Categoria: Antigo Testamento

  • Genesis, 21

    1-4 O Eterno visitou Sara, exatamente como disse que faria, e cumpriu o que havia prometido: ela engravidou e deu a Abraão um filho no tempo exato que Deus havia prefixado. E Abraão deu a ele o nome de Isaque. Quando o menino estava com oito dias de vida, Abraão o circuncidou, como Deus havia ordenado.

    5-6 Abraão estava com 100 anos de idade quando seu filho Isaque nasceu. Sara disse: “Deus me abençoou com riso, e todos que souberem disso vão rir comigo!.”

    7 Ela também disse: “Quem poderia afirmar a Abraão que Sara iria amamentar um bebê um dia! Mas estou aqui! Dei um filho ao homem idoso!.”

    8 O bebê cresceu e foi desmamado. E Abraão deu uma grande festa no dia em que Isaque foi desmamado.

    9-10 Certo dia, Sara viu que o filho que a egípcia Hagar tinha dado a Abraão estava debochando de Isaque. Ela foi reclamar com Abraão: “Livre-se dessa escrava e do filho dela! Nenhum filho de escrava vai participar da herança com meu filho Isaque!.”

    11-13 Abraão ficou muito aflito. Afinal, Ismael era filho dele! Mas Deus disse a Abraão: “Não fique assim por causa do menino e de sua escrava. Faça o que Sara diz. Sua descendência virá mesmo por meio de Isaque. Quanto ao filho da sua escrava, garanto que também farei dele uma grande nação, porque ele também é seu filho.”

    14-16 Abraão levantou-se cedo no dia seguinte, separou um pouco de comida e um cantil com água. Entregou os poucos suprimentos a Hagar e mandou-a embora de casa com o filho. Ela ficou andando sem rumo pelo deserto de Berseba. Quando acabou a água, pôs a criança debaixo de um arbusto e ficou a uma distância de cerca de cinquenta metros. Dizia: “Não aguento ver meu filho morrer!” Então, sentando-se, caiu em prantos.

    17-18 Mas Deus ouviu o menino chorar. O anjo de Deus chamou Hagar lá do alto: “Hagar, o que aconteceu? Não fique com medo. Deus ouviu o menino e sabe que ele está numa situação difícil. Agora, levante-se, pegue seu filho e abrace-o! Vou fazer dele uma grande nação.”

    19 Na mesma hora, Deus abriu os olhos dela. Hagar avistou um poço de água. Então, ela foi até o poço, encheu o cantil e deu água fresca para o menino.

    20-21 Enquanto o menino crescia, Deus ficou ao lado dele. Ele morava no deserto e tornou-se um arqueiro muito habilidoso. O deserto em que ele vivia era o de Parã. Sua mãe conseguiu para ele uma esposa do Egito.

    22-23 Por essa mesma época, Abimeleque e o comandante de suas tropas, Ficol, disseram a Abraão: “Independentemente do que você fizer, Deus está do seu lado. Portanto, prometa-me que você não agirá com desonestidade para comigo nem ninguém de minha família. Enquanto viver aqui, prometa que tratará a mim e à minha família com a mesma bondade com que tratei você.”

    24 Abraão respondeu: “Eu prometo.”

    25-26 Foi também nessa época que Abraão questionou Abimeleque a respeito de um poço de água, que os empregados de Abimeleque haviam tomado à força. Abimeleque disse: “Não tenho a menor ideia de quem possa ter feito isso, e você nunca comentou nada comigo. É a primeira vez que ouço falar no assunto.”

    27-28 Então, os dois fizeram um acordo. Abraão pegou ovelhas e gado e deu-os a Abimeleque. Abraão separou sete ovelhas do rebanho.

    29 E Abimeleque disse: “O que significam essas sete ovelhas que você separou?”

    30 Abraão respondeu: “Significa que, quando você aceitar estas sete ovelhas, você as aceitará como prova de que cavei este poço e de que ele é meu.”

    31-32 Foi assim que o lugar passou a ser chamado Berseba (Poço do Juramento), porque ali os dois fizeram um acordo por meio de juramento. Tendo feito o acordo em Berseba, Abimeleque e Ficol, seu comandante, voltaram para o território filisteu.

    33-34 Abraão plantou uma tamargueira em Berseba e, ali, cultuou o Eterno, orando a Deus. Abraão morou em território filisteu por um longo período.

  • Genesis, 20

    1-2 Abraão partiu dali e foi para o sul, na direção do Neguebe, e estabeleceu-se entre Cades e Sur. Acampado em Gerar, Abraão disse ao povo, referindo-se a Sara: “Ela é minha irmã.”

