Categoria: Atos

ATOS DOS APÓSTOLOS
Introdução
Atos dos Apóstolos é o livro que continua a história de Jesus e do evangelho, história esta que começa no Evangelho de Lucas. O autor conta como a mensagem de Cristo foi anunciada “em Jerusalém” e “em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (1.8). Começando na terra dos judeus, o evangelho chega até Roma, a capital do Império Romano, tornando-se uma religião para o mundo inteiro, pois Jesus Cristo é o Salvador e Senhor de todos.
Neste livro, destacam-se duas pessoas: os apóstolos Pedro e Paulo. Pedro dirige o trabalho cristão em Jerusalém e em Samaria (1.12—8.25) e também em Lida, Jope e Cesareia (9.32—11.18). Do capítulo 13 em diante o livro fala especialmente de Paulo e das suas muitas viagens pelo Império Romano. Outros líderes são Estêvão, o primeiro mártir cristão; Filipe, que anunciou o evangelho ao oficial etíope; Barnabé, Timóteo e Silas, companheiros de Paulo; e Lídia, da cidade de Filipos.
Mas o papel principal é do Espírito Santo, pois é ele quem guia e fortalece os seguidores de Jesus nos trabalhos das igrejas e no serviço de anunciar o evangelho pelo mundo inteiro.

  • Atos, 28

    1-2Foi feita a contagem, constatou-se que todos se salvaram, e descobrimos que estávamos na ilha de Malta. Os habitantes dali nos trataram muito bem. O dia estava chuvoso e frio, e estávamos molhados até os ossos, mas eles fizeram uma grande fogueira e nos reunimos ao redor.

    3-6Paulo prontificou-se a ajudar o grupo. Apanhou um punhado de gravetos, mas, quando o jogou ao fogo, uma cobra venenosa, fugindo do calor, mordeu a mão de Paulo. Vendo a cobra presa à mão de Paulo, concluíram que ele era um assassino que estava recebendo sua justa punição. Mas Paulo sacudiu a cobra no fogo, e nada lhe aconteceu. As pessoas pensaram que ele iria cair morto a qualquer momento, mas, como isso não aconteceu, concluíram que ele era um deus!

    7-9O líder daquela parte da ilha era Públio. Ele nos hospedou em sua casa e nos trouxe roupas secas. Recebemos o melhor tratamento possível nos três dias seguintes. O pai de Públio estava doente, acamado, com febre alta e disenteria. Paulo foi ao quarto do ancião, impôs as mãos sobre ele e orou, e o homem foi curado. A notícia da cura espalhou-se rapidamente, e logo todos os doentes da ilha vieram até ali e foram curados.

    ROMA

    10-11Passamos três meses maravilhosos em Malta. Eles nos trataram como reis, cuidaram de todas as nossas necessidades e providenciaram o que foi preciso para o restante da viagem. Um navio egípcio, que tinha invernado no porto, estava partindo para a Itália, e embarcamos nele. O navio tinha esculpido na proa uma figura de deuses gêmeos.

    12-14Ficamos três dias em Siracusa e depois rumamos para a costa de Régio. Dois dias depois, com o vento sul, navegamos até a bala de Nápoles. Encontramos alguns cristãos ali e ficamos com eles uma semana.

    14-16Chegamos a Roma. Nossos amigos ouviram que estávamos a caminho e vieram nos encontrar. Um grupo chegou de longe, da praça de Ápio; outro grupo nos encontrou nas Três Vendas. Houve muita emoção, como se poderia esperar. Transbordante de louvor, Paulo nos liderou nas orações de gratidão. Quando finalmente entramos em Roma, eles permitiram que Paulo vivesse por conta própria, sob a vigilância de um soldado.

    17-20Três dias depois, Paulo convocou os líderes judeus para uma reunião em sua casa e disse: “Os judeus de Jerusalém me prenderam sob falsas alegações, e fui trazido sob custódia para Roma. Garanto a vocês que não fiz absolutamente nada contra as leis ou contra os costumes judaicos. Depois que os romanos investigaram as acusações e descobriram que não tinham nada a fazer, quiseram me libertar, mas os judeus criaram tantos problemas que fui obrigado a apelar para César. Não quis acusá-los de nenhum erro nem deixar nosso povo em má situação com Roma. Já tivemos problemas demais. Fiz isso por Israel. Pedi que vocês viessem e me ouvissem hoje para deixar claro que estou a favor de Israel, não contra. Estou hospedado aqui por causa da esperança, não por juízo”.

    21-22Eles disseram: “Ninguém nos escreveu para advertir a seu respeito e ninguém se manifestou para dizer algo contra você. Mas gostaríamos muito de ouvi-lo mais. A única coisa que sabemos dessa seita cristã é que parece que ninguém tem algo de bom para dizer a respeito”.

    23Eles combinaram uma data. Quando o dia chegou, voltaram à casa de Paulo, com muitos amigos. Paulo falou o dia inteiro, da manhã até a noite, explicando tudo que está envolvido no Reino de Deus e tentando convencer todos sobre Jesus, com base no que Moisés e os profetas escreveram a respeito dele.

    24-27Alguns foram convencidos, mas outros não acreditaram numa única palavra. Os descrentes começaram a discutir com os outros e estavam querendo confusão, por isso Paulo interrompeu: “Tenho apenas mais uma coisa a dizer a vocês. O Espírito Santo seguramente sabia o que estava falando quando se dirigiu aos nossos antepassados por meio de Isaías, o profeta: Vá a este povo e diga-lhes o seguinte: “Vocês escutarão com os ouvidos, mas não ouvirão uma palavra; Vocês enxergarão com os olhos, mas nada verão. Esse povo é cabeça-dura! Eles tapam os ouvidos com os dedos para não ter de escutar. Eles fecham os olhos para não serem obrigados a ver, e, assim, evitam ficar comigo face a face e me deixar curá-los”.

    28Vocês tiveram sua oportunidade. Os outros povos terão a sua chance. E, acreditem, eles vão receber meu ensino de braços abertos!

    30-31Paulo viveu dois anos na casa que alugou. Ele recebia todos os que iam visitá-lo. Falava sem descanso sobre o Reino de Deus e explicava tudo a respeito de Jesus Cristo. A porta de sua casa estava sempre aberta.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 28 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 27

    TEMPESTADE NO MAR

    1-2Assim que os preparativos para nossa viagem à Itália ficaram prontos, Paulo e outros prisioneiros ficaram sob supervisão de um centurião chamado Júlio, membro de uma tropa de elite. Embarcamos num navio de Adramítio que ia para Éfeso e para os portos do Ocidente. Aristarco, macedônio de Tessalônica, foi conosco.

    3No dia seguinte, fizemos uma escala em Sidom. Júlio tratou Paulo muito bem. Permitiu que ele desembarcasse e desfrutasse a hospitalidade dos amigos daquela cidade.

    4-8De volta ao mar, navegamos para o norte, sob a proteção da costa nordeste de Chipre, porque os ventos do oeste nos eram contrários, e, então, fomos ao longo da costa ocidental até o porto de Mirra. Ali, o centurião encontrou um navio egípcio que ia para a Itália e nos transferiu. Enfrentamos mau tempo e descobrimos ser impossível manter o curso. Depois de muita dificuldade, finalmente chegamos à costa sul da ilha de Creta e atracamos em Bons Portos (que nome!)

    9-10A essa altura, havíamos perdido bastante tempo. Já era começo do outono, e dali em diante o clima seria tempestuoso, perigoso demais para a navegação. Paulo advertiu: “A única coisa que consigo ver adiante é um desastre, para a carga e para o navio, sem falar em nós mesmos, se navegarmos agora”.

    12-11Mas aquele não era o melhor porto para passar o inverno. Fênix, poucas milhas adiante, era mais apropriado. O centurião não deu atenção ao conselho de Paulo e permitiu que o capitão do navio e o proprietário da carga o convencessem a tentar chegar ao porto seguinte.

    13-15Com a chegada de um vento suave do sul, eles levantaram âncora, pensando que teriam uma navegação tranquila. Mas, tão logo se lançaram ao mar, começou a soprar um vento forte, o perigoso vento nordeste. O navio ficou sem controle, como uma folha na tempestade.

    16-17Passamos rente a uma pequena ilha chamada Clauda. Conseguimos preparar um bote salva-vidas e puxar as velas. Mas os bancos de areia nos impediram de chegar mais perto. Só conseguimos evitá-los porque arriamos as âncoras.

    18-20No dia seguinte, mais uma vez em alto mar e castigados pela tempestade, lançamos a carga ao mar. No terceiro dia, os marinheiros aliviaram ainda mais o navio. Dessa vez, livraram-se das provisões e dos equipamentos. Ficamos muitos dias sem ver o Sol e as estrelas. O vento e as ondas batiam no navio sem piedade, e perdemos a esperança de resgate.

    21-22Nosso apetite por comida e pela vida se foram, então Paulo foi para o meio do grupo e disse: “Amigos, vocês deveriam ter me ouvido lá em Creta. Poderíamos ter evitado esta provação. Mas não há como desistir agora. De agora em diante, as coisas vão melhorar! Garanto que nenhum de nós vai se perder, ainda que não possa dizer o mesmo do navio — ele está condenado.

    23-26Na noite passada, um anjo de Deus apareceu a mim, um anjo do Deus a quem sirvo, e me disse: ‘Não desista, Paulo! Você ainda vai estar na presença de César, e todos os que viajam com você também vão se salvar’. Portanto, prezados amigos, coragem! Creio que Deus fará exatamente o que me prometeu. Mas vamos naufragar perto de alguma ilha”. 27-29 Na décima quarta noite, à deriva em algum lugar no mar Adriático, por volta da meia-noite os marinheiros perceberam que estávamos nos aproximando da terra. Sondaram o fundo do mar, e estávamos a uma profundidade de 36 metros; pouco depois, de

    27metros. Temendo a colisão com alguma rocha, lançaram as quatro âncoras e oraram pelo raiar do dia.

    30-32Alguns marinheiros tentaram fugir do navio. Arriaram o bote salva-vidas, fingindo que iam lançar as âncoras da proa. Paulo percebeu a manobra e disse ao centurião e aos seus soldados: “Se esses marinheiros não ficarem no navio, todos nós vamos naufragar”. Então, os soldados cortaram as cordas do bote salva-vidas e o deixaram cair no mar.

    33-34Perto do amanhecer, Paulo reuniu tripulação e passageiros e propôs um desjejum: “Este é o décimo quarto dia que estamos sem comida. Nenhum de nós comeu nada. Mas insisto em que comam alguma coisa agora. Vocês vão precisar de força para o resgate que está adiante de nós. Garanto que vocês sairão desta sem um arranhão!”.

    35-38Ele partiu o pão, deu graças a Deus e o distribuiu, e todos comeram animados — 276 pessoas! Depois da refeição, estando todos satisfeitos, o navio foi aliviado de seu peso mais uma vez, agora da carga de grãos.

    39-41Ao raiar do dia, ninguém reconheceu o lugar, mas estavam numa baía com uma bela praia. Decididos a levar o navio para a praia, cortaram as âncoras, soltaram o leme e seguiram o vento. Mas não deu certo. Ainda longe, batemos num recife, e o navio começou a se partir.

    42-44Os soldados decidiram matar os prisioneiros, para que ninguém pudesse escapar a nado, mas o centurião, determinado a salvar Paulo, os impediu. Ordenou que todos os que sabiam nadar pulassem no mar; os que não sabiam deveriam se agarrar a alguma prancha. E todos conseguiram chegar à praia.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 27 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 26

    A HISTÓRIA DA VISÃO

    1-3Então, Agripa falou diretamente a Paulo: “Pode fazer sua defesa”. Paulo tomou lugar e começou a falar: “Não posso pensar em ninguém melhor, rei Agripa, diante de quem eu desejasse responder a todas essas acusações dos judeus, senão o senhor, que conhece tão bem os costumes judaicos e as discussões internas.

    4-8“Desde a minha juventude, tenho vivido entre meu povo, em Jerusalém. Praticamente todo judeu na cidade que me viu crescer — e basta alguém aqui olhar para mim para confirmar — sabe que vivi como fariseu zeloso, nosso grupo religioso mais exigente. E é por ter vivido e levado a religião a sério, comprometido de coração e alma com o que Deus prometeu aos meus antepassados — a mesma esperança que as doze tribos têm aguardado noite e dia todos estes séculos e a que tenho me apegado, essa esperança testada e aprovada —, que fui acusado pelos judeus. Eles deveriam estar sendo julgados, não eu! Pela minha vida, não consigo entender por que seria crime acreditar que Deus ressuscita os mortos.

    9-11“Admito que nem sempre tive esta convicção. Por um tempo, pensei que era minha obrigação opor-me a esse Jesus de Nazaré com todas as minhas forças. Apoiado pela autoridade dos principais sacerdotes, a torto e a direito, lancei cristãos — sem saber que eram gente de Deus! — na cadeia de Jerusalém e, sempre que havia uma decisão por voto, eu votava a favor da execução deles. Eu invadia as sinagogas, obrigando-os a blasfemar contra Jesus. Eu era um terror, obcecado em destruir esse povo. Depois, comecei a fazer a mesma coisa nas cidades ao redor de Jerusalém.

    12-14“Um dia, no caminho para Damasco, munido de documentos dos principais sacerdotes, que me autorizavam a agir, bem na metade do dia um brilho, uma luz mais brilhante que o sol veio do céu sobre mim e sobre meus companheiros. Ó rei, o brilho era inacreditável! Todos nós caímos por terra. Então, ouvi uma voz em hebraico: ‘Saulo, Saulo, por que você está me perseguindo? Por que insiste em ir contra o aguilhão?’.

    15-16“Eu disse: ‘Quem és, Senhor?’. “A voz respondeu: ‘Eu sou Jesus, aquele que você persegue. Mas agora levante-se! Tenho uma missão para você. Eu o escolhi a dedo para ser um servo e testemunha do que aconteceu hoje e para o que vou mostrar.

    17-18“‘Eu o envio para abrir os olhos dos que não me conhecem; assim, eles verão a diferença entre a luz e a escuridão e poderão escolher a luz; verão a diferença entre Deus e Satanás e poderão escolher a Deus. Eu o envio para apresentar minha oferta de perdão dos pecados e de um lugar na família da fé. Você irá convidá-los a fazer companhia aos que vivem de verdade porque creem em mim.

    19-20“O que eu poderia fazer, rei Agripa? Eu não poderia simplesmente fugir de uma visão como aquela! Passei a crer e a ser obediente na hora e comecei a pregar, lá mesmo, em Damasco, uma mudança de vida radical para Deus e tudo o que ela significa na vida diária. Depois, fui para Jerusalém e para outras partes da nossa terra e de lá para o mundo inteiro.

    21-23“É porque falo ao ‘mundo inteiro’, que os judeus me agarraram no templo naquele dia e tentaram me matar. Eles querem guardar Deus só para eles. Mas Deus esteve ao meu lado, como havia prometido, e digo agora o que tenho dito a todos: tudo que estou dizendo está de acordo com o que os profetas e Moisés disseram. Primeiro, o Messias deveria morrer; em seguida, iria ressuscitar. Ele seria o primeiro raio da brilhante luz matinal de Deus sobre as pessoas que estão perto e as que estão longe, tanto os que vivem na prática do mal quanto os que têm temor de Deus”.

    24Festo não se conteve e interrompeu o discurso com um grito: “Paulo, você está louco! Você leu demais, passou tempo divagando demais! Volte para o mundo real!”.

    25-27Mas Paulo ficou firme: “Com todo respeito, Vossa Excelência, não estou louco. Tenho plena consciência do que digo. O rei sabe do que estou falando. Estou certo de que nada do que eu disse parece loucura para ele. Ele sabe de tudo isso há muito tempo. O senhor precisa entender que isso não foi feito às ocultas. O senhor acredita nos profetas, não acredita, rei Agripa? Não precisa responder, sei que acredita”.

    28Mas Agripa respondeu: “Um pouco mais, e você vai fazer de mim um cristão”.

    29Paulo, ainda algemado, disse: “É por isso que tenho orado, para que, agora ou mais tarde, não apenas o senhor, mas todos os que me ouvem aqui, se tornem como eu — exceto, é claro, por estas algemas!”.

    30-31O rei, o governador, Berenice e seus conselheiros levantaram-se e foram para a sala ao lado discutir a respeito do que ouviram. Todos concordaram quanto à inocência de Paulo, dizendo: “Não há nada nesse homem que mereça a prisão, muito menos a morte”.

    32Agripa disse a Festo: “Ele poderia ser liberto agora mesmo se não tivesse requisitado uma audiência perante César”.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 26 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 25

    APELANDO PARA CÉSAR

    1-3Três dias depois de Festo chegar a Cesaréia para assumir o posto de governador, ele subiu a Jerusalém. Os principais sacerdotes e líderes do povo renovaram seu desejo de vingança contra Paulo e pediram a Festo o favor de enviar Paulo a Jerusalém para responder às acusações. Uma grande mentira! Estavam ainda decididos a executar plano de preparar-lhe uma emboscada e matá-lo no caminho.

    4-5Festo respondeu que Cesaréia era a jurisdição apropriada para Paulo e que voltaria para lá em alguns dias. “Vocês são bem-vindos”, ele disse, “para voltar comigo e acusá-lo, seja qual for o motivo”.

    6-7Cerca de dez dias mais tarde, Festo voltou para Cesaréia. Na manhã seguinte, assumiu seu posto no tribunal e mandou trazer Paulo. Assim que ele entrou, os judeus que tinham vindo de Jerusalém o cercaram, gritando acusações absurdas, impossíveis de serem comprovadas.

    8Então, Paulo tomou a palavra e disse simplesmente: “Não fiz nada de errado contra a religião judaica, contra o templo ou contra César. Tenho dito”.

    9Mas Festo queria agradar aos judeus e insistiu: “Você gostaria de subir a Jerusalém e me deixar conduzir seu julgamento lá?”

    10-11Paulo respondeu: “Estou de pé neste momento perante o tribunal de justiça de César, onde tenho o direito de estar, e aqui permanecerei. Não fiz nada de ofensivo aos judeus e sei que o senhor tem consciência disso. Se cometi algum crime e mereço a morte, enfrentarei a situação. Mas, se não há base para estas acusações — e o senhor sabe que não há —, ninguém pode me obrigar a prosseguir com este absurdo. Estamos perdendo tempo aqui. Apelo para César”.

    12Festo conversou rapidamente com seus conselheiros e deu seu veredito: “Você apelou para César, então vai para César!”

    13-17Poucos dias depois, o rei Agripa e sua esposa, Berenice, visitaram Cesaréia para cumprimentar Festo por sua nova função. Depois de vários dias, Festo apresentou o caso de Paulo ao rei. “Tenho um homem em minhas mãos, um prisioneiro deixado por Félix. Quando eu estava em Jerusalém, os principais sacerdotes e líderes do povo apresentaram várias acusações contra ele e queriam que eu o sentenciasse à morte. Deixei claro que esse não é o modo romano de fazer as coisas. Só porque um homem é acusado, não o condenamos. Em vez disso, damos ao acusado uma chance de encarar seus acusadores e defender-se das acusações. Então, quando eles vieram aqui, fui direto ao caso. Marquei o julgamento e pus o homem no banco dos réus.

    18-21“Vieram acusadores de todos os lados, mas as acusações não passavam de implicância religiosa e de uma discussão sobre um homem morto chamado Jesus, que o prisioneiro alega estar vivo. Como sou recém-chegado e não entendo tudo que está envolvido em casos como esse, perguntei se ele queria ir a Jerusalém, para ser julgado lá. Ele se recusou e exigiu uma audiência diante de Sua Majestade, em nosso tribunal mais importante. Então, ordenei que ele voltasse a ficar sob custódia até que eu pudesse enviá-lo a César, em Roma”.

    22Agripa disse: “Eu gostaria de ver esse homem e ouvir sua história”. Festo concordou: “Tudo bem. A primeira coisa que faremos amanhã é trazê-la e o senhor poderá ouvi-lo”.

    23No dia seguinte, todo cidadão de Cesaréia que se considerava alguém deu um jeito de ir ao Auditório. Estavam ali também os militares mais graduados. Agripa e Berenice fizeram uma entrada em alto estilo e assumiram seus lugares. Festo, então, ordenou que Paulo fosse trazido.

    24-26Então, Festo disse: “Rei Agripa e distintos convidados, olhem bem para este homem. Um grupo de judeus me pediu, em Jerusalém e depois aqui, que eu me livrasse dele. Eles exigem com veemência sua execução. Analisei o caso e concluí que ele não cometeu crime algum. Ele requisitou um julgamento diante de César, e concordei em enviá-lo a Roma. Mas o que eu vou escrever ao meu senhor, César? Todas as acusações feitas pelos judeus não têm fundamento, e não descobri mais nada que possa condená-lo.

    26-27“Foi por isso que eu o trouxe diante desta comunidade, especialmente diante do senhor, rei Agripa, a fim de que possamos verificar se alguma acusação se sustenta, pois me parece tolice enviar um prisioneiro para lá tão longe para ser julgado e não ser capaz de oficializar um simples delito”.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 25 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 24

    PAULO APRESENTA SUA DEFESA

    1-4Cinco dias depois, o sacerdote principal Ananias chegou com um grupo de líderes judeus; entre eles estava Tértulo, um advogado. Eles apresentaram ao governador sua acusação contra Paulo. Quando Paulo foi chamado ao tribunal, Tértulo falou pela acusação: “Honorável Félix, somos muito gratos sempre e em todo lugar por seu governo sábio e pacífico. Estamos conscientes de que é por sua causa que desfrutamos essa paz e as benesses de suas reformas. Não vou cansar o senhor com um discurso longo. Peço sua gentil benignidade em me ouvir. Serei breve.

    5-8“Apanhamos esse homem várias vezes perturbando nossa paz, incitando motins contra os judeus em todo o mundo. Ele é o líder de uma seita sediciosa chamada Nazarenos, muito perigosa, devo dizer. Nós o pegamos tentando profanar nosso santo templo e o prendemos. O senhor poderá averiguar todas essas acusações quando o interrogar”.

    9Os judeus o apoiaram: “É isso mesmo! Ele tem toda razão!”

    10-13O governador acenou para Paulo, indicando que era a vez dele, Paulo então disse: “Considero-me feliz por me defender na presença do governador, sabendo quão justo o senhor tem sido em nos julgar todos estes anos. Estou de volta a esta terra há apenas doze dias — o senhor pode verificar essa informação com muita facilidade. Vim com o propósito definido de adorar em Jerusalém, na festa de Pentecoste e, durante todo este tempo, nada fiz de errado. Ninguém pode dizer que me viu discutindo no templo ou provocando alguma multidão nas ruas. Nenhuma das acusações deles pode ser comprovada com evidências ou testemunhas.

    14-15“Mas devo confessar o seguinte: Sou seguidor do Caminho, que eles caluniosamente chamam de seita; de fato sirvo e adoro o mesmo Deus servido e adorado por todos os nossos antepassados e creio em tudo que está nas Escrituras. Admito viver na expectativa de que Deus irá ressuscitar os bons e os maus. Se esse é o meu crime, meus acusadores são tão culpados quanto eu.

    16-19“Acreditem, esforço-me para manter uma consciência limpa diante de Deus e do próximo em tudo que faço. Fiquei fora da nossa terra alguns anos e agora estou de volta. Enquanto eu estive fora, levantei uma oferta para os pobres e a trouxe comigo, junto com a oferta para o templo. Foi enquanto eu fazia essas ofertas que eles me encontraram, durante minhas orações no templo, tudo feito de modo correto. Não havia multidão nem baderna. Foram alguns judeus de Éfeso que começaram a confusão. E o senhor perceberá que eles não estão aqui hoje. São covardes demais para me acusar.

    20-21“Meus acusadores deveriam dizer em que crime me flagraram. Eles não podem se esconder atrás das palavra inócuas de Tértulo. A única coisa que eles têm contra mim é a declaração que fiz no Concílio: ‘É por que creio na ressurreição que fui trazido a este tribunal!’. Pergunto se isso parece ao senhor um ato criminoso?”.

    22-23Félix hesitou. Ele sabia mais do que aparentava a respeito do Caminho e poderia ter resolvido o caso de uma vez por todas. Mas, inseguro por motivações políticas, preferiu adiar a questão. Por isso, declarou: “Quando o capitão Lísias vier, vou decidir o caso”. Ele ordenou ao centurião que mantivesse Paulo em custódia, mas com alguma autonomia, e que não impedisse os amigos de o ajudarem.

    24-26Poucos dias depois, Félix e Drusila, sua esposa, que era judia, mandaram chamar Paulo para ouvi-lo falar a respeito da vida de seguidor de Jesus Cristo. Como Paulo insistia em relações justas com Deus e com seu povo e falava sobre a vida de disciplina moral e o juízo futuro, Félix começou a achar a conversa desconfortável e o dispensou: “Basta por hoje. Eu o chamarei quando for conveniente”. Ele também esperava que Paulo, em segredo, lhe oferecesse algum suborno. Houve várias conversas entre eles.

    27Depois de dois anos, Félix foi substituído por Pórcio Festo. Também querendo agradar aos judeus e ignorando a justiça, Félix deixou Paulo na prisão.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 24 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 23

    PERANTE O CONCÍLIO

    1-3Paulo encarou com firmeza os membros do Concílio e disse: “Amigos, tenho vivido com a consciência limpa diante de Deus por toda a minha vida, até este momento”. A declaração irritou o sacerdote principal Ananias. Ele ordenou aos seus assistentes que esbofeteassem Paulo. Mas Paulo reagiu de imediato: “Deus irá castigá-lo, seu farsante! Você se senta aí para me julgar de acordo com a Lei e depois quebra a Lei, mandando me esbofetear”.

    4Os assistentes não podiam crer em tal ousadia: “Como tem coragem de falar desse jeito com o sacerdote principal de Deus?”

    5Surpreso, Paulo respondeu: “Como eu poderia saber que ele é o sacerdote principal? Ele não age como tal. Mas vocês estão certos, as Escrituras de fato dizem: ‘Não fale mal de seus governantes’. Sinto muito”.

    6Sabendo que o Concílio era constituído dos rivais: saduceus e fariseus, Paulo decidiu explorar o antagonismo deles: “Amigos, sou fariseu convicto, de uma longa linhagem de fariseus, e por causa das minhas convicções de fariseu — a esperança na ressurreição dos mortos — é que fui trazido a este tribunal”.

    7-9Quando ele disse isso, o Concílio se dividiu. Fariseus e saduceus passaram a se atacar uns aos outros com argumentos irados. Os saduceus não acreditam em ressurreição, nem em anjos nem mesmo em espíritos, mas os fariseus acreditam em tudo isso. A confusão estava armada. Os líderes religiosos do lado dos fariseus gritavam para os outros: “Não vemos nada de errado com este homem! E se um espírito falou com ele? Ou talvez um anjo? E se estivermos lutando contra Deus?”.

    10Foi como jogar lenha no fogo. A discussão tornou-se tão violenta que o capitão ficou com medo de que partissem Paulo ao meio. Assim, ordenou aos soldados que o tirassem dali e o escoltassem de volta à fortaleza em segurança.

    O PLANO PARA MATAR PAULO

    11Naquela noite, o Senhor apareceu a Paulo e disse: “Tudo vai dar certo. Tudo vai acontecer para o melhor. Você tem sido minha boa testemunha aqui em Jerusalém. Agora será minha testemunha em Roma!”.

    12-15No dia seguinte, os judeus tramaram um plano contra Paulo. Fizeram um juramento solene de que não iriam comer nem beber até que ele estivesse morto. O pacto de assassinato foi firmado por cerca de quarenta judeus e apresentado aos principais sacerdotes e líderes religiosos: “Nós nos comprometemos, por juramento solene, a não comer nada enquanto não matarmos Paulo. Mas precisamos da sua ajuda. Enviem uma petição ao Concílio para que o comandante traga Paulo de volta, a fim de que vocês possam investigar melhoras acusações, e nós faremos o resto. Antes que ele chegue aqui, nós o mataremos. Vocês não serão envolvidos”.

    16-17No entanto, o sobrinho de Paulo, filho da irmã dele, ouviu-os planejar a emboscada. Correu à fortaleza e contou a Paulo, que chamou um dos centuriões e disse: “Leve este rapaz ao comandante da guarda. Ele tem algo importante a dizer”.

    18O centurião levou-o ao comandante e disse: “O prisioneiro Paulo pediu-me que trouxesse este rapaz. Disse que ele tem algo urgente para dizer”.

    19O comandante tomou-o pelo braço e o levou para um lugar à parte. “O que é? O que você tem a me dizer?” perguntou.

    20-21O sobrinho de Paulo disse: “Os judeus estão tramando contra Paulo. Vão pedir que o senhor leve Paulo ao Concílio bem cedo, sob o pretexto de investigar melhor as acusações contra ele. Mas é uma armadilha para tirá-lo daqui. Eles vão matá-lo! Neste exato momento, mais de quarenta homens estão preparando uma emboscada para ele. Todos fizeram um voto de não comer nem beber até que o matem. A emboscada está preparada, tudo que eles estão esperando é que o senhor o envie”.

    22O comandante dispensou o sobrinho de Paulo com a seguinte advertência: “Não diga uma só palavra a ninguém sobre isso”.

    23-24Em seguida, chamou dois centuriões e ordenou: “Peguem duzentos soldados para ir imediatamente a Cesaréia e também setenta cavaleiros e duzentos lanceiros. Quero-os prontos para marchar às nove horas da noite. Vocês vão precisar de duas mulas, para Paulo e a bagagem dele. Vamos levar esse homem são e salvo ao governador Félix“.

    25-30Depois, escreveu a seguinte carta: De Cláudio Lísias, ao Mui Honrado Governador Félix: Saudações! Resgatei este homem de uma multidão judaica. Eles o prenderam e estavam prestes a matá-lo, quando eu soube que ele era cidadão romano. Então, enviei meus soldados. Querendo saber o que ele tinha feito de errado, apresentei-o ao Concílio deles. Descobri que o motivo eram diferenças religiosas entre eles, mas nem de longe algo que possa ser considerado crime. Soube também que fizeram um plano para matá-lo. Decidi que, por segurança, seria melhor levá-lo daqui quanto antes. Por isso, eu o estou enviando ao senhor. Avisei aos acusadores que ele está agora sob nossa jurisdição.

    31-33Seguindo ordens, os soldados, levaram Paulo na mesma noite em segurança até Antipátride. De manhã, voltaram aos seus alojamentos em Jerusalém, enviando Paulo para Cesaréia sob a guarda da cavalaria, que entrou em Cesaréia e entregou Paulo e a carta ao governador.

    34-35Depois de ler a carta, o governador perguntou a Paulo de que província ele era. “Da Cilicia”, foi a resposta. Então, ele disse: “Vou cuidar do seu caso quando seus acusadores se manifestarem”. E ordenou que Paulo ficasse detido na residência oficial de Herodes.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 23 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 22

    1“Meus prezados irmãos e pais, ouçam com atenção o que vou dizer antes de tirarem conclusões a meu respeito”. Quando eles o ouviram falar em hebraico, ficaram ainda mais quietos. Ninguém queria perder uma palavra.

    2-3Ele prosseguiu: “Sou um bom judeu, nascido em Tarso, na província da Cilicia, mas educado aqui em Jerusalém, sob o olhar exigente do rabino Gamaliel, instruído com rigor em nossas tradições religiosas. Além disso, sempre me dediquei sinceramente a Deus, até o dia de hoje.

    4-5“Eu perseguia qualquer um que tivesse ligação com o Caminho. Agia com violência, disposto a matar por causa de Deus. Persegui homens e mulheres e lancei muita gente na prisão. Se têm alguma dúvida, perguntem ao sacerdote principal ou a qualquer membro do Concílio. Eles me conhecem muito bem. Certa vez, fui até nossos irmãos de Damasco, munido de documentos oficiais que me autorizavam caçar os seguidores de Jesus que viviam lá, prendê-los e trazê-los de volta a Jerusalém para serem sentenciados.

    6-7“Quando eu me aproximava de Damasco, por volta do meio-dia, uma luz intensa brilhou do céu, e caí ao chão, confuso. Então, ouvi uma voz: ‘Saulo, Saulo, por que você me persegue?’.

    8-9“‘Quem és, Senhor?’, perguntei. “Ele disse: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem você está perseguindo’. Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a conversa.

    10-11“Então, eu disse: ‘Senhor, o que devo fazer?’. Ele disse: ‘Levante-se e vá a Damasco. Ali será dito tudo que você deve fazer. Entramos em Damasco, mas não foi nada como eu tinha planejado. Eu estava cego, e meus companheiros tiveram de me guiar pela mão.

    12-13“Encontrei-me com Ananias, homem de reputação excelente, observador das nossas leis — a comunidade judaica de Damasco pode confirmar. Ele me deu o maior apoio e disse: ‘Volte a ver’. Olhei e logo eu estava olhando para ele. Eu estava enxergando outra vez!

    14-16“Ele disse: ‘O Deus dos nossos antepassados escolheu você para ser parte do seu plano. Você acabou de ver o Justo Inocente e o ouviu falar. Você será uma testemunha muito importante do que viu e ouviu. Levante-se, seja batizado e purificado dos seus pecados e conheça Deus pessoalmente!’

    17-18“Pois bem, aconteceu tudo como Ananias disse. Mais tarde, eu estava de volta a Jerusalém, orando um dia no templo, meio confuso na presença de Deus, e vi o Justo Inocente de Deus! Ele me disse: ‘Depressa! Saia daqui o mais rápido que puder. Nenhum judeu em Jerusalém vai aceitar o que você diz a meu respeito’.

    19-20“No início, questionei: ‘Mas quem tem melhores credenciais? Todos sabem que eu era obcecado por caçar quem te seguisse. Eu os agredia nas sinagogas e os jogava na cadeia. E, quando Estêvão, tua testemunha, foi assassinado, eu estava lá, segurando a capa dos assassinos. Agora eles me veem como convertido. Quem melhor do que eu para falar agora?’.

    21“Mas ele disse: ‘Não discuta. Vá. Eu o envio aos outros povos. Será uma longa jornada”.

    UM CIDADÃO ROMANO

    22-25O povo ouviu com atenção até esse ponto, mas perderam o controle e começaram a gritar: “Matem-no! Fora! Acabem com ele!”. Eles sacudiam os punhos e gritavam maldições. Foi quando o comandante interferiu e ordenou que Paulo fosse levado à fortaleza. Ficou chocado e decidiu interrogar Paulo sob tortura, para descobrir o que ele havia feito para provocar tanta violência. Enquanto o amarravam com tiras de couro, preparando-o para o açoitamento, Paulo perguntou ao centurião, que assistia a tudo: “Não é ilegal torturar um cidadão romano sem um julgamento justo?”.

    26Ao ouvir a pergunta, o centurião foi reclamar com o comandante da guarda: “Você percebe o que fez? Este homem é cidadão romano!”.

    27O comandante foi confirmar: “O que ouvi é verdade? Você é cidadão romano?” Paulo respondeu: “Claro que sim!”.

    28O comandante ficou impressionado. “Tive de pagar uma grande quantia de dinheiro pela minha cidadania. Quanto custou a você?” “Nada”, disse Paulo, “não me custou nada. Sou cidadão desde que nasci”.

    29O interrogatório foi suspenso, e o comandante ficou muito receoso. Havia ordenado prender um cidadão romano e chegado muito perto de mandar torturá-lo!

    30No dia seguinte, querendo livrar-se dá encrenca e querendo saber o que estava por trás da acusação dos judeus, o comandante libertou Paulo e convocou uma reunião com os principais sacerdotes e o Concilio para ver o que eles pretendiam fazer. Paulo foi levado à presença deles.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 22 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 21

    TIRO E CESARÉIA

    1-4Assim, depois de uma despedida emocionada, seguimos caminho. Rumamos para Cós e, no dia seguinte, alcançamos Rodes e depois Pátara. Ali encontramos um navio que ia para a Fenícia, embarcamos e começamos a navegar. Chipre estava à nossa esquerda, mas logo não podia mais ser vista, pois mantivemos o curso para a Síria e finalmente atracamos no porto de Tiro. Enquanto a carga era desembarcada, procuramos os discípulos que viviam na cidade e ficamos com eles sete dias. A mensagem deles para Paulo, baseada numa percepção concedida pelo Espírito, foi: “Não vá a Jerusalém”.

    5-6Quando nosso tempo acabou, eles nos escoltaram até as docas. Vieram todos — homens, mulheres, crianças. Foi uma grande festa de despedida! Ajoelhamo-nos na praia e oramos. Então, após outra rodada de despedidas, subimos a bordo, enquanto eles voltavam para casa.

    7-9Uma rápida jornada de Tiro a Ptolemaida completou a viagem. Saudamos nossos amigos cristãos ali e ficamos com eles um dia. De manhã, fomos para Cesaréia e ficamos com Filipe, o Evangelista, um “dos Sete”. Filipe tinha quatro filhas, que eram virgens e profetizavam.

    10-11A visita durou vários dias, e um profeta da Judeia, chamado Ágabo, veio nos ver. Ele encaminhou-se diretamente para Paulo, pegou o cinto dele e, num gesto dramático, amarrou-se, mãos e pés, e disse: “Isto é o que o Espírito Santo diz: ‘Os judeus de Jerusalém irão prender o homem a quem este cinto pertence, desta maneira, e vão entregá-lo a pagãos muito maus’”.

    12-13Quando ouvimos isso, todos nós imploramos a Paulo que deixasse de ser teimoso e desistisse da viagem a Jerusalém. Mas ele foi irredutível: “Por que tudo isso? Por que todo esse drama, tornando as coisas ainda mais difíceis para mim? Vocês não entendem. A questão não é o que vão fazer a mim em Jerusalém, se vão me prender ou me matar, mas o que o Senhor Jesus irá fazer por meio da minha obediência. Não conseguem ver isso?”.

    14Percebendo que era inútil insistir, desistimos: “Está nas mãos de Deus. Senhor, seja feita a tua vontade!”.

    15-16Isso aconteceu pouco antes de pegarmos a bagagem para ir a Jerusalém. Alguns dos discípulos de Cesaréia foram conosco e nos levaram à casa de Mnasom, que nos recebeu calorosamente como hóspedes. Natural de Chipre, ele era do grupo dos discípulos mais antigos.

    JERUSALÉM

    17-19Em Jerusalém, nossos amigos nos receberam de braços abertos, com muita alegria. Logo na manhã seguinte fomos levar Paulo para ver Tiago. Todos os líderes da igreja estavam lá. Depois das saudações e de conversar um pouco, Paulo contou em detalhes o que Deus havia feito entre os não judeus pelo seu ministério. Eles ouviram com prazer e deram glória a Deus.

    20-21Eles também tinham uma história para contar: “Vejam o que está acontecendo aqui: milhares e milhares de judeus consagrados a Deus passaram a crer em Jesus! Mas há também um problema: eles estão mais zelosos do que nunca em observar as leis de Moisés e ouviram dizer que vocês aconselham esses judeus que vivem cercados por gente de outros povos a se afastar de Moisés, afirmando que eles não precisam circuncidar os filhos nem guardar as tradições. Isso desagradou muito a todos eles.

    22-24“Estamos preocupados com o que poderá acontecer quando descobrirem que você está na cidade. Isso vai dar problema. Aqui está o nosso conselho: quatro homens de nosso grupo fizeram um voto que envolve purificações rituais, mas não têm dinheiro para pagar as despesas. Junte-se a esses homens em seus votos e pague as despesas deles. Assim, todos vão ficar convencidos de que não há verdade nos boatos que circulam a seu respeito e que você é de fato zeloso das leis de Moisés.

    25“Ao fazer esse pedido, não estamos voltando atrás no acordo sobre os não judeus convertidos. Tudo que escrevemos naquela carta está de pé, a saber, o cuidado em não se envolver em nenhum tipo de idolatria, em não servir comida ofensiva aos judeus cristãos, como é o caso do sangue e da carne ritualmente impura, e em guardar a pureza moral no sexo e no casamento”.

    26Paulo concordou. Juntou-se àqueles homens em seus votos e pagou as despesas deles. No dia seguinte, foi ao templo oficializar o voto e ficou ali até que os sacrifícios adequados foram oferecidos e o tempo fosse cumprido.

    PAULO NA PRISÃO

    27-29Quando os sete dias de purificação estavam para se completar, alguns judeus de Éfeso reconheceram Paulo no templo. Imediatamente, puseram o lugar de cabeça para baixo. Agarraram Paulo e começaram a gritar a plenos pulmões: “Socorro! Israelitas, ajudem! Este é o homem que está viajando pelo mundo inteiro, dizendo mentiras contra nós, contra nossa religião e contra este lugar. Ele trouxe gregos aqui e contaminou este lugar santo!”. (Eles tinham visto Trófimo, o grego de Éfeso, caminhando com Paulo na cidade e logo concluíram que o apóstolo o levara ao templo.)

    30Logo a cidade inteira estava alvoroçada. Gente de toda parte corria para o templo a fim de saber o que estava acontecendo. Os judeus arrastaram Paulo para fora e trancaram as portas do templo, de modo que ele não pudesse entrar no santuário outra vez.

    31-32Tentavam matá-lo quando a notícia chegou ao comandante da guarda: “Um motim! A cidade inteira está polvorosa!” Ele agiu rápido. Os soldados e oficiais correram para o lugar imediatamente. Assim que a multidão viu o comandante e seus soldados, pararam de agredir o apóstolo.

    33-36O capitão prendeu Paulo. Ordenou que ele fosse algemado e depois perguntou quem era e o que tinha feito. Tudo que ele conseguiu da multidão foi uma gritaria ensurdecedora. Era impossível entender o que diziam. Por isso, decidiu levar Paulo para a fortaleza. Mas, ao chegar às escadarias do templo, a multidão se tornou tão violenta que os soldados tiveram de carregar o prisioneiro. Enquanto o transportavam, a multidão ia atrás dele, gritando: “Mata! Mata!”

    37-38Quando chegaram às escadas, antes de entrar, Paulo disse ao capitão: “Posso falar uma coisa?” Ele respondeu: “Eu não sabia que você falava grego. Pensei que fosse o egípcio que há pouco tempo iniciou uma rebelião aqui e se escondeu no deserto com quatro mil bandidos”.

    39Paulo respondeu: “Não, eu sou judeu, nascido em Tarso. Ainda sou um cidadão daquela cidade influente e tenho um pedido simples: permita que eu fale à multidão”.

    PAULO CONTA SUA HISTÓRIA

    40Em pé, na escada, Paulo virou-se e levantou os braços. A multidão silenciou quando ele começou a falar em hebraico:


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 21 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 20

    MACEDÔNIA E GRÉCIA

    1-2Com a situação normalizada, Paulo reuniu os discípulos e os incentivou a ficar firmes naquela boa obra em Éfeso. Despedindo-se deles, foi para a Macedônia. Viajou pelo país, indo de uma reunião para outra, sempre encorajando, animando e despertando neles uma nova esperança.

    2-4Depois foi para a Grécia e ficou três meses ali. Quando estava para embarcar para a Síria, os judeus armaram um complô contra ele. Assim, decidiu ir por terra, pela Macedônia, e os despistou. Seus companheiros de viagem eram Sópatro, filho de Pirro, de Bereia; Aristarco e Secundo, ambos tessalonicenses; Gaio, de Derbe; Timóteo; os dois discípulos da Ásia ocidental, Tíquico e Trófimo.

    5-6Eles foram na frente e esperaram por nós em Trôade. Enquanto isso, ficamos em Filipos para a semana da Páscoa e, depois, embarcamos. Cinco dias depois, estávamos outra vez em Trôade e ficamos ah uma semana.

    7-9Encontramo-nos no domingo para o culto e a celebração da ceia do Senhor. Paulo falou à comunidade. Nosso plano era sair de manhã bem cedo, mas Paulo falou muito, até depois da meia-noite. Estávamos reunidos num andar superior, bem iluminado. Um jovem chamado Êutico estava sentado numa janela. Como a palavra de Paulo se prolongou, Êutico dormiu e caiu da janela, do terceiro andar. Quando foram socorrê-lo, ele estava morto.

    10-12Paulo desceu também e sacudiu o rapaz, dizendo: “Nada de choro, ainda há vida nele”. Disse isso e subiu para servir a ceia do Senhor. Continuou a falar a respeito da fé até a madrugada! Encerrada a reunião, Paulo tomou seu caminho. O rapaz, vivo, foi com o pessoal da comunidade, que estavam muito felizes!

    13-16Enquanto isso, o resto de nós embarcou no navio e navegou até Assôs, onde planejávamos encontrar Paulo. Ele queria pregar ali e já havia feito os preparativos. Tudo ocorreu conforme o plano. Nós o encontramos em Assôs e o trouxemos a bordo. Dali navegamos até Mitilene. No dia seguinte, passamos por Quios e Samos e, um dia depois, finalmente aportamos em Mileto. Paulo havia decidido evitar Éfeso, para não ficar na província da Ásia. Ele tinha pressa, pois queria chegar a Jerusalém para a festa de Pentecoste.

    RUMO A JERUSALÉM

    17-21De Mileto, Paulo mandou chamar os líderes da comunidade. Quando chegaram, ele lhes disse: “Vocês sabem que desde o dia em que cheguei à Ásia me dediquei totalmente a vocês, oferecendo minha vida, servindo o Senhor como podia, enfrentando as armadilhas que os judeus prepararam contra mim. Em nada fui mesquinho. Vocês receberam toda verdade e encorajamento de que precisavam. Ensinei em lugares públicos e nos lares, exortando judeus e gregos, sem distinção, a uma mudança radical de vida na presença de Deus e a uma plena confiança em nosso Senhor Jesus.

    22-24“Mas agora há outra realidade urgente diante de mim. Sinto-me impelido a ir a Jerusalém. Não sei em absoluto o que irá acontecer quando chegar lá. Só sei que não será um mar de rosas, pois o Espírito Santo me alertou de que me aguardam sofrimentos e prisões. Mas isso pouco importa. O que mais me interessa é terminar o que Deus começou: a tarefa de que o Senhor Jesus me incumbiu: fazer que todos com os quais me encontre tomem conhecimento da extraordinária graça de Deus.

    25-27“Portanto, adeus. Vocês não me verão outra vez, nem eu a vocês, com quem tenho trabalhado tanto, proclamando as notícias do inaugurado Reino de Deus. Fiz o melhor que pude por vocês. Dei tudo de mim e não escondi nada do que era a vontade de Deus para vocês.

    28“Agora, é com vocês. Fiquem firmes, por vocês mesmos e pela comunidade. O Espírito Santo os responsabiliza agora por essas ovelhas, que são o povo de Deus. Vocês têm o dever de guardá-las e protegê-las. O próprio Deus considerou que valia a pena morrer por elas.

    29-31“Sei que, assim que eu partir, lobos ferozes aparecerão para atacar o rebanho, homens de suas fileiras que torcerão as palavras para seduzir os discípulos a segui-los, em vez de seguir Jesus. Por isso, fiquem atentos. Lembrem-se desses três anos nos quais velei por vocês, sem desistir, derramando meu coração por todos vocês.

    32“Agora me entrego a Deus, ao nosso Deus maravilhoso, cuja Palavra poderá moldar vocês para que sejam o que ele quer e conceder a vocês tudo de que precisem nesta comunidade de santos amigos.

    33-35“Vocês bem sabem que nunca fiz questão de riqueza ou de vestir do bom e do melhor. Com estas mãos limpas, cuidei das necessidades básicas, minhas e dos que trabalharam comigo. Em tudo que fiz, demonstrei a vocês que é preciso trabalhar a favor dos fracos, não explorá-los. Vocês não estarão errando se guardarem a lembrança daquilo que o Senhor disse: ‘Vocês são mais felizes dando que recebendo’”.

    36-38Depois de falar, Paulo ajoelhou-se. Os outros fizeram o mesmo, e todos oraram. Foi um rio de lágrimas. Muitos abraçaram Paulo, não querendo deixá-lo ir. Eles sabiam que não iriam vê-lo outra vez, como ele mesmo havia declarado. Com muita dor no coração, eles o acompanharam até o navio.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 20 em áudio 🔊🎧🎵


  • Atos, 19

    1-2Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo seguiu caminho pelas montanhas e chegou a Éfeso, onde encontrou alguns discípulos. Assim que ali chegou, perguntou a eles: “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram? Vocês o acolheram no coração? Ele está mesmo em vocês?”. “Nunca nem ouvimos falar de Espírito Santo! Deus dentro de nós?”

    3“Como foi, então, que vocês foram batizados?” perguntou Paulo. “No batismo de João”, responderam.

    4Paulo disse: “Isso explica tudo. João pregou um batismo de mudança radical de vida, para que o povo pudesse estar pronto para receber aquele que viria depois dele, Jesus. Se vocês foram batizados no batismo de João, agora estão preparados para o que realmente importa: Jesus”.

    5-7E eles estavam. Assim que ouviram isso, foram batizados no nome do Senhor Jesus. Paulo impôs-lhes as mãos sobre a cabeça, e o Espírito Santo veio sobre eles. E louvavam a Deus em línguas e falavam a respeito dos atos de Deus. Havia cerca de doze pessoas ali naquele dia.

    8-10Em seguida, Paulo foi para a sinagoga. Ficou na cidade três meses, trabalhando para apresentar a eles o Reino de Deus de maneira convincente. Mas começou a surgir resistência por parte de alguns, que começaram a espalhar boatos sobre o estilo de vida cristão. Paulo retirou-se, levando os discípulos com ele, e se estabeleceu na escola de Tirano, ministrando aulas diariamente. Fez isso por dois anos, dando a todos na província da Ásia, judeus e gregos, ampla oportunidade para ouvir a Mensagem do Senhor.

    A MUDANÇA DOS MAGOS E FEITICEIRAS

    11-12Deus fez coisas poderosas e incomuns por meio de Paulo. A notícia se espalhou, e as pessoas começaram a trazer peças de roupas — lenços, mantas e coisas semelhantes — para que tocassem com elas Paulo e depois os doentes. Foi impressionante: os doentes eram curados e restaurados.

    13-16Alguns exorcistas judeus itinerantes estavam na cidade e tentaram fazer o que pensavam ser o “jogo” de Paulo. Mencionavam o nome do Senhor Jesus às vítimas de espíritos malignos, dizendo: “Domino você pelo Jesus pregado por Paulo!” Os sete filhos de um tal de Ceva, sacerdote principal judeu, tentaram fazer isso com um homem, e o espírito maligno respondeu: “Conheço Jesus e já ouvi falar de Paulo, mas quem são vocês?”. Então, o possesso ficou enlouquecido: pulou sobre os exorcistas, que levaram uma boa surra e ficaram de roupa rasgada. Nus e sangrando, eles fugiram dali.

    17-20O fato se tornou conhecido de toda a Éfeso, entre judeus e gregos. Espalhou-se a convicção de que Deus estava por trás de tudo aquilo. A curiosidade a respeito de Paulo transformou-se em reverência pelo Senhor Jesus. Muitos dos que creram abandonaram a feitiçaria. Magos e feiticeiras vieram com seus livros de feitiços e fizeram uma fogueira imensa com eles. O valor dos livros chegou a cinquenta mil moedas de prata. Assim, ficou evidente que a Palavra do Senhor fora vitoriosa em Éfeso.

    A DEUSA ÁRTEMIS

    21-22Depois disso, Paulo decidiu que era tempo de ir para as províncias da Macedônia e da Acaia e de lá para Jerusalém. Ele disse: “Vou para Roma. Preciso ir para lá!” Ele enviou dois de seus assistentes, Timóteo e Erasto, para a Macedônia, mas ficou na Ásia para resolver alguns assuntos.

    23-26Antes de partir, ocorreu em Éfeso um grande tumulto a respeito do que era conhecido como “o Caminho”. Certo ourives, Demétrio, chefiava um negócio de manufatura de relicários da deusa Ártemis e empregava muitos artesãos. Ele reuniu seus empregados e outros que lhe prestavam serviços e disse: “Homens, vocês sabem que temos um bom negócio aqui e já viram como Paulo se intromete no que fazemos, para nos desacreditar, afirmando que não existem deuses feitos por mãos humanas. Muita gente o apoia, não apenas aqui em Éfeso, mas por toda a província da Ásia.

    27“Não apenas nosso negócio corre o risco de ir à falência, mas o templo da nossa famosa deusa Ártemis acabará em escombros, quando sua reputação gloriosa se for. Não se trata de um assunto local: o mundo inteiro adora nossa Ártemis!”

    28-31A multidão perdeu a cabeça. Correram à rua gritando: “Grande Ártemis dos efésios! Grande Ártemis dos efésios!”. Eles puseram a cidade inteira em polvorosa, correram ao estádio e agarraram dois dos companheiros de Paulo, os macedônios Gaio e Aristarco. Paulo queria ir também, mas os discípulos não deixaram. Alguns líderes religiosos de destaque da cidade, simpáticos a Paulo concordaram: “Não se aproxime daquela multidão de jeito nenhum!”

    32-34Alguns deles gritavam uma coisa, outros gritavam outra. Muitos nem tinham ideia do que estava acontecendo ou por que estavam ali. Enquanto os judeus empurraram Alexandre para que ficasse à frente do povo e assumisse o controle, diferentes facções reivindicavam sua liderança. Ele os repreendeu e os fez calar, gesticulando energicamente. Mas, no momento em que Alexandre abriu a boca, perceberam que ele era judeu e gritaram: “Grande Ártemis dos efésios! Grande Ártemis, dos efésios!” — e gritaram por duas horas. .

    35-37Finalmente, o escrivão da cidade fez a multidão se aquietar e disse: “Caros compatriotas, será que alguém, em algum lugar, não sabe que nossa querida cidade de Éfeso é a protetora da gloriosa Ártemis e da sua imagem sagrada de pedra, que caiu do céu? Considerando que isso não pode ser negado, é melhor que cada um de vocês vá cuidar da sua vida. Tal conduta é indigna de Ártemis. Os homens que vocês trouxeram aqui não fizeram nada para prejudicar nosso templo nem nossa deusa.

    38-41“Se Demétrio e sua associação de artesãos têm alguma queixa, poderão apresentá-la no tribunal e fazer as acusações que quiserem. Se alguma coisa mais os está incomodando, reclamem nas reuniões regulares da administração da cidade, deixando a questão a cargo dela. Não há desculpa para o que aconteceu hoje, pois pusemos a cidade em risco. Lembrem-se de que Roma não vê os agitadores com bons olhos”. Com isso, o povo se dispersou.


    Clique no player ⤵️ para ouvir Atos, Capítulo 19 em áudio 🔊🎧🎵