gibeá ou em Ramá.”

    14-15 Assim, continuaram a viagem. Ao pôr do sol, eles estavam perto de Gibeá, no território de Benjamim, e entraram na cidade para passar a noite.

    15-17 O levita foi para a praça da cidade, mas ninguém oferecia hospedagem a ele. Mais tarde, passou por ali um homem idoso, que voltava do trabalho no campo. Ele era da região montanhosa de Efraim e estava morando temporariamente em Gibeá, onde todos os moradores eram benjamitas. Quando o homem viu o viajante na praça da cidade, perguntou: “Para onde você está indo? De onde veio?”

    18-19 O levita respondeu: “Estamos de passagem. Estamos vindo de Belém, a caminho de um lugar distante nas montanhas de Efraim. Eu sou de lá. Fui a Belém de Judá e estou retornando para casa, mas ninguém nos convidou para passar a noite. Não vamos dar despesa a ninguém. Temos comida e feno para os jumentos, pão e vinho para a mulher, para o jovem e para mim — não precisamos de nada.”

    20-21 O velho disse: “Tudo bem. Eu cuido de vocês. Vocês não passarão a noite na praça.” Ele os levou para a sua casa e alimentou os jumentos. Depois, todos se lavaram e se assentaram para comer.

    22 Eles estavam tranquilos e se entretendo, quando um grupo de desocupados da cidade cercou a casa e começou a bater à porta. Eles gritavam para o dono da casa: “Traga para fora esse homem que está na sua casa. Queremos sexo. Vamos nos aproveitar dele.”

    23-24 O velho saiu e disse: “Nada disso, companheiros! Não sejam tão perversos! Esse homem é meu hóspede. Não cometam esse ultraje. Vejam, minha filha virgem e a concubina dele estão aqui. Vou trazê-las para fora. Façam o que quiserem com elas, mas não façam essa loucura com este homem.”

    25-26 Mas os homens não quiseram dar atenção ao velho. Finalmente, o levita empurrou sua concubina para fora. Eles abusaram dela a noite toda. De madrugada, a soltaram. A mulher voltou e ficou caída diante da porta da casa na qual estava seu senhor. Ao clarear o dia, ela continuava ali.

    27 De manhã, quando seu senhor se levantou e abriu a porta para prosseguir viagem, sua concubina estava ali, prostrada, com a mão na soleira da porta.

    28 Ele disse: “Levante-se! Vamos!” Mas a mulher não respondeu.

    29-30 Ele a pôs sobre o jumento e seguiu viagem. Ao chegar em casa, apanhou uma faca e esquartejou sua concubina. Ele a dividiu em doze pedaços e mandou um pedaço para cada região de Israel. Todos os que viram isso, disseram: “Nunca aconteceu algo assim desde quando os israelitas saíram da terra do Egito. Pensem bem! Reflitam! Façam alguma coisa!”

  • Juízes, 18

    1 Naquele tempo, não havia rei em Israel, e a tribo de Dã procurava um lugar para se estabelecer. Eles ainda não tinham ocupado território algum entre as tribos de Israel.

    2-3 Os danitas enviaram cinco soldados valentes de Zorá e Estaol para observar a terra, em busca de um lugar apropriado para suas famílias. A ordem era esta: “Vão e façam o reconhecimento da terra.” Eles foram para as montanhas de Efraim, chegaram diante da casa de Mica e acamparam ali. Como estavam perto da casa de Mica, reconheceram a voz do levita. Eles se aproximaram e perguntaram ao jovem: “Como você veio parar aqui? O que está fazendo?”

    4 Ele respondeu: “Para encurtar a história, Mica me contratou, e agora sou sacerdote dele.”

    5 Eles disseram: “Que bom! Assim, você pode consultar Deus em nosso favor. Queremos saber se vamos ter sucesso em nossa missão.”

    6 O sacerdote respondeu: “Fiquem tranquilos. O Eterno cuidará de vocês por todo o caminho.”

    7 Os cinco homens partiram rumo ao norte, para Laís, e constataram que o povo dali vivia seguro, sob a proteção dos sidônios. Eram pacatos e confiantes. Tinham uma vida sossegada, mas viviam muito longe dos sidônios, que habitavam a oeste, e não tinham nenhuma relação com os arameus ao leste.

    8 Quando retornaram a Zorá e Estaol, seus irmãos perguntaram: “Então, o que descobriram?”

    9-10 Eles disseram: “Vamos atacá-los! Sem dúvida, a terra é muito boa. Então, vão ficar aqui sentados, sem fazer nada? Não percam tempo! Vamos invadir e conquistar a terra! Quando chegarem lá, vocês verão que aquele povo é presa fácil. Eles são vulneráveis. A terra é ampla, e Deus a está entregando em nossas mãos. Não poderia ser melhor!”

    11-13 Seiscentos homens de Dã partiram de Zorá e Estaol, armados até os dentes. No caminho, acamparam em Quiriate-Jearim, em Judá. Por isso, até hoje, o lugar é chamado campo de Dã. Fica a oeste de Quiriate-Jearim.

    14 Os cinco homens que tinham explorado a região de Laís disseram a seus companheiros: “Vocês sabiam que, naquelas casas, há um colete sacerdotal, ídolos domésticos e uma imagem fundida? O que acham que devemos fazer?”

    15-18 Eles saíram da estrada e foram até a casa do jovem levita, na propriedade de Mica, e perguntaram como ele estava. Os seiscentos homens de Dã, fortemente armados, ficaram de guarda na entrada, enquanto os cinco espiões que tinham explorado a terra entraram e apanharam a imagem esculpida, o colete sacerdotal, os ídolos domésticos e a imagem fundida. O sacerdote ficou na entrada com os seiscentos soldados. Quando os cinco homens entraram na casa de Mica para apanhar a imagem esculpida, o colete, os ídolos domésticos e a imagem fundida, o sacerdote perguntou: “O que pensam que estão fazendo?”

    19 Eles responderam: “Quieto! Não fale nada. Venha conosco. Seja nosso pai e sacerdote. O que é melhor: ser sacerdote de um único homem ou ser sacerdote de uma tribo inteira, de um clã de lsrael?”

    20 O sacerdote aproveitou a oportunidade. Pegou o colete, os ídolos do lar e as imagens e acompanhou o grupo.

    21-23 Eles partiram e continuaram o caminho, pondo adiante deles as crianças, o gado e os equipamentos. Já estavam bem longe da casa de Mica, quando Mica e seus vizinhos conseguiram se organizar, mas não demoraram a alcançar os homens de Dã. Gritaram para eles, e os danitas, olhando para trás, perguntaram: “Que barulho é esse?”

    24 Mica respondeu: “Vocês pegaram o meu ídolo, que eu mesmo fiz, e levaram o meu sacerdote. Estão levando tudo embora, me deixaram sem nada! Como, então, perguntam: ‘Qual é o problema?’.”

    25 Mas os homens de Dã responderam: “Não grite conosco. Você pode irritar alguns destes homens, e você e sua família perderão a vida.”

    26 Dito isso, os homens de Dã prosseguiram seu caminho. Mica, percebendo que não tinha condições de enfrentá-los, deu meia-volta e foi para casa.

    27 Eles levaram os objetos feitos por Mica e seu sacerdote. Chegaram a Laís, a cidade das pessoas sossegadas e confiantes, massacraram a população e queimaram a cidade.

    28-29 Não havia ninguém por perto para ajudá-los. Laís ficava muito longe de Sidom e não tinha contato com os arameus. A cidade ficava no vale de Bete-Reobe. Os danitas reconstruíram a cidade e deram a ela o nome de Dã, em homenagem ao seu antepassado, filho de Israel, mas o nome originário era Laís.

    30-31 Os homens de Dã adotaram a imagem de prata. Jônatas, filho de Gérson, filho de Moisés, e seus descendentes foram sacerdotes na tribo de Dã até a época do cativeiro. Durante todo o tempo em que o santuário de Deus ficou em Siló, eles mantiveram, para uso particular, o ídolo feito por Mica.

  • Juízes, 17

    MICA
    1-2 Havia um homem das montanhas de Efraim chamado Mica. Ele disse a sua mãe: “Lembra-se dos treze quilos de prata que foram roubados de você? Eu a ouvi proferindo uma maldição. Na verdade, o dinheiro está comigo. Eu o roubei. Mas agora estou devolvendo.” Ela respondeu: “O Eterno abençoe você, meu filho!”

    3-4 Depois que ele devolveu os treze quilos de prata a sua mãe, ela disse: “Eu consagro toda esta prata ao Eterno, para que meu filho faça uma imagem esculpida, um ídolo fundido.” Ela entregou dois quilos e quatrocentos gramas daquela prata a um ourives, que fundiu o metal na forma de um ídolo. 5

    6 Esse homem, Mica, tinha uma capela particular. Ele tinha feito um colete sacerdotal e alguns ídolos domésticos e consagrou um de seus filhos sacerdote. Naquele tempo, não havia rei em Israel. As pessoas faziam o que bem entendiam.

    7-8 Havia também, naquela localidade, um jovem de Belém de Judá e de uma família dessa tribo. Ele era levita, mas estrangeiro ali. Tinha saído de Belém para tentar a sorte em outro lugar. Chegando às montanhas de Efraim, parou diante da casa de Mica.

    9 Ele perguntou ao jovem: “De onde você vem?” Ele respondeu: “Sou levita de Belém de Judá. Estou à procura de um lugar para morar.”

    10 Mica fez uma proposta: “Fique aqui comigo. Seja meu pai e sacerdote. Seu salário será de cento e vinte gramas de prata por ano, além da comida e das roupas de que precisar.”

    11-12 O levita concordou em ficar com Mica. O jovem foi bem recebido e se tornou membro da família. Mica designou o jovem levita seu sacerdote. Tudo isso aconteceu dentro da casa de Mica.

    13 Mica declarou: “Agora sei que o Eterno será bondoso para comigo, pois tenho um levita como sacerdote!”

  • Juízes, 16

    1-2 Sansão foi a Gaza, encontrou ali uma prostituta e passou a noite com ela. A notícia correu a cidade: “Sansão está aqui!” Os homens formaram um grupo e ficaram de tocaia a noite toda na entrada da cidade, em silêncio total, pensando: “Quando o sol nascer, nós o mataremos.”

    3 Mas Sansão ficou na cama com a mulher até meia-noite. Ele foi embora e, de passagem, arrancou a porta da cidade com os batentes e as trancas e a carregou nos ombros até o topo da colina, que fica em frente de Hebrom.

    4-5 Passado um tempo, ele se apaixonou por uma mulher do vale de Soreque (Uvas), chamada Dalila. Os líderes filisteus vieram procurá-la com uma proposta: “Seduza-o. Descubra por que ele é tão forte e como podemos prendê-lo e subjugá-lo. Cada um de nós dará a você treze quilos de prata.”

    6 Dalila, certo dia, disse a Sansão: “Conte-me, querido, o segredo de sua grande força e como você pode ser amarrado e subjugado.”

    7 Sansão respondeu: “Se me amarrarem com sete cordas de arco, feitas de tendões de animal, ainda úmidas, perco minha força e fico igual a qualquer outra pessoa.”

    8-9 Os líderes filisteus trouxeram a ela sete cordas de arco ainda úmidas, e ela o amarrou com as cordas, enquanto os homens se escondiam em seu quarto. Ela disse: “Os filisteus estão atrás de você, Sansão!” Ele rompeu as cordas como se fossem barbantes. Assim, não conseguiram descobrir o segredo da sua força.

    10 Dalila insistiu com ele: “Diga a verdade, Sansão! Você está brincando comigo, inventando história. Agora é sério: Conte-me como você pode ser amarrado.”

    11 Ele respondeu: “Se você me amarrar bem com cordas novas, que nunca foram usadas, não vou conseguir escapar. Serei igual a qualquer outra pessoa.”

    12 Dalila conseguiu cordas novas e o amarrou. Ela disse: “Os filisteus estão atrás de você!” Os homens estavam escondidos no quarto ao lado, mas ele rompeu as cordas como se fossem barbantes.

    13-14 Dalila não desistiu: “Você continua zombando de mim e mentindo! Por favor, conte-me como você pode ser amarrado!” Ele respondeu: “Se você tecer as sete tranças do meu cabelo como um tecido no tear e as prender com um pino, não conseguirei fazer nada. Serei como qualquer outra pessoa.” Quando ele dormiu, Dalila pegou as sete tranças do cabelo de Sansão e as teceu como um tecido no tear e as prendeu com um pino. Depois, disse: “Sansão, os filisteus estão atrás de você!” Mas ele acordou e livrou-se tanto do pino do tear quanto dos fios!

    15 Ela se tomou mais insistente: “Como você pode me dizer: Amo você’, se nem confia em mim? Já é a terceira vez que você zomba de mim, brincando de gato e rato comigo e recusando-se a me contar o segredo da sua força!”

    16-17 Ela continuou a perturbá-lo, dia após dia. Finalmente, ele se cansou. Não aguentou mais e contou a ela: “Nunca foi passada uma navalha na minha cabeça. Desde que nasci fui consagrado como nazireu a Deus. Se raparem o meu cabelo, perco a minha força. Ficarei fraco como qualquer outro mortal.”

    18 Dalila percebeu que finalmente tinha descoberto o segredo e mandou dizer aos líderes filisteus: “Venham depressa. Agora ele me contou a verdade.” Eles vieram e trouxeram o dinheiro que tinham prometido.

    19 Depois de fazê-lo dormir com a cabeça em seu colo, ela fez sinal para um homem, que se aproximou e cortou as sete tranças do cabelo dele. Ele começou imediatamente a enfraquecer e perdeu toda a sua força.

    20 Então, ela disse: “Sansão, os filisteus estão atrás de você!” Ele acordou, pensando: “Vou fazer o que sempre fiz e escapar”, pois ainda não tinha se dado conta de que o Eterno o tinha abandonado.

    21-22 Os filisteus o agarraram, arrancaram seus olhos e o levaram para Gaza. Eles o prenderam com algemas de ferro e o puseram a trabalhar no moinho da cadeia. Mas logo o cabelo dele começou a crescer de novo.

    23-24 Um dia, os líderes filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom. Eles fizeram uma festa e comemoraram: “Nosso deus nos entregou Sansão, nosso inimigo!” Quando o povo viu Sansão, fez coro com eles, bendizendo o seu deus: “Nosso deus nos entregou Nosso inimigo, Aquele que devastou o nosso povo, Multiplicando cadáveres entre nós.”

    25-27 Depois, quando todos já estavam exaltados, alguém sugeriu: “Tragam Sansão! Que ele nos. mostre o que consegue fazer!” E tiraram Sansão da prisão, para que os divertisse. Sansão foi posto entre duas colunas, e ele pediu ao rapaz que o conduzia: “Ponha-me onde eu possa tocar as colunas que sustentam o templo, para eu poder me apoiar nelas.” O templo estava cheio de homens e mulheres, e todos os líderes filisteus estavam ali. Havia pelo menos três mil pessoas olhando para Sansão.

    28 Nessa hora, ele suplicou ao Eterno: “Senhor, Eterno! Atenta para mim, outra vez, Eu imploro! Dá-me força mais uma vez. Deus, Com um sopro de vingança, permite que eu me vingue Dos filisteus por causa dos meus olhos!”

    29-30 Sansão alcançou as duas colunas centrais que sustentavam o templo e as empurrou com o braço direito e com o braço esquerdo. Ele gritou: “Que eu morra com os filisteus!” e empurrou as colunas com toda a sua força. O templo desabou sobre todos os líderes e sobre o povo que estava ali dentro. Sansão matou mais pessoas em sua morte que durante toda a sua vida.

    31 Seus irmãos e familiares desceram para buscar seu corpo. Eles o levaram de volta e o sepultaram no túmulo de seu pai Manoá, entre Zorá e Estaol. Ele governou Israel por vinte anos.

  • Juízes, 15

    1-2 Mais tarde, durante a colheita de trigo, Sansão foi visitar sua mulher e levou um cabrito. Ele dizia: “Vou ver minha mulher e entrar no quarto dela.” Mas o pai dela não o deixou entrar, dizendo: “Imaginei que você a odiava; por isso, ela foi dada ao seu padrinho de casamento. Mas a irmã menor dela é muito mais bonita. Por que você não a aceita por mulher?”

    3 Sansão respondeu: “Bom, desta vez não me responsabilizo pelo que vou fazer aos filisteus.”

    4-5 Ele conseguiu reunir trezentas raposas. Amarrou-as aos pares pela cauda e prendeu uma tocha na cauda de cada par. Em seguida, pôs fogo às tochas e soltou as raposas nas plantações de cereais dos filisteus. Os feixes de cereal colhido, os que iam ser colhidos, as vinhas e os olivais — tudo foi queimado!

    6 Os filisteus disseram: “Quem fez isso?” Alguém informou: “Foi Sansão, genro do timnita, porque o pai dela deu a mulher ao seu padrinho de casamento.” Os filisteus, por vingança, queimaram a mulher e seu pai.

    7 Sansão disse àqueles homens: “Se é dessa maneira que vocês querem agir, juro que me vingarei de vocês. Vou até o fim!”

    8 E os matou, sem misericórdia. Foi um verdadeiro massacre. Depois, desceu e se abrigou na caverna da rocha de Etã.

    9-10 Os filisteus acamparam em Judá, dispostos a atacar Lei (Queixada). Mas os homens de Judá perguntaram: “Por que vocês estão contra nós?” Eles responderam: “Estamos à procura de Sansão. Queremos pegar Sansão para retribuir o que ele fez conosco.”

    11 Três mil homens de Judá foram até a caverna da rocha de Etã dizer a Sansão: “Não percebe que os filisteus já nos ameaçam e dominam? Por que você está piorando a situação?” Ele respondeu: “Apenas dei o troco. Fiz com eles o que eles fizeram comigo.”

    12 Eles disseram: “Viemos aqui para prender você e entregá-lo aos filisteus.” Sansão disse: “Prometam que vocês não vão me machucar.”

    13 Eles responderam: “Prometemos. Vamos apenas prender e entregar você aos filisteus, mas não mataremos você.” Então, eles o amarraram com cordas novas e o tiraram da caverna.

    14-16 Quando se aproximavam de Lei, os filisteus vieram ao encontro deles, com gritos de euforia. Então, o Espírito do Eterno veio sobre ele com grande poder. As cordas que prendiam os seus braços se romperam como fio de linho queimado, e as correias caíram de suas mãos. Ele apanhou uma queixada de jumento ainda fresca e, com ela, matou mil homens. Depois, Sansão disse: “Com a queixada de um jumento Fiz deles um montão de jumentos. Com a queixada de um jumento, Matei uma companhia inteira.”

    17 Terminando de falar, jogou a queixada fora e deu ao lugar o nome de Ramate-Leí (monte da Queixada).

    18-19 Depois disso, ele sentiu uma sede terrível e suplicou ao Eterno: “Tu concedeste uma grande vitória ao teu servo. E agora vou morrer de sede e cair nas mãos dos incircuncisos?” Então, Deus abriu uma rocha em Lei, que jorrou água, e Sansão bebeu. Depois de saciado, ele recobrou o ânimo! Por isso, aquela fonte é chamada de En-Hacoré (Fonte de Quem Clama). Está lá até hoje.

    20 Sansão governou Israel durante vinte anos, no período da opressão dos filisteus.

  • Juízes, 14

    1-2 Sansão foi à cidade de Timna. Ali conheceu uma mulher das filhas dos filisteus. Quando voltou para casa, disse a seu pai e sua mãe: “Vi uma mulher em Timna, do povo filisteu. Quero me casar com ela.”

    3 Seus pais disseram: “Não há uma mulher do nosso povo que agrade a você? Tinha de ir procurar uma mulher entre os incircuncisos, os filisteus?” Mas Sansão insistiu: “Vão buscá-la para mim. É ela que eu quero — é com essa que quero me casar.”

    4(Seu pai e sua mãe não tinham ideia de que o Eterno estava por trás disso, que ele estava criando uma oportunidade contra os filisteus, porque, naquele tempo, eles dominavam os israelitas.)

    5-6 Sansão desceu a Timna com seu pai e sua mãe. Quando chegou perto das vinhas de Timna, um leão novo, rugindo, correu em sua direção. O Espírito do Eterno se apoderou de Sansão, e ele rasgou o animal com as mãos, como se fosse um cabrito. Mas não contou aos pais o que aconteceu.

    7 Então, ele foi falar com a moça. Para Sansão, ela era a escolhida.

    8-9 Passados alguns dias, quando retornou para buscá-la, ele fez um desvio no caminho para ver o que havia restado do leão. Ficou admirado ao encontrar um enxame de abelhas e mel no cadáver do leão! Ele pegou um punhado e continuou caminhando, enquanto comia o mel. Quando reencontrou seu pai e sua mãe, deu a eles um pouco, e ambos comeram. Mas não contou que tinha tirado o mel do cadáver do leão.

    10-11 Seu pai desceu para encontrar-se com a moça, enquanto Sansão preparava a festa. Era assim que os moços faziam. Como os filisteus desconfiavam dele, trouxeram trinta rapazes para que o acompanhassem.

    12-13 Sansão disse: “Quero propor uma charada. Se vocês a solucionarem durante os sete dias da festa, darei a vocês trinta trajes de linho e trinta mudas de roupa. Mas, se não conseguirem solucionar, vocês é que me darão trinta trajes de linho e trinta mudas de roupa.”

    13-14 Eles responderam: “Proponha a charada. Estamos ouvindo.” Então, ele disse: “Do que come saiu comida, Do forte saiu doçura.”

    14-15 Eles não conseguiram solucionar a charada. Três dias depois, ainda estavam pensando. No quarto dia, disseram à mulher de Sansão: “Arranque a resposta do seu marido, do contrário, queimaremos você e a família de seu pai. Afinal, vocês nos convidaram para nos levar à falência?”

    16 Então, a mulher de Sansão começou a choramingar no ouvido dele: “Você me odeia! Você não me ama! Você propôs uma charada para o meu povo, mas não conta a resposta nem para mim.” Ele respondeu: “Não contei nem a meus pais; por que contaria a você?”

    17 Mas ela o importunou durante os sete dias da festa. No sétimo dia, cansado da perturbação dela, ele revelou a solução da charada à mulher. Ela foi imediatamente passar a resposta aos seus compatriotas.

    18 Os homens da cidade procuraram Sansão no sétimo dia, antes do pôr do sol, e disseram: “O que é mais doce que o mel? O que é mais forte que o leão?” Sansão respondeu: “Se vocês não tivessem arado com a minha novilha, Não teriam solucionado a charada.”

    19-20 Então, o Espírito do Eterno se apoderou dele. Ele desceu a Ascalom, matou trinta homens, tirou as roupas deles e as entregou aos que haviam solucionado a charada. Furioso, voltou para a casa de seu pai. A mulher de Sansão foi entregue ao seu padrinho de casamento.

  • Juízes, 13

    SANSÃO
    1 O povo de Israel voltou a agir mal diante do Eterno. Por isso, o Eterno os entregou ao domínio dos filisteus por quarenta anos. Naquele tempo, vivia um homem em Zorá, chamado Manoá, da tribo de Dã. Sua mulher era estéril. O anjo do Eterno apareceu a ela e disse: “Sei que você não tem filhos e é estéril. Pois você ficará grávida e terá um filho. Mas tenha cuidado: não beba vinho nem bebida forte. Não coma nada ritualmente impuro. Você já está grávida de um menino. Não passe a navalha na cabeça dele. O menino será consagrado a Deus como nazireu desde o nascimento. Ele libertará o seu povo da opressão dos filisteus.”

    6-7 A mulher contou ao marido o que havia acontecido: “Um homem de Deus veio até mim. Ele parecia um anjo de Deus — um ser impressionante, glorioso! Não perguntei de onde ele era nem ele me revelou seu nome, mas disse: ‘Você está grávida. Você terá um menino. Não beba vinho nem bebida forte, nem coma nenhuma comida ritualmente impura. O menino será consagrado a Deus como nazireu desde seu nascimento até sua morte

    8 Manoá orou ao Eterno: “Senhor, peço-te que o homem de Deus que enviaste volte para nos ensinar como criar esse menino que está para nascer.”

    9-10 Deus ouviu o pedido de Manoá. O anjo de Deus voltou para falar com a mulher. Ela estava sozinha no campo; Manoá não estava com ela. Por isso, ela correu e chamou o marido: “Ele voltou! O homem que veio outro dia!”

    11 Manoá seguiu a mulher até onde o homem estava. Ele perguntou ao homem: “É você o homem que falou com minha mulher?” Ele respondeu: “Sou eu.”

    12 Manoá, então, disse: “Quando se cumprir o que você nos disse, como cuidaremos desse menino? Qual será o seu trabalho?”

    13-14 O anjo do Eterno respondeu a Manoá: “Observe todas as instruções que dei à sua mulher. Ele não deve comer nada que venha da videira: vinho ou bebida forte. Não deve comer nenhuma comida ritualmente impura. Ela deve seguir à risca tudo que ordenei a ela.”

    15 Manoá disse ao anjo do Eterno: “Por favor, fique conosco mais um tempo! Vamos preparar um cabrito para você.”

    16 O anjo do Eterno disse a Manoá: “Mesmo que eu ficasse, não poderia comer a sua comida. Mas, se quiser preparar uma oferta queimada, ofereça-a ao Eterno!” Manoá não sabia que estava falando com o anjo do Eterno.

    17 Então, Manoá perguntou ao anjo do Eterno: “Qual é o seu nome? Quando essas palavras se cumprirem, queremos homenagear você”.

    18 O anjo do Eterno respondeu: “Por que você pergunta pelo meu nome? Você não entenderia — é simplesmente maravilhoso.”

    19-21 Então, Manoá tomou o cabrito e a oferta de cereal e sacrificou sobre um altar de pedras ao Eterno, o Deus que faz maravilhas. As chamas do altar subiram ao céu, e o anjo do Eterno subiu por elas. Quando Manoá e sua mulher o viram subir, prostraram-se com o rosto em terra. Manoá e sua mulher nunca mais viram o anjo do Eterno.

    21-22 Só então, Manoá percebeu que era o anjo do Eterno e disse a sua mulher: “Nós vamos morrer, porque vimos Deus.”

    23 Mas ela retrucou: “Se o Eterno quisesse nos matar, não aceitaria nossa oferta queimada e a oferta de cereais, nem nos teria revelado tudo isso. Ele não teria anunciado o nascimento da criança.”

    24-25 A mulher deu à luz um menino. Os pais lhe deram o nome Sansão. O menino cresceu, e o Eterno o abençoou. O Espírito do Eterno começou a agir nele quando ele morava em Maané-Dã entre Zorá e Estaol.

  • Juízes, 12

    1 Os homens de Efraim convocaram as suas tropas, rumaram para Zafom e disseram a Jefté: “Por que você foi lutar contra os amonitas sem nos chamar? Nós vamos queimar a sua casa com você dentro.”

    2-3 Jefté respondeu: “Eu e o meu povo estivemos muito envolvidos em negociações com os amonitas. Eu mandei chamá-los, mas vocês me ignoraram. Quando percebi que vocês não viriam, tomei a decisão por mim mesmo e lutei contra os amonitas. O Eterno os entregou nas minhas mãos! Então, o que querem aqui? Vieram lutar contra nós?”

    4 Jefté convocou as tropas de Gileade e atacou Efraim. Os homens de Gileade os atacaram com fúria, porque estavam dizendo: “Os gileaditas não são nada. São desertores de Efraim e Manassés.”

    5-6 Os gileaditas dominaram as passagens do Jordão na travessia para Efraim. Quando um fugitivo efraimita dizia: “Deixem-me passar”, os homens de Gileade perguntavam: “Você é de Efraim?” Ele respondia: “Não.” Então, eles pediam: “Diga: ‘Chibolete’.” Mas eles sempre falavam: “Sibolete”, porque não conseguiam pronunciar corretamente. Então, eles agarravam o homem e o matavam ali mesmo, na passagem do Jordão. Naquela ocasião, foram mortos quarenta e dois mil efraimitas.

    7 Jefté governou Israel seis anos. Jefté de Gileade morreu e foi sepultado em sua cidade, Mispá de Gileade.

    IBSÃ
    8-9 Depois dele, Ibsã, de Belém, governou Israel. Ele tinha trinta filhos e trinta filhas. Ele deu suas filhas em casamento a homens fora do seu clã e trouxe trinta mulheres de outros clãs para se casarem com seus filhos.

    10 Ele governou Israel durante sete anos. Ibsã morreu e foi sepultado em Belém.

    ELOM
    11-12 Depois de Ibsã, Elom, de Zebulom, dominou sobre Israel. Ele governou dez anos. Elom de Zebulom morreu e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom.

    ABDOM
    13-15 Depois dele, Abdom, filho de Hilel, de Piratom, governou Israel. Ele teve quarenta filhos e trinta netos, que montavam setenta jumentos. Ele governou Israel durante oito anos. Abdom, filho de Hilel, de Piratom, morreu e foi sepultado em Piratom, na terra de Efraim, na região montanhosa dos amalequitas.