    2-3 Então, Abimeleque, rei de Gerar, mandou buscar Sara. Naquela noite, Deus apareceu em sonho a Abimeleque e alertou-o: “Você vai morrer! Aquela mulher que você tomou é casada.”

    4-5 Mas Abimeleque ainda não havia se deitado com ela, nem mesmo a havia tocado. Ele respondeu: “Senhor, vais matar um inocente? Por acaso ele não me disse: ‘Ela é minha irmã’? E ela mesma não me disse: ‘Ele é meu irmão’? Eu não tinha a menor ideia de que estava fazendo alguma coisa errada.”

    6-7 E Deus, ainda no sonho, disse a ele: “Claro, sei que suas intenções são puras. Foi por isso que não deixei que você pecasse contra mim, Eu impedi que você se deitasse com ela. Agora, devolva ao homem a mulher dele. Ele é profeta e vai orar por você e interceder por sua vida. Se não a devolver, saiba que nem você nem ninguém de sua família escapará da morte.”

    8-9 Abimeleque levantou-se bem cedo naquela manhã, convocou todo o seu pessoal e contou a história a eles, sem esconder nada. Eles ficaram chocados. Em seguida, Abimeleque chamou Abraão e o questionou: “O que é isso que você nos fez? Alguma vez fiz algo que o desagradasse, para que você trouxesse tamanha afronta sobre mim e sobre meu reino? O que você fez é inadmissível!.”

    10 E Abimeleque prosseguiu: “O que você tinha na cabeça quando fez isso?.”

    11-13 Abraão disse: “Pensei que aqui não havia temor de Deus e que me matariam para ficar com minha esposa. Além disso, para dizer a verdade, ela é minha irmã por parte de pai. Quando Deus me fez sair como peregrino da casa de meu pai, eu disse a ela: ‘Por favor, sempre que chegarmos a qualquer lugar, diga às pessoas que sou seu irmão’

    14-15 Abimeleque devolveu Sara: a Abraão com um presente: ovelhas, gado e escravos, homens e mulheres. Também disse a ele: “Minha terra está à sua disposição. Fique — morando onde achar melhor.”

    16 E disse a Sara: “Dei mil peças de prata para seu irmão. Isso livra você de qualquer acusação aos olhos do mundo. É minha forma de reparar a ofensa feita a você”

    17-18 Depois disso, Abraão orou a Deus, e ele curou Abimeleque, sua esposa e suas escravas. Elas passaram a gerar filhos outra vez, pois, por causa de Sara, esposa de Abraão, o Eterno havia deixado estéreis todas as mulheres da família de Abimeleque.

  • Genesis, 19

    1-2 Os dois anjos chegaram a Sodoma no início da noite. Ló estava sentado à entrada da cidade. Ele viu os recém-chegados e levantou-se para recebê-los. Curvou-se diante deles e implorou: “Por favor, amigos, venham para a minha casa e passem ali a noite. Vocês poderão se lavar. E poderão se levantar cedo e seguir caminho descansados.” Eles disseram: “Não, dormiremos na rua.”

    3 Mas ele insistiu. Não aceitaria um não como resposta. Eles, então, concordaram e foram para a casa dele. Ló preparou uma refeição quente, e eles comeram.

    4-5 Antes que os hóspedes se recolhessem, os homens de toda a cidade, jovens e velhos, se aglomeraram em torno da casa, vindo de todos os lados, e os encurralaram ali. Então, gritaram para Ló: “Onde estão os homens que vão passar a noite aí na sua casa? Traga-os para fora! Queremos nos divertir com eles!”

    6-8 Ló foi para o lado de fora, manteve-se à frente da porta e suplicou: “Por favor, irmãos, não sejam maus! Olhem, tenho duas filhas virgens. Vou trazê-las para fora, e vocês poderão se satisfazer com elas, mas não encostem a mão nestes homens, pois são meus convidados.”

    9 Mas eles responderam: “Caia fora! Você chegou aqui, nem sabemos direito de onde, e já quer nos dizer como devemos viver? Pois vamos fazer com você pior do que com eles! E partiram para cima de Ló determinados a arrombar a porta.”

    10-11 Mas os dois homens alcançaram Ló, puxaram-no para dentro da casa e trancaram a porta. Em seguida, atingiram com cegueira os homens que estavam tentando entrar. Tanto os que encabeçavam o grupo quanto os que seguiam ficaram tateando no escuro.

    12-13 Os dois homens disseram a Ló: “Há algum outro parente seu aqui? Filho, filha, alguma pessoa na cidade? Tire-os daqui agora mesmo! Vamos destruir este lugar. O clamor das vítimas dirigido ao Eterno é ensurdecedor, e fomos enviados para varrer este lugar da face da terra.”

    14 Ló saiu e avisou o noivo de cada uma de suas filhas: “Saiam deste lugar! O Eterno vai destruir a cidade!” Mas seus futuros genros não o levaram a sério.

    15 Ao amanhecer, os anjos começaram a apressar Ló: “Depressa! Pegue sua mulher e suas filhas e saia daqui antes que seja tarde, antes que você acabe sendo castigado com a cidade.”

    16-17 Ló estava demorando demais. Então, os homens agarraram Ló, sua mulher e suas filhas pelo braço e os puxaram para um lugar seguro fora da cidade. O Eterno foi misericordioso com eles! Já do lado de fora da cidade, os anjos disseram a Ló: “Agora corram, e cada um salve a sua vida! Não olhem para trás! Não parem em nenhum lugar da planície, mas corram para os montes, para que não sejam destruídos.”

    18-20 Mas Ló reclamou: “Senhores, não podem estar falando sério! Reconheço que foram bons comigo e me fizeram um enorme favor, salvando a minha vida, mas não posso correr para os montes. Coisas terríveis podem acontecer comigo nos montes, posso até morrer. Olhem para aquela direção: aquela cidade não fica longe. Ela é pequena, e nada poderá me acontecer ali. Permitam que eu fuja para lá e salve a minha vida. É só uma área aberta à beira da estrada.”

    21-22 “Tudo bem, Ló, já que você insiste. Siga por esse caminho. Não vou destruir a cidade que você me mostrou. Mas não demore. Corra para lá! Não vou poder fazer nada antes que você chegue lá.” Por isso, a cidade foi chamada Zoar, que significa “Cidade Pequena.”

    23 Quando Ló chegou a Zoar, o Sol já estava alto no céu.

    24-25 Então, o Eterno fez chover fogo e enxofre sobre Sodoma e Gomorra. Um rio de lava correu desde o céu, enviado pelo Eterno, e destruiu as cidades e toda a planície, matando todos os seus habitantes e o que crescia na terra.

    26 Mas a mulher de Ló olhou para trás e transformou-se numa coluna de sal.

    27-28 Abraão levantou-se bem cedo na manhã seguinte e seguiu para o lugar em que havia se encontrado com o Eterno pouco antes. Ele olhou para Sodoma e Gomorra, observando toda a planície, e viu apenas a fumaça que subia da terra, como se saísse de uma fornalha.

    29 E foi isto que aconteceu: antes de destruir as cidades da planície, Deus se lembrou de Abraão e retirou Ló de Sodoma. Só depois, varreu aquelas cidades da face da terra.

    30 Ló saiu de Zoar e foi morar com as duas filhas nas montanhas. Ele estava com medo de ficar em Zoar e passou a viver com elas numa caverna.

    31-32 Certo dia, a filha mais velha disse à caçula: “Nosso pai está ficando velho, e não restou nenhum homem neste lugar que possa nos engravidar. Vamos embebedar nosso pai com vinho e nos deitar com ele. Ele poderá nos dar filhos. É a única chance de manter nossa família viva.”

    33-35 Assim, naquela mesma noite, elas embebedaram o pai com vinho. A filha mais velha deitou-se com ele, mas Ló estava inconsciente e não tinha noção do que a filha estava fazendo. De manhã, a filha mais velha disse à mais nova: “Deitei-me com nosso pai ontem à noite. Hoje será sua vez. Vamos embebedá-lo de novo, e você se deita com ele. Ele dará filhos a nós duas, e poderemos manter a linhagem da nossa família.” De novo, naquela noite, elas embebedaram o pai, e a caçula deitou-se com ele. Também dessa vez, ele estava inconsciente e não tinha noção do que a filha estava fazendo.

    36-38 As duas irmãs ficaram grávidas de Ló, o próprio pai. A mais velha teve um filho e deu a ele o nome de Moabe, antepassado dos moabitas de hoje. A caçula teve um filho e deu a ele o nome de Ben-Ami, antepassado dos amonitas de hoje.

  • Genesis, 18

    1-2 O Eterno apareceu a Abraão junto aos carvalhos de Manre, enquanto ele estava sentado à entrada da sua tenda. Era a hora mais quente do dia. Ele olhou e viu três homens de pé. Então, saiu apressado da tenda e curvou-se diante deles.

    3-5 Ele pediu: “Senhor, se te agradar, fique um pouco com o teu servo. Vou providenciar um pouco de água para que possas lavar os pés. Também vou providenciar comida e um lugar para descansares, já que teu caminho passou por mim.” Eles responderam: “Ótimo, faça isso.”

    6 Abraão correu para dentro da tenda e disse a Sara: “Depressa! Pegue três xícaras da nossa melhor farinha e faça alguns pães.”

    7-8 Depois, ele correu até o curral e escolheu a um novilho gordo de excelente qualidade e o entregou a um dos empregados, que o preparou. Em seguida, trouxe coalhada e leite para acompanhar o novilho assado, pôs a refeição diante dos homens e ficou debaixo da árvore enquanto eles comiam.

    9 Os homens perguntaram: “Onde está Sara, sua mulher?.” Ele respondeu: “Está na tenda.”

    10 Então, um deles disse: “Vou retornar no ano que vem, mais ou menos por esta época. Quando eu chegar, sua esposa Sara vai ter um filho.” Sara estava ouvindo tudo do lado de dentro da tenda, bem atrás do homem.

    11-12 Abraão e Sara estavam velhos, em idade bem avançada. Sara tinha passado, havia muito, da época de ter filhos. Então, ela riu consigo mesma e disse: “Uma velha como eu? Ficar grávida? E com um marido velho como esse?”

    13-14 Mas o Eterno disse a Abraão: “Por que Sara riu? Pois ela disse: ‘Eu? Ter um bebê? Uma velha como eu?’. Por acaso existe alguma coisa difícil demais para o Eterno? Eu voltarei no ano que vem por esta mesma época, e Sara terá um bebê.”

    15 Sara ficou com medo e mentiu para ele: “Eu não ri, não!.” Mas ele disse: “Sim! Você riu, sim.”

    16 Os homens se levantaram para ir embora e começaram a caminhar na direção de Sodoma. Abraão os acompanhou para se despedir deles.

    17-19 Então, o Eterno disse: “Seria justo esconder de Abraão o que estou para fazer? Ele vai se tornar uma nação grande e forte, e todas as nações do mundo serão abençoadas por meio dele. Eu o escolhi para que ele ensine seus filhos e sua futura família a andar nos caminhos do Eterno, a serem bons, generosos e justos, para que o Eterno possa cumprir o que prometeu a ele.”

    20-21 O Eterno prosseguiu: “Os gritos das vítimas em Sodoma e Gomorra são de ensurdecer. O pecado dessas cidades é gigantesco. Descerei para ver eu mesmo se o que eles estão fazendo é tão mau quanto parece. Então, vou saber.”

    22 Os homens dirigiram-se para Sodoma, mas Abraão ficou no caminho do Eterno, impedindo a passagem.

    23-25 Então, Abraão o enfrentou e questionou: “Estás falando sério? Estás mesmo planejando eliminar as pessoas boas junto com as más? E se houver cinquenta pessoas decentes na cidade: vais juntar os bons com os maus e te livrar de todos? Não pouparias a cidade por causa desses cinquenta inocentes? Não acredito que farias isto, matar os bons com os maus, como se não houvesse diferença entre eles. Será que o Juiz de toda a terra não sabe julgar com justiça?.”

    26 O Eterno respondeu: “Se eu encontrar cinquenta pessoas decentes em Sodoma, pouparei a cidade inteira por causa delas.”

    27-28 Abraão tornou a dizer: “Eu, um simples mortal feito de um punhado de pó da terra, atrevo-me a abrir a boca e ainda perguntar ao meu Senhor: E se faltarem cinco para completar os cinquenta? Destruirás a cidade por causa dos cinco que faltam?.” Ele respondeu: “Não a destruirei se houver ali quarenta e cinco pessoas decentes.”

    29 Abraão insistiu: “E se encontrares apenas quarenta?” “Também não vou destruir a cidade, por causa dos quarenta.”

    30 Abraão continuou: “Senhor, não te irrites comigo, mas se encontrares apenas trinta?.” “Se encontrar trinta, não destruo a cidade.”

    31 Abraão não desistiu: “Senhor, sei que estou abusando da tua paciência, mas e se houver apenas vinte?” “Não a destruirei, por causa dos vinte.”

    32 Abraão perguntou ainda: “Senhor, não fiques furioso, esta é a última vez que pergunto. E se houver apenas dez?” “Não destruirei a cidade, por causa das dez pessoas.”

    33 O Eterno encerrou a conversa com Abraão e se retirou. Abraão foi para casa.

  • Genesis, 17

    1-2 Quando Abrão tinha 99 anos de idade, o Eterno apareceu a ele e disse: “Eu sou o Deus Forte! Viva com integridade diante de mim. Faça todo o esforço possível para se manter assim! Vamos fazer uma aliança, e darei a você uma família enorme.”

    3-8 Abalado, Abrão lançou-se ao solo, com o rosto em terra. E Deus declarou: “Minha aliança com você será esta: Você será o pai de muitas nações. Seu nome não será mais Abrão, e sim Abraão, para ressaltar a ideia de que ‘farei de você o pai de muitas nações’. Farei de você o pai de muitos pais. De você, sairão nações, reis virão de você. Estou estabelecendo minha aliança entre mim e você, uma aliança que inclui seus descendentes. Será uma aliança contínua, e, por causa dela, me comprometo a ser o seu Deus e o Deus de seus descendentes. Estou dando a você e a seus descendentes esta terra, na qual vocês estão acampados agora, toda a terra de Canaã. Ela pertencerá a sua família para sempre, e eu serei o Deus deles.”

    9-14 Deus disse também a Abraão: “E agora esta é a sua parte: Você irá honrar a minha aliança, você e seus descendentes, uma geração após a outra. Esta é a aliança que você deverá honrar, uma aliança que inclui todos os seus descendentes: todos do sexo masculino deverão passar pela circuncisão. Faça isso, cortando e removendo a dobra da pele que recobre a cabeça do pênis; esse será o sinal da aliança entre nós. Todo menino será circuncidado com oito dias de idade, geração após geração. Os escravos nascidos em casa e os que tiverem sido comprados de outros que não são parentes também estão incluídos. Não se esqueçam de circuncidar tanto seus filhos quanto qualquer outro que tenha vindo de fora. Dessa forma, a minha aliança estará gravada no corpo de vocês, um sinal definitivo da minha aliança definitiva. E, se algum ser humano do sexo masculino não tiver sido circuncidado, isto é, não tiver a dobra da pele que recobre a cabeça do pênis cortada; então, ele será cortado do seu povo, pois violou a minha aliança.”

    15-16 E Deus continuou falando com Abraão: “Quanto a Sarai, sua esposa, não a chame mais de Sarai. Comece a chamá-la de Sara. E eu a abençoarei. Isso mesmo! Darei um filho a você por meio dela! Ah! Como vou abençoá-la! Dela sairão nações e reis de nações.”

    17 Abraão lançou-se ao chão, com o rosto em terra. Mas também riu, pensando: “Como um homem com 100 anos de idade vai ter um filho? E Sara? Conseguirá ter um bebê aos 90 anos de idade?”

    18 Recompondo-se, Abraão disse a Deus: “Ah! Faça que Ismael viva bem e com saúde diante de ti!.”

    19 Mas Deus retrucou: “Não foi isso que eu quis dizer. Sua esposa, Sara, terá um bebê, um menino. Chame-o Isaque (Riso). Vou fazer uma aliança com ele também e com seus descendentes, uma aliança que não terá fim.”

    20-21 “Quanto a Ismael? Sim, ouvi você orar por ele. Também vou abençoá-lo e farei que tenha muitos filhos, uma família enorme. Ele será o pai de doze príncipes, farei dele uma grande nação. Mas a aliança que vou fazer será com Isaque, seu filho que nascerá de Sara por essa época do ano que vem.”

    22 Deus, então, se retirou depois de falar com Abraão.

    23 Então, Abraão chamou seu filho Ismael e todos os seus empregados, tanto os nascidos em casa quanto os que ele havia comprado, todos os do sexo masculino que eram de sua família, e os circuncidou, cortando, naquele mesmo dia, a dobra da pele que recobria a cabeça do pênis de cada um, como Deus havia ordenado.

    24-27 Abraão tinha 99 anos quando foi circuncidado. Ismael tinha 13 anos. Os dois foram circuncidados no mesmo dia e também todos os empregados, tanto os nascidos em casa quanto os que haviam sido comprados de terceiros. Todos foram circuncidados com Abraão.

  • Genesis, 16

    1-2 Sarai, esposa de Abrão, ainda não tinha filhos. Mas uma escrava egípcia chamada Hagar era propriedade dela. E Sarai disse a Abrão: “O Eterno achou por bem não me dar filhos. Então, deite-se com esta minha escrava. Talvez eu possa constituir família por meio dela.” Abrão concordou com a proposta de Sarai.

    3-4 Assim, Sarai, mulher de Abrão, entregou Hagar, sua escrava egípcia, a seu marido, Abrão. Quando esse fato aconteceu, já fazia dez anos que Abrão morava em Canaã. Ele se deitou com Hagar, e ela engravidou. Quando Hagar soube que estava grávida, começou a fazer pouco caso de sua senhora.

    5 Sarai reclamou com Abrão: “Estou passando por esta humilhação, e a culpa é sua! Entreguei minha escrava a você, e, na mesma hora em que ela soube que estava grávida, passou a me tratar como se eu fosse nada. Que o Eterno decida qual de nós duas está com a razão.”

    6 Abrão respondeu: “Decida você mesma, pois sua escrava é assunto seu.” Sarai começou a maltratar a escrava que, por causa disso, acabou fugindo.

    7-8 Mas um anjo do Eterno encontrou Hagar junto a uma fonte no deserto. Era a fonte que está no caminho para Sur. E ele disse: “Hagar, escrava de Sarai, o que você está fazendo aqui?” Ela respondeu: “Estou fugindo de Sarai, minha senhora.”

    9-12 Mas o anjo do Eterno disse: “Volte para a sua senhora, ainda que ela maltrate você.” Ele continuou: “Vou dar a você uma família numerosa, tantos descendentes que não será possível contá-los. “Você está grávida de um menino. Dê a ele o nome de Ismael, pois o Eterno ouviu você e respondeu. Ele escoiceará como um cavalo bravo, porque será um guerreiro: combaterá e será combatido, Sempre criando problemas, sempre em conflito com a família.”

    13 Hagar atendeu à orientação do Eterno, chamando-o pelo nome, orando ao Deus que havia se comunicado com ela: “Tu és o Deus que me vê! “Sim! Ele me viu, e eu também o vi!”

    14 Por isso, aquela fonte no deserto passou a ser chamada O Deus Vivo me Vê. Essa fonte ainda existe: fica entre Cades e Berede.

    15-16 Hagar deu um filho a Abrão, que o chamou Ismael. Abrão tinha

    86 anos de idade quando Hagar deu à luz Ismael.

  • Genesis, 15

    1 Depois desses acontecimentos, Abrão recebeu a seguinte mensagem de Deus, durante uma visão: ‘Abrão, você não precisa ter medo. Eu sou seu escudo. Sua recompensa será muito grande!.”

    2-3 Abrão respondeu: “Eterno e Soberano, de que me servem tuas dádivas se não tenho filhos, se Eliézer de Damasco vai ficar com toda a minha herança?.” Abrão prosseguiu: “Tu não me deste filhos, e agora um simples empregado vai ficar com tudo.”

    4 Então, veio a seguinte mensagem do Eterno: “Não se preocupe, porque ele não será seu herdeiro. Um filho. com seu sangue é que será seu herdeiro.”

    5 Então, o Eterno levou Abrão para fora da tenda e disse: “Olhe para o céu e conte as estrelas. Você consegue fazer isso? Imagine que assim serão seus descendentes! Abrão, sua família será muito grande!.”

    6 E Abrão acreditou! Acreditou no Eterno. E Deus o declarou “Justificado diante de Deus.”

    7 O Eterno prosseguiu: “Eu sou o mesmo Eterno que o trouxe de Ur dos caldeus e deu a você esta terra para que a possuísse.”

    8 E Abrão disse: “Eterno Soberano, como vou saber que tudo isto será meu?.”

    9 E o Eterno respondeu: “Traga-me um novilho, uma cabra e um carneiro, todos com 3 anos de idade, uma rolinha e uma pombinha.”

    10-12 Abrão trouxe os animais à presença do Eterno, cortou-os ao meio e pôs as metades uma de frente para a outra. Mas as aves ele não cortou. Então, os urubus começaram a pousar sobre as carcaças, mas Abrão os enxotava. Quando o Sol se pôs, Abrão caiu num sono profundo, e uma sensação de terror se apoderou dele, porque a escuridão era muito densa.

    13-16 O Eterno disse a Abrão: “Saiba que seus descendentes vão viver como estrangeiros numa terra que não é deles. Eles serão escravizados e oprimidos durante quatrocentos anos. Depois disso, punirei os senhores deles, e aquela geração sairá de lá carregada de bens. Mas você não. Você terá uma vida longa e plena e morrerá em paz. Seus descendentes não voltarão para cá antes da quarta geração, porque o pecado entre os amorreus ainda não excedeu o limite.”

    17-21 Depois que o Sol se pôs e veio a escuridão, um fogareiro fumegante e uma tocha acesa passavam entre as carcaças que haviam sido cortadas. Foi nesse cenário que o Eterno firmou uma aliança com Abrão: “Dou esta terra a seus filhos, desde o rio Nilo, no Egito, até o rio Eufrates, na Assíria, território dos queneus, dos quenezeus, dos cadmoneus, dos hititas, dos ferezeus, dos refains, dos amorreus, dos cananeus, dos girgaseus e dos jebuseus.”

  • Genesis, 14

    1-2 Após esses fatos, Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, declararam guerra contra Bera, rei de Sodoma, contra Birsa, rei de Gomorra, contra Sinabe, rei de Admá, contra Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Belá, que é o outro nome de Zoar,

    3-4 O segundo grupo de reis, os que sofreram o ataque, reuniram-se no vale de Sidim, isto é, o mar Salgado. Eles se submeteram ao domínio de Quedorlaomer durante doze anos, mas, no décimo terceiro ano, se rebelaram.

    5-7 No décimo quarto ano, Quedorlaomer e os reis que eram seus aliados avançaram e derrotaram os refains, em Asterote-Carnaim, os zuzins, em Hã, os emins, em Savé-Quiriataim, e os horeus, desde a região montanhosa de Seir até El-Parã, nos últimos limites do deserto. No caminho de volta, pararam em En-Mispate, que é Cades, e conquistaram toda a região dos amalequitas e dos amorreus que viviam em Hazazom-Tamar.

    8-9 Foi, então, que o rei de Sodoma, com o apoio dos reis de Gomorra, Admá, Zeboim e Belá, que é Zoar, entrou na guerra. Eles se alinharam para combater os inimigos no vale de Sidim, contra Quedorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goim, Anrafel, rei de Sinear, e Arioque, rei de Elasar — quatro reis contra cinco.

    10-12 O vale de Sidim era pontilhado com poços de piche. Na fuga, os reis de Sodoma e de Gomorra caíram nos poços de piche, mas os outros escaparam e foram para as montanhas. Os quatro reis se apoderaram de todos os bens que havia em Sodoma e Gomorra, todo alimento e todas as ferramentas, e seguiram seu caminho. Nessa investida, capturaram Ló, sobrinho de Abrão, que morava em Sodoma na época. Eles levaram tudo que ele possuía.

    13-16 Um habitante da cidade conseguiu fugir e foi dar a notícia a Abrão, o hebreu. Abrão estava vivendo perto dos carvalhos de Manre, o amorreu, irmão de Escol e Aner. Eles eram aliados de Abrão. Quando ele ficou sabendo que seu sobrinho havia sido levado prisioneiro, convocou seus empregados, todos os que haviam nascido na casa dele. Eram trezentos e dezoito homens, que saíram em perseguição aos captores, no caminho para Dã. Abrão e seus homens dividiram-se em pequenos grupos e atacaram durante a noite. Eles perseguiram os inimigos até Hobá, logo ao norte de Damasco, e recuperaram tudo que havia sido levado, entre eles, Ló e seus bens, as mulheres e o restante dos prisioneiros.

    17-20 Depois que Abrão voltou da batalha em que derrotou Quedorlaomer e seus aliados, o rei de Sodoma saiu para cumprimentá-lo no vale de Savé, que é o vale do Rei. Melquisedeque, rei de Salém, era sacerdote do Deus Altíssimo. Ele trouxe pão e vinho e abençoou Abrão: “Abençoado seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador do céu e da terra. E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou em suas mãos os seus inimigos.” Abrão deu a Melquisedeque a décima parte de tudo que havia recuperado.

    21 O rei de Sodoma disse a Abrão: “Devolva-me as pessoas, mas pode ficar com o restante do espólio.”

    22-24 Mas Abrão respondeu ao rei de Sodoma: “Faço um juramento solene diante do Eterno, o Deus Altíssimo, Criador do céu e da terra: não levarei nada do que pertence a você, nem mesmo um fio de linha ou um cadarço. Não quero que você fique por aí, dizendo: ‘Enriqueci Abrão’. Não quero nada além daquilo que meus empregados comeram e a parte que cabe aos homens que me acompanharam, Aner, Escol e Manre. Eles devem receber a parte deles.”

  • Genesis, 13

    1-2 Abrão saiu do Egito e voltou para o Neguebe; ele, sua mulher e tudo que possuía. Ló também estava com ele. A essa altura, Abrão já era muito rico, sendo proprietário de muito gado, prata e ouro.

    3-4 Ele saiu do Neguebe e foi acampando pelo caminho até chegar a Betel, o mesmo lugar em que havia armado sua tenda, entre Betel e Ai, e edificou seu primeiro altar. E, ali, Abrão orou ao Eterno.

    5-7 Ló, que acompanhava Abrão nas viagens, também estava rico. Possuía ovelhas, gado e tendas. Assim, aquela terra ficou pequena para os dois, porque eram muitos bens. Logo, começaram a ocorrer brigas entre os pastores de Abrão e os pastores de Ló; eles perceberam que já não tinham condições de viver juntos ali. Na época, os cananeus e os ferezeus viviam na mesma terra.

    8-9 Abrão disse a Ló: “Não deve haver brigas entre nós, entre seus pastores e meus pastores. Afinal, somos parentes. Olhe em volta deste lugar. Há muita terra aqui! Vamos nos separar. Se você for para a esquerda, eu vou para a direita; se você for para a direita, eu vou para a esquerda.”

    10-11 Ló estudou a região, e viu toda a planície do Jordão, que era muito bem irrigada (isso foi antes de o Eterno destruir Sodoma e Gomorra). Parecia até o jardim do Eterno, ou o Egito, e a terra. se estendia até Zoar. Ló ficou com toda a planície do Jordão e partiu na direção leste.

    11-12 Foi assim que tio e sobrinho se separaram. Abrão fixou-se em Canaã. Ló estabeleceu-se nas cidades da planície e armou sua tenda perto de Sodoma.

    13 O povo de Sodoma era mau, gente que pecava abertamente contra o Eterno. Depois que Ló se separou do tio, o Eterno disse a Abrão: “Olhe para o norte, sul, leste e oeste. Tudo que você está vendo, toda a terra que se estende diante dos seus olhos eu darei para sempre a você e a seus filhos. Farei que seus descendentes sejam como o pó, tanto que contá-los será impossível: será como contar o pó da terra. Por isso, levante-se e ponha-se a caminho! Ande por essa terra, de uma extremidade a outra. Estou dando tudo a você.”

    14 Abrão desmontou sua tenda. Ele partiu dali e se estabeleceu perto dos carvalhos de Manre, em Hebrom, onde edificou um altar para o Eterno.

  • Genesis, 12

    ABRÃO E SARAI
    1 O Eterno disse a Abrão: “Deixe sua terra, sua família e a casa de seu pai e vá para uma terra que eu mostrarei a você.

    2-3 “Farei de você uma grande nação e o abençoarei. Tornarei você famoso; você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Todas as famílias da terra serão abençoadas por seu intermédio.”

    4-6 Abrão partiu dali, como o Eterno havia ordenado, e Ló foi com ele. Abrão tinha 75 anos de idade quando saiu de Harã. Ele levou consigo sua mulher, Sarai, seu sobrinho Ló e todos os bens e pessoas que havia adquirido em Harã. Tomaram o rumo de Canaã e chegaram àquela terra sãos e salvos. Abrão atravessou o território até Siquém, onde estava o carvalho de Moré. Na época, os cananeus ocupavam a região.

    7 O Eterno apareceu a Abrão e disse: “Darei esta terra a seus filhos.” Então, Abrão edificou um altar no local em que o Eterno havia aparecido.

    8 Dali, ele seguiu para a região montanhosa a leste de Betel e armou sua tenda entre Betel, a oeste, e Ai, a leste. Ali, ele construiu um altar e orou ao Eterno.

    9 Abrão continuou seu caminho, seguindo com determinação para o Neguebe, ao sul.

    10-13 Então, aquela região foi assolada por um período de fome. Para sobreviver, Abrão teve de mudar-se para o Egito, porque a fome era devastadora. Aproximando-se do Egito, ele disse a sua mulher, Sarai: “Olhe, nós dois sabemos que você é bonita. Quando os egípcios virem você, vão dizer: ‘Ah, então, essa é a mulher dele!’, e vão me matar. Mas deixarão você viver. Faça-me um favor: diga a eles que você é minha irmã. Por sua causa, eles irão me receber bem e me deixarão viver.”

    14-15 Quando Abrão chegou ao Egito, os egípcios logo perceberam que a mulher dele era linda. Os membros da corte elogiaram Sarai diante do faraó. Em consequência disso, ela foi levada para viver com ele.

    16-17 Por causa dela, Abrão deu-se muito bem: adquiriu ovelhas, gado, jumentos e jumentas, servos e servas e camelos em grande quantidade. Mas o Eterno puniu com muito rigor o faraó, por causa de Sarai, mulher de Abrão. Todos, no palácio, ficaram gravemente doentes.

    18-19 Então, o faraó mandou chamar Abrão: “Que é isso que você me fez? Por que não me disse que ela é sua mulher? Por que você disse: ‘Ela é minha irmã’, deixando que eu a tomasse como minha mulher? Aqui está ela de volta: pegue-a e suma daqui!.”

    20 O faraó deu ordens a seus subordinados para que fizessem Abrão sair do país. Abrão foi mandado embora com sua mulher e com tudo que possuía